Dezembro laranja alerta para a prevenção do câncer de pele
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Cada mês é designada uma campanha de cor diferente que alerta a respeito de doenças que merecem conscientização e prevenção. Há mais de 20 anos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realiza a campanha do Dezembro Laranja, a qual alerta a respeito do câncer de pele, devido à época de maior exposição solar. Inclusive, esse tipo de câncer é o mais comum no ser humano, conforme aponta o dermatologista Orley Campagnolo.
O médico evidencia que “mais de 54% da população nunca consultou um dermatologista. As campanhas da SBD realizadas em âmbito nacional atingiram mais de 600 mil pessoas com torno de 75 mil diagnósticos de câncer de pele. Então, tem uma importância em saúde pública muito grande”.
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DEFINIÇÃO – A proliferação anormal e desordenada de células com poder destrutivo local, em alguns tipos da doença, pode se espalhar pelo organismo. “Ele se desenvolve pela alteração do DNA de uma célula da pele que ao se dividir continuamente gera um número cada vez maior dessas células anormais e sobretudo por via sanguínea, que pode alcançar outros órgãos”, define.
FATORES DE RISCO – Além da radiação ultravioleta do Sol, fatores genéticos e ambientais apresentam riscos. Entre eles, ressalta-se pessoas com o pelo, os cabelos e os olhos claros, conforme aponta o doutor. Ele pondera também que múltiplas pintas irregulares também podem acarretar a doença. “Quanto a faixa etária, geralmente apresenta-se acima dos 40 anos e a incidência vai aumentando sobretudo acima dos 50 anos”.
O médico realiza um alerta para a região Oeste, pois “predomina pessoas de fototipo mais baixo, ou seja, pessoas de pele mais clara, olhos e cabelos mais claros. Além disso, há uma grande exposição ao sol, sobretudo laboral. Então, tem muita gente que trabalha em atividades ligadas ao sol diretamente, como a agricultura”.
DIAGNÓSTICO – Para o diagnóstico do câncer de pele, o doutor Orley destaca a biópsia como etapa fundamental. Segundo ele, o procedimento pode variar conforme o tamanho e a localização da lesão: quando pequena e em uma área acessível, é possível realizar a retirada completa. Já nos casos de lesões maiores ou situadas em regiões delicadas, nas quais não há certeza absoluta, pode ser indicada a biópsia incisional, em que apenas uma parte da lesão é removida para análise diagnóstica.
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Mesmo que removido este câncer, é necessário realizar o acompanhamento cuja retirada já significa a cura. “Isso porque, existe uma maior incidência de câncer de pele em pessoas que já tiveram um câncer ou porque os pacientes já tiveram cânceres mais avançados. Precisamos ficar atentos a novas lesões e também a recidivas de lesões que foram tratadas”, alerta.
TIPOS DE CÂNCER – Existem três tipos de câncer de pele. “O carcinoma basocelular é o mais frequente, porém de menor gravidade. O carcinoma espinocelular está em segundo na frequência, mas de gravidade intermediária. Já o melanoma é o menos frequente, porém o mais grave”, detalha.
CARCINOMA BASOCELULAR – Uma pequena elevação vermelha e brilhante, na qual pode sangrar com facilidade, pode ser uma evidência de carcinoma basocelular. Um exemplo é quando uma lesão no rosto em que a pessoa se enxuga com a toalha e pode levemente sair sangue. “Ele pode também ser uma mancha muito vermelha e persistente. Geralmente este câncer está localizado em áreas expostas ao sol”, informa.
CARCINOMA ESPINOCELULAR – Um pequeno nódulo pode ser um indício de carcinoma espinocelular. “Pode surgir uma superfície verrucosa ou uma casquinha que é bastante aderida e, quando removida tende a se formar novamente”.
MELANOMA – Uma lesão geralmente pigmentada e que tem alterações ao longo de sua duração é a forma de apresentação do melanoma. “É uma lesão assimétrica, ao comparar as duas metades ao dividir no sentido vertical e horizontal. Elas não possuem o mesmo tamanho, formato ou a mesma cor. As bordas e o contorno dessa lesão com franjas são irregulares, o qual não é ovalado ou arredondado. A cor pode se apresentar muito escura ou mais de uma cor na mesma lesão e ela tende a crescer”.
MITOS – São vários os mitos, dentre eles está a crença de que em dias nublados não precisa usar o filtro solar. “Na verdade, 80% da radiação passa pelas nuvens, então precisa sim de filtro solar. Outro mito é que pele escura não precisa usar filtro, embora o câncer, quanto mais escruta a pele, menos a sua incidência”.
Outro equívoco está que o uso do protetor solar não irá sintetizar a vitamina D. “A vitamina D precisa de quantidades moderadas de sol para sintetizar. Então, não há necessidade dessa obrigatoriedade de não usar o filtro solar para sintetizá-la.
CUIDADOS – “Ao se tratar da prevenção da exposição ao sol, é importante saber que a radiação ultravioleta do sol é cumulativa. Portanto, quanto maior é a exposição maior é o risco. É sabido que quase 90% da exposição se dá nas primeiras duas décadas de vida, por isso a atenção maior deve ser dada às crianças e aos jovens”.
Evitar a exposição ao sol entre às 10h e às 16h é um fator de prevenção, visto que são os horários com maior quantidade de radiação ultravioleta B, orienta o dermatologista. Portanto, evidencia-se a importância do uso de chapéus, de bonés, de viseira, de para sóis, óculos de sol e roupas com proteção ultravioleta.
“O protetor solar é o mais importante instrumento de prevenção ao dano solar, incluindo o câncer de pele e o envelhecimento provocado pelo sol. Deve-se usar um filtro solar pelo menos fator 30 e em grandes áreas expostas ao sol. Deve-se passar a cada duas horas e, quando no muito, repassar após a cada mergulho de mar ou de piscina”, conclui.
Da Redação
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