Em reunião, Conselho define sobre gerador ao Bom Jesus

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O Conselho Municipal de Saúde de Toledo se reuniu, na noite de terça-feira (27), no auditório da Prefeitura e entre os assuntos da pauta estava a apreciação e a deliberação de destinação de gerador automático para a Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp), mantenedora Hospital Bom Jesus.

O equipamento é uma necessidade da instituição que tem grande demanda no atendimento aos 18 municípios da 20ª Regional de Saúde de Toledo. Durante a pandemia, a instituição tem recebido pacientes transferidos de outras Regionais da Macro Oeste. Atualmente, a Hoesp possui 24 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para o tratamento da Covid-19. Durante várias semanas, todos eles permaneceram ocupados.

Com a ocupação desses leitos, o Hospital passou a ter muitos equipamentos ligados ao mesmo tempo, necessitando de um gerador mais potente em caso de queda de energia.

“É um equipamento indispensável para a instituição. O equipamento atual necessitava de troca e agora esse novo gerador vai trazer mais tranquilidade aos serviços e aos atendimentos no Hospital”, comenta o representante da instituição e membro do Conselho Itamar Weywanko.

Durante a reunião do órgão, a secretária de Saúde Gabriela Kucharski disse que a pasta encaminhou, em maio deste ano, o pedido de cedência do gerador, mas os conselheiros solicitaram o parecer jurídico. O documento foi encaminhado posteriormente.

Nele, a especificação de que o equipamento seria adquirido com recursos do Fundo Municipal de Saúde, repassados pelo Ministério da Saúde. Conforme o parecer jurídico, o equipamento pode ser repassado ao Hospital prevendo o retorno do bem ao município de Toledo, quando o ente municipal entender não ser mais conveniente o uso pela instituição.

Na reunião, os conselheiros questionaram caso o gerador necessite de manutenção qual ente seria responsável pelo serviço e a resposta foi que será responsabilidade da Hoesp.

APROVAÇÃO – Após os pronunciamentos, o presidente do Conselho Municipal de Saúde Teomar Roque Jampsch colocou em votação o assnto e os conselheiros aprovaram por unanimidade. Na oportunidade, Jampsch recordou que a Secretaria solicitou, em maio, a doação do gerador.

“Naquele momento, nós sugerimos a possibilidade do Município fazer a cessão de uso ao Hospital. Além disso, não tínhamos informações suficientes para realizar a aprovação ou não e também optamos por aguardar a análise jurídica. Hoje, tal fato foi esclarecido pelo Jurídico. Diante desta situação, os conselheiros compreenderam a possibilidade do uso para suprir uma necessidade do Hospital Bom Jesus”.

O presidente ainda solicitou que o documento do contrato de cessão de uso do gerador seja encaminhado ao Conselho de Saúde. O médico e diretor da Secretária de Saúde Fernando Pedrotti pontua que foi efetivada a compra do gerador com um orçamento aproximado de R$ 282 mil e a empresa tem 30 dias para entregar o equipamento. Em relação ao termo de cessão, o diretor disse que a equipe vai solicitar a elaboração do documento que deverá prever a responsabilidade de cada ente. “Uma vez definido e aprovado o texto do Termo de Empréstimo, o mesmo, em respeito aos conselheiros, será encaminhado para conhecimento”, finaliza Pedrotti.

“Conselho e Secretaria de Saúde devem trabalhar juntos”, diz presidente

Com muitas demandas, os membros do Conselho Municipal de Saúde de Toledo (CMS) analisaram resoluções, aprovaram atas, acompanharam correspondências expedidas e recebidas e trataram outros assuntos pertinentes. A pauta foi extensa e, por isso, a reunião teve duração de aproximadamente 3h30 na noite de terça-feira (27).

Os conselheiros averiguaram cada item da pauta na reunião. Em alguns momentos posicionamentos firmes foram pontuados pelos membros. Conforme o presidente do órgão Teomar Roque Jampsch, parece que o trabalho do Conselho não é considerado importante. “Essa é a sensação que, às vezes, nós temos. O trabalho de cada conselheiro é de doação. Não recebemos nada. Às vezes, nós só temos conhecimento das ações ou das ocorrências no setor de Saúde pelos órgãos de comunicações ou pelas mídias sociais. Nós precisamos ‘correr’ atrás das informações para sabermos o que acontece na Saúde local”, lamenta Jampsch.

Ele afirma que o Conselho e a Secretaria de Saúde devem trabalhar juntos. “Nós – CMS – queremos construir uma saúde de qualidade em Toledo e acreditamos que esse é um dos objetivos também da Secretaria”, afirma o presidente do Conselho.

O integrante revela que o órgão tem encaminhado diversos ofícios a Secretaria solicitando informações dos serviços ou das decisões. Por sua vez, os encaminhamentos das respostas da pasta ao órgão são delongados. “São informações que deveriam chegar até o Conselho e sem precisarmos pedir”, destaca o presidente.

Durante a reunião ordinária, os conselheiros ainda enfatizaram a importância da representação da Secretaria nas reuniões, mesmo naquelas que não possuem itens na pauta para serem apreciados.

RECIPROCIDADE – O médico Fernando Pedrotti acompanhou a reunião e disse que precisa se pronunciar, enquanto cidadão (“pelo meu cpf”) e, segundo ele, por uma questão de honestidade. “Quando se fala em reciprocidade, em 28 anos de experiência ao participar de reuniões de Conselhos de Saúde, o órgão de Toledo me proporcionou um sentimento inédito: me senti desrespeitado, como poucas vezes me senti”.

Pedrotti pondera a importância de existir a convergência entre todos os envolvidos. “No sentido de que é preciso ter comunicação. Mas, para ter comunicação é preciso ter confiança. Nos pautamos a partir da confiança e não há como ser diferente. Percebi certa agressividade em algumas falas e de alguns conselheiros. São atitudes que ao invés de estimular uma aproximação pode gerar um distanciamento entre a pasta e o órgão”.

Ele complementa que os representantes da Secretaria, talvez, não participem sempre das reuniões, porque confiam no trabalho do Conselho. “E neste respeito, busca-se dar total liberdade aos conselheiros. Gostaria de virar a página e enxergar o que existe do outro lado. Prefiro continuar olhando no olho e manter a cabeça erguida”.

Na ocasião, os conselheiros comentaram que as diferenças das ideias são boas e elas podem existir, mas devem permanecer somente neste campo. Também relataram que o órgão luta por uma Saúde com qualidade para os munícipes.

Já a secretária de Saúde Gabriela Almeida Kucharski Ravache revela que as decisões da pasta são realizadas em equipes. “O Dr. Fernando tem o dom da palavra. Quando ele fala, se pronuncia em nome de todos, porque o trabalho da Secretaria é coletivo. Somos muitas pessoas que pensam a Saúde para Toledo e não somente uma secretária”.

MAIS ASSUNTOS – Após esses posicionamentos, a pauta teve continuidade. Durante a reunião ordinária, o grupo também abordou sobre as justificativas das faltas dos conselheiros. Ou seja, quais seriam os argumentos aceitáveis pela Secretaria do órgão. Eles também deliberaram como as justificativas serão encaminhadas para a responsável.

Naquela ocasião, os conselheiros aprovaram a criação da Comissão dos Serviços em Saúde Mental dentro do órgão; acompanharam a explanação sobre a reorganização da rede de serviços de Saúde em Toledo, entre outros temas e assuntos gerais. A próxima reunião ordinária do Conselho acontece na última terça-feira do mês de agosto.

Da Redação

TOLEDO