Ação na Tribuna Livre reforça importância da doação de órgãos
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Durante a sessão ordinária na Câmara de Vereadores, em discurso na Tribuna Livre, o presidente da ONG Vidas Gerando Vidas Claudemir Aparecido Ferreira realizou uma apresentação marcada por emoção e forte apelo social. Ele destacou, na última segunda-feira (8), a urgência de ampliar a cultura de doação de órgãos no Paraná e no Brasil.
Pregador da Renovação Carismática e capelão, Claudemir também compartilhou suas experiências pessoais e seu legado como defensor dessa causa humanitária. Ele apresentou o Projeto “Vidas Gerando Vidas”, iniciativa que há oito anos atua em Maringá com ações de sensibilização e apoio a famílias e agora busca expandir suas atividades para Toledo e toda a região Oeste.
Segundo ele, os números revelam a gravidade da situação: cerca de 80 mil pessoas estão na fila de espera por um órgão no país; enquanto apenas 4 mil doações são efetivamente realizadas por ano. “Outras quatro mil pessoas morrem anualmente sem conseguir um transplante”, lamentou.
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Claudemir reforçou que um doador pode beneficiar até dez famílias. Ele é capaz de mudar histórias e devolver esperança a quem luta pela vida. “O projeto de doação de órgãos é o maior ato humanitário que um ser humano pode fazer. É deixar legado, é fazer parte da história de muitos”, afirmou.
Ele também chamou atenção para a baixa taxa de autorização familiar nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde cerca de 70% das famílias dizem não à doação; muitas vezes por desconhecimento, medo ou por influências religiosas equivocadas. “Falta informação. Falta coragem de falar sobre isso. O que mais vejo nos hospitais é que, quando chega esse momento tão difícil, as famílias não sabem o que fazer”, disse.
Claudemir salienta que a ONG tem buscado apoio de órgãos públicos e lideranças políticas. Ele citou a parceria com o deputado federal Ricardo Barros e destacou a necessidade de envolvimento da Secretaria de Estado da Saúde e do Ministério da Saúde. “Precisamos que o Poder Público abrace essa causa e divulgue. A vida depende disso”, reforçou.
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HISTÓRIAS QUE INSPIRAM – O presidente da ONG também relatou sua própria decisão de ser doador e compartilhou a música que compôs inspirada na trajetória de um jovem de Cianorte, cujo gesto salvou diversas vidas. Os versos, carregados de sensibilidade, resumem a essência da proposta. “A vida é um sopro… mas meu coração eu posso doar para a vida de outro ajudar. Quando o amor vence a intenção, um gesto simples pode curar e vidas inteiras recomeçar”.
Claudemir lembrou também o caso de uma jovem de Curitiba que encontrou um doador compatível de médula, mas perdeu a vida porque o voluntário não compareceu no dia marcado. “Eu presencio isso, eu sofro isso. Por isso venho com recursos próprios para Toledo, porque acredito que vale a pena levar essa mensagem a qualquer lugar”, desabafou.
REFERÊNCIA – Claudemir ressaltou o potencial da cidade para se tornar polo regional de conscientização. “O município de Toledo pode ser referência para o Oeste do Paraná ao abraçar essa causa. Iniciativas locais, como a proposta de isentar despesas funerárias de famílias que autorizarem a doação, podem estimular a solidariedade e salvar vidas. Quanto vale a vida de um filho teu?”.
Ao encerrar, o presidente da ONG reforçou que a doação de órgãos está além de ideologias ou partidos. “Sou formado em Teologia, sou capelão. E posso dizer que o local onde Deus mais age é dentro de um hospital. Quando chega a hora, as famílias precisam de todo o apoio. Precisamos pensar mais com o coração. Doe órgãos, doe vidas. É a tua oportunidade de salvar vidas e você pode salvar muitas”.
Da Redação
TOLEDO