Dengue: população precisa se comprometer para conter a doença

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Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue é uma doença séria. Casos graves podem o paciente a óbito. É preciso comprometimento da população para evitar a proliferação do mosquito, pois o período do ano com maior transmissão ocorre nos meses mais chuvosos de cada região –  geralmente no período de novembro a maio.

Segundo a coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian König, o município está com 38 casos positivos de dengue – isso com base no relatório do setor encaminhado a equipe do JO na manhã de quarta-feira (27). “Foram notificados 525 pacientes, sendo 419 descartados, 68 aguardando e 38 casos positivos; todos são autóctones”.

Lilian König ressalta que estes números preocupam “bastante” porque no período epidemiológico entre agosto e setembro haver uma redução ou até não ser registrado nenhum caso de dengue ser registrado neste período em Toledo, “mas estamos fechando o boletim epidemiológico bem preocupados, até pelo último resultado do LIRAa”, comenta Lilian König.

NÚMEROS PREOCUPANTES – Em novembro, o Setor de Controle e Combate às Endemias divulgou os índices de infestação predial (IIP) referentes ao quarto Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) realizado em Toledo neste ano. Os agentes de combate a endemias (ACEs) realizaram visitas em quase 1.800 imóveis (sorteados aleatoriamente por plataforma do Ministério da Saúde) e em 4,6% das unidades foram encontrados criadouros do mosquito que transmite dengue, febre chikungunya e zika vírus. O primeiro LIRAa de 2024 deverá ser feito até a segunda semana de janeiro, quando se espera uma redução do índice de alto risco para epidemia, de acordo com o Ministério da Saúde, que preconiza um índice abaixo de 1%.

O índice apresentou resultados muito acima do recomendado pelos organismos nacionais e internacionais de saúde (1%), 318,18% maior que o registrado no levantamento anterior (1,1%). Os números ficaram ainda mais preocupantes ao serem comparados com as quartas edições do LirAa realizadas em 2021 (1,8%) e 2022 (2,6%).

Lilian König lembra que foi feito um arrastão na região do Jardim Europa para tentar diminuir o número de casos. “Precisamos da colaboração da população, que parece ter perdido o hábito de cuidar do quintal”, destaca a coordenadora do Setor de Combate às Endemias. Ela ainda critica a postura até certo ponto irresponsável de quem descarta o lixo, por exemplo, em qualquer lugar e de qualquer forma “como se a gestão tivesse a obrigação. A gestão dá várias ferramentas para que a população possa descartar de maneira correta o que ela não usa mais, mas ainda assim ela prefere jogar no terreno baldio”.

DESAFIOS – Lilian König destaca também que ao longo do ano foram realizadas campanhas de orientação sobre o trabalho dos agentes de endemias e feitas visitas agendadas para tentar reduzir o número de imóveis fechados. Hoje em Toledo as equipes trabalham, em média, com 20 mil imóveis visitados a cada dois meses, praticamente o mesmo número de imóveis fechados no mesmo período. “Se fosse possível abrir essas portas, conseguiríamos fazer um trabalho ainda melhor. Nossa esperança é que 2024 não tenha um grande número de casos de dengue. Temos uma equipe muito boa e com muita vontade de fazer o diferente, mas é preciso que cada um faça o dever de casa e limpar o quintal, lavar os potes dos animais ou eliminar o vaso de planta que acumula água”, frisa a coordenadora Lilian König.

Ela lembra que em 2023 foi contratado um número maior de agentes de endemias, o que melhorou o trabalho que também é feito no interior. “Temos muitos problemas, mas tudo com solução. Quando a população nos ouve tudo fica mais fácil”, finaliza Lilian König.

NO PAÍS – Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o número de casos de dengue no mundo – sendo 2,9 milhões registrados em neste ano. Na região, em primeiro lugar de casos graves da doença está a Colômbia (1.504), enquanto o Brasil ocupa a segunda posição nessa condição.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da OMS

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