Dia do Surdo: a inclusão social resulta em mais qualidade de vida

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Eles enfrentam as limitações em busca de mais qualidade de vida. A comunicação é um dos primeiros obstáculos. Em 26 de setembro é comemorado o Dia do Surdo. A data reforça a luta da comunidade surda e seus familiares em busca de políticas públicas eficazes que possam garantir seus direitos e assim minimizar as dificuldades vividas no dia a dia.
No calendário, a data é uma maneira de fazer ressoar as necessidades e os sonhos daqueles que enfrentam preconceito e diante da falta de inclusão social daqueles que têm dificuldades quando necessitam de atendimento, contudo, não são compreendidos.
“O Dia Nacional do Surdo no Brasil é uma data que homenageia a fundação do primeiro Instituto para Surdos no país e busca promover a inclusão e a conscientização sobre os direitos da comunidade surda”, cita a presidente do Conselho Deliberativo da Apada, Marli Wagner. “A mensagem para a comunidade surda é de celebração da sua cultura, luta e resiliência pela igualdade e inclusão”.
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Marli acrescenta que a data também serve para lembrar a importância do respeito aos direitos de acesso à comunicação em Libras, com o intuito de promover a valorização e a visibilidade da comunidade surda e a quebra de preconceitos. “A data é também um momento de reflexão sobre as conquistas e desafios da comunidade surda na sociedade, destacando a necessidade de políticas de inclusão e acessibilidade”, pontua.
CONQUISTAS – Em relação as conquistas, Marli aponta passos importantes da comunidade surda de Toledo. “É possível citar a inserção no mercado de trabalho, pois hoje as empresas procuram a Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos (Apada) para encaminhar os surdos (Lei das Cotas); a Central de Libras, pois facilitou a comunicação entre ouvintes e surdos nas repartições públicas; a comunicação de Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua oficial no Brasil; os intérpretes que vão, na maioria das vezes, como voluntários nos encontros da Apada e nas missas; a dedicação dos voluntários para manter a entidade funcionando; os cursos de Libras que estão acontecendo na Apada e o apoio da comunidade, como um todo que abraçou esta causa e luta para poder oferecer o melhor aos surdos”.
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LUTA PARA CONTINUAR – As irregularidades na prestação de contas dos anos de 2013 a 2016 fizeram com que os convênios públicos junto a Apada fossem suspensos. Profissionais que trabalhavam na entidade buscaram ajuda do Estado, no ano de 2017, pois estavam com salários atrasados. Os impasses teriam ocorrido, supostamente, não por desvio de recursos, mas sim pela utilização de maneira indevida, por exemplo, determinado valor estava destinado à compra de material pedagógico e teria sido aplicado para a aquisição de alimentos. Esses equívocos resultaram em contas pendentes. O processo está ainda em análise na Justiça.
Marli destaca que a Apada enfrenta desafios para continuar com as portas abertas. “Temos dificuldades para mantermos a entidade funcionando, para manter profissionais como fonoaudiólogo, assistente social e funcionários na entidade. Estamos lutando para sanar essas pendências, aguardando com ansiedade um parecer de nossa justiça. Estamos trabalhando para colocar a documentação em dia e voltar a celebrar convênios, pois o intuito da entidade e continuar a luta pelos direitos dos surdos”, reforça.
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COMEMORAÇÕES – Na Apada as comemorações irão acontecer no dia 1ª de outubro paralelo as celebrações alusivas ao Dia das Crianças. Para festejar as datas será realizado um risoto para promover a confraternização e uma palestra sobre emprego e esclarecimentos sobre aposentadoria.
“A data de 26 de setembro é um dia para reforçar o compromisso com a quebra de barreiras, promovendo o respeito e a empatia e incentivando a sociedade a se informar e a cooperar na luta por direitos e acessibilidade. Aproveito a oportunidade para agradecer a todos que lutam pela igualdade de direitos, a comunidade Toledana, os voluntários, os intérpretes, a diretoria pelo apoio e que, incansavelmente, se dedica para construir um mundo melhor aos que precisam”, agradece Marli.
Libras: os sinais que geram comunicação
A primeira língua da pessoa surda é a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Com ela a criança passa a adquirir conhecimento para depois ter acesso à segunda língua que é o português, na modalidade escrita. A comunicação pode sim ocorrer sem nenhum som; para os surdos é preciso usar as mãos, já para quem escuta também é necessário usar o coração. É por meio da Língua de Sinais que o surdo faz a interação na sociedade, passa a construir sua identidade e exercer sua cidadania.
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Para que surdos e ouvintes consigam conviver em uma mesma sociedade, para que vivam na mesma comunidade e se comuniquem, é primordial que ocorra um esforço mútuo de aproximação pelo conhecimento das duas línguas (Libras e Língua Portuguesa) tanto por parte dos ouvintes como dos surdos.
Assim como de qualquer outra língua, o aprendizado de Libras exige dedicação e comprometimento, pois é uma língua que possui estrutura e gramática própria independe da Língua Portuguesa. Para a inclusão da pessoa surda ocorrer de maneira efetiva é preciso pensar que aprender Libras é ajudar a inclusão social desse grupo, ou seja, quanto mais pessoas tiverem domínio da língua, mais inclusão irá proporcionar.
Da Redação
TOLEDO