Dia Mundial coloca em pauta a Segurança Alimentar na sociedade

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O Dia Mundial da Segurança Alimentar alerta para o perigo que alguns alimentos podem apresentar ao consumidor. A data é celebrada, anualmente, em 7 de junho (sábado). Em 2025, o tema escolhido é ‘Segurança Alimentar: a Ciência em Ação’.

Sem a ciência, não seria possível manter a segurança alimentar ao longo das cadeias de abastecimento, que muitas vezes atravessam várias fronteiras. Os quatro pilares da segurança alimentar são disponibilidade, acesso, utilização e estabilidade.

O nutricionista, Mestre em Ciência dos Alimentos pela USP, doutorando em Desenvolvimento Regional na UTFPR e professor nas universidades UFFS e Unioeste Eduardo Henrique Szpak Gaievski explica que o conceito de segurança alimentar é que todo o cidadão tenha acesso aos alimentos em quantidade e qualidade e com periodicidade. “Exemplo: uma pessoa que não sabe o que vai comer amanhã está em insegurança alimentar, ou seja, ela não tem o acesso ao alimento de forma garantida”.

Por outro lado, o conceito – pensado para o Dia Mundial – é justamente a segurança em qualidade desse alimento, como em não contaminação. “Será que esse alimento foi preparado de forma adequada? Será que ele tem alguma contaminação? Uma contaminação como fio de cabelo, inseto, sujeira ou até mesmo a contaminação bacteriológica. Será que tem bactérias? Será que a pessoa que preparou este alimento estava com as mãos limpas?”, questiona Gaievski.

APRENDIZAGEM – O nutricionista recorda que antes da pandemia da Covid-19 e os aprendizados durante a pandemia da Covid-19. “Atualmente, é comum chegar no restaurante e ter o álcool em gel. Trata-se de uma transformação que tivemos nos últimos cinco anos”.

Ele complementa que a segurança alimentar está presente nas pequenas decisões, seja no momento que uma pessoa vai comer fora e lava suas mãos pensando na segurança de todos. “A segurança alimentar pode começar com atitudes simples em nossa casa ou na rotina diária. Também podemos pensar na higienização das frutas e das verduras e cozinhar bem as carnes e os ovos”.

Segundo o professor, cada cidadão tem o dever de evitar a contaminação cruzada. “Um exemplo é que, eventualmente, em nossas casas podemos ter tábua para cortar carnes e outra as saladas”.

Gaievski pondera a importância também de observar o prazo de validade e as condições de armazenamento dos produtos. “Às vezes, nós temos uma embalagem estragada ou um prazo que já expirou. Nós precisamos respeitar o prazo de validade do produto”.

AÇÕES – Enquanto isso, o Poder Público é autor responsável por elaborar as políticas públicas. O nutricionista menciona que elas devem garantir a fiscalização, desde a produção até a comercialização dos alimentos. “Isso envolve, por exemplo, ações da vigilância sanitária, da agricultura, da saúde e da educação. Nós precisamos incluir a promoção desse acesso de alimentos de qualidade, meio de programas, como alimentação escolar, incentivo da agricultura familiar e fortalecimento da segurança alimentar”.

Em resumo, Gaievski enfatiza que segurança alimentar é uma responsabilidade compartilhada. “Enquanto cidadão, tenho que cuidar quando estou comprando ou quando estou preparando um produto, ou seja, a higiene do dia a dia. Por sua vez, o Poder Público precisa garantir que esses sistemas estejam seguros para proteger toda a população”.

ENSINO – Segundo a professora de Biologia e Saúde e Bem Estar do Ensino Médio e Ciências no Ensino Fundamental Vaníria Lysyk Teixeira Bianchi, o ambiente escolar também tem colaborado no processo de contextualização e de entendimento da segurança alimentar. “Nestes anos de experiência no ambiente escolar, observei a implementação de uma aula de ciências ou biologia mais contextualizada. Não temos mais a disciplina de biologia, e sim, saúde e bem-estar. Em relação a saúde e bem-estar, se trabalha conhecimentos da área de ciências, saúde mental, física e nutricional. As propostas são baseadas no desenvolvimento de projetos, no âmbito de pesquisa científica. São atividades nutricionais, de biotecnologia, de propagação de plantas, enfim. Nem tudo está no mercado para dominar as formas de reprodução da planta. Exemplo: se eu quero o morango, eu preciso realizar uma propagação vegetativa por mudas”.

Outro aspecto abordado no ambiente escolar é o incentivo a mudança de hábito. “Muitos estudantes têm apresentado anemia e estão com seus pesos adequados. Qual é o alimento que não está sendo consumido?”, comenta Vaníria.

Atualmente, a professora pontua que as escolas possuem cardápios com tabelas nutricionais e a orientação é trazer um alimento que siga as normas. “Observamos que para os jovens a alimentação, muitas vezes, é uma questão de sabor e não nutrição”.

Em outra ponta está o Poder Público com ações ou programas que adquirem o alimento do produtor rural, como frutas, legumes e verduras. “Na escola, existe o conhecimento do alimento e essa é uma forma de mudança de hábito. Nem sempre atingimos os objetivos, mas as tratativas são realizadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. São incentivos e ferramentas pedagógicas ofertadas na rede escolar para a mudança de hábito na alimentação. As mudanças alimentares não são repentinas; elas são novas construções!”, conclui Vaníria Lysyk Teixeira Bianchi.

Da Redação

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