Dia de Finados: como lidar com a perda e o luto?
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O Dia de Finados – 2 de novembro – é uma data que marca a saudade. É mais um dia para lembrar com carinho daqueles que já partiram. Para os fiéis católicos é uma data de oração marcada por celebrações realizadas nos cemitérios.
A data de Finados não tem o intuito de estar marcada pelos sentimento de tristeza, pelo abandono, pelo desespero, mas sim por crer, através da fé, que o ente querido está no descanso eterno ao lado de Deus.
Passar o Dia de Finados é algo muito particular, pois o luto é vivenciado de maneira diferente por cada pessoa. De acordo com a psicóloga, Thamirys Amano, diversas referências bibliográficas apontam que o luto é dividido em cinco fases sendo: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação e cada um vive este período de maneira diferente.
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A profissional destaca que cada pessoa tem um tempo diferente para enfrentar cada fase. Ela cita que o enfrentamento da saudade, da angústia e do medo ocorrem de maneira singular, pois o luto é uma experiência única, visto que aquela pessoa que partiu era única e vai deixar aquele espaço que somente ela poderia ocupar.
“O isolando dos demais é um sentimento comum no período de luto”, destaca. “É normal a pessoa enlutada evitar entrar em contato com pessoas que lembram quem partiu, além disso, podem apresentar dificuldades na realização de tarefas simples do dia a dia. Apesar do luto ser algo doloroso é primordial que a pessoa vivencie o período, para que assim consiga retomar a sua vida, reorganizando seu cotidiano”.
SINTOMAS FÍSICOS E EMOCIONAIS – Na análise da psicóloga, o luto é a denominação dada ao tempo que a pessoa vivencia após a perda de um alguém querido, seja este um amigo ou familiar. Ela enfatiza que este período é caracterizado por sintomas físicos e emocionais, como tristeza, quadros de choro, desânimo, raiva, episódios depressivos, ansiedade, taquicardia, falta de ar, entre outros.
“O luto, bem como os demais estados emocionais do ser humano, são naturais. Cada pessoa vai sentir a perde de forma diferente, visto que esse estado varia do contexto familiar, social, cultural e afetivo que compõe o elo com a perda. Sendo assim, o luto deve ser respeitado, é preciso respeitar o tempo, pois os sentimentos não vão desaparecer do nada”, pontua ao salientar que somente o tempo faz com que a perda veja encarada de maneira menos dolorosa, com menos sofrimento.
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SUPERAÇÃO – Os sintomas característicos do luto, assim como todos os quadros emocionais, não estão sob controle – no que se refere ao deixar de sentir pela decisão de não querer mais. Thamirys explica que não é possível superar o luto somente pela decisão, ou seja, por não querer mais lembrar ou sentir tristeza pela perda.
“É comum que a pessoa tenha o sentimento de estar mais vulnerável, de estar sozinho, de estar com um ‘espaço vazio’ – o espaço que pertence a pessoa que partiu. Dessa forma, neste período é primordial o apoio de familiares e amigos na composição de uma rede de apoio”, destaca.
A intensidade do sofrimento do enlutado, segundo a profissional, irá variar de acordo com a intensidade do sentimento ou do significado que a pessoa que faleceu tinha em sua vida. Ela salienta que no processo de superação é importante buscar cuidar de si fazendo aquilo que gosta como a prática de atividade física – por exemplo – conversar quando sentir a necessidade, estar com os amigos, buscar atendimento profissional, terapia, entre outras ações.
CADA UM EM SEU TEMPO – Não existe um tempo convencional – dias, meses, anos – para a superação das fases do luto. O luto é um processo natural da vida humana. “Nesse processo de enfrentamento do luto, é primordial que as pessoas que integram a rede de apoio do enlutado esteja em estado de atenção, que estejam vigilantes, principalmente, nas situações que venham a observar a recorrência de verbalizações e ideações suicidas, que notem intenso isolamento, além de possíveis comportamentos relacionados à automutilação, é recomendada buscar ajuda profissional de maneira imediata. Vale ressaltar que cada um vivencia o luto de uma maneira diferente e isso precisa ser respeitado”, destaca.
Da Redação
TOLEDO