Estudar e brincar: dois direitos que precisam caminhar juntos
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Neste 20 de novembro, Dia Mundial da Criança, a população é convidada a refletir sobre aquilo que deve ser inegociável na vida de todas as crianças: o direito de estudar e o direito de brincar. Ambos são fundamentais e complementares, mas é essencial que cada um tenha de fato e de direito, seu espaço, seu tempo e seu valor reconhecido.
A professora, psicopedagoga e aprendedora de muitas coisas com gente pequena Elissiane Zen explica que o estudo garante às crianças o acesso ao conhecimento, ao desenvolvimento intelectual e às oportunidades futuras. “É por meio da educação que elas ampliam seu repertório, fortalecem a autonomia e constroem ferramentas de compreensão interna e externa para transformar a sociedade”.
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A escola, portanto, é um lugar de descobertas, de convivência e de crescimento. Elissiane pontua que nenhuma aprendizagem acontece plenamente se faltar o brincar. Brincar não é “tempo perdido”, nem uma pausa (des)necessária entre tarefas. “Brincar é uma linguagem que é própria da infância. É no jogo, na imaginação e na espontaneidade que a criança desenvolve criatividade, habilidades sociais, expressão emocional e capacidade de resolver problemas”.
Ela complementa que o brincar organiza o pensamento, fortalece vínculos e alimenta a saúde mental. “E jamais fique triste ou aborrecido, se uma criança gostar mais da embalagem do que do brinquedo em si, é graças a sua capacidade inventiva, que ela faz isso e se está acontecendo, ah, meus caros, ela está em pleno desenvolvimento!”, afirma.
TEMPOS DEFINIDOS – Por isso, é tão importante saber separar essas duas atividades. “Cada uma cumpre uma função própria e deve acontecer em tempos bem definidos. Quando a criança estuda, precisa de foco, rotina e orientação. Quando brinca, precisa de liberdade, tempo livre e espaços que favoreçam a criação”, salienta a professora.
A psicopedagoga destaca que misturar tudo, o tempo todo, estudar enquanto brinca ou brincar enquanto estuda, pode gerar frustração, desorganização e dificuldades de concentração. “Além de uma indagação central para adultos e crianças: tudo tem de virar cobrança? Não dá para brincar por brincar? É importante que cada esfera social, também saiba as suas funções e tenham elas muito bem definidas. Crianças aprendem melhor quando compreendem o que estão fazendo e por que estão fazendo”.
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Elissiane enfatiza que reconhecer essa separação é também reconhecer a humanidade da criança. “Ela não é um adulto em miniatura, nem deve ser sobrecarregada com tarefas, responsabilidades ou exigências que desconsiderem seu tempo próprio de se desenvolver. Proteger o direito de estudar e brincar é proteger a infância em sua inteireza, em sua boniteza, em sua particularidade”.
VALORIZAÇÃO – Que este Dia Mundial da Criança lembre as pessoas de valorizar a escola, as famílias em suas diferentes e diversas formas de constituição, os espaços de brincar, o tempo livre, a convivência e a alteração das emoções.
“É graças a tristeza, que a criança passa a conhecer o que é alegria. É graças ao medo que ela é apresentada à coragem, porque uma infância vivida com equilíbrio é o primeiro passo para formar adultos mais saudáveis, criativos e conscientes”, menciona a professora.
Ela ainda aconselha: “nunca em tempo algum tire de uma criança a possibilidade dela perguntar, é por meio das perguntas que pensamentos mais elaborados são compreendidos. O brincar e o estudar estão intimamente ligados a isso”.
Elissiane cita ainda o musicista, poeta, escritor e brincador com palavras, Emicida, “não há melhor palco para um pensamento que dança do que o lado de dentro da cabeça das crianças. Feliz Dia Mundial para todos aqueles que acreditam em contos de fadas, em Papai Noel, em Coelhinho da Páscoa, para aquelas que bailam com a vida, descobrindo-a, com olhos vorazes de estrangeiro em terras de nascença”, finaliza a psicopedagoga.
Da Redação
TOLEDO