Clássicos que cruzam fronteiras: carros antigos movimentam o 4º Encontro Internacional de Veículos Antigos de Toledo

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No último sábado (14) e domingo (15), aconteceu o 4º Encontro Internacional de Carros Antigos de Toledo, no Parque Ecológico Diva Paim Barth. Estiveram presentes colecionadores e apaixonados por carros antigos da região oeste, de cidades mais distantes e também do Paraguai e da Argentina. Além da exposição dos veículos, este foi um momento entre famílias e de encontro com amigos.

Dezenas de carros estavam espalhados pela quadra e pelos gramados, que além da beleza e diversidade de marcas e modelos, possuem histórias para contar. Um exemplo é o colecionador Wilberto Portillo Duarte, que veio de Ciudad del Este, com seu Fusca Oval de 1957, o fusca mais antigo da exposição. O que o motivou pela escolha deste modelo é justamente por ser cobiçado no Mercosul.

Há cerca de um ano e meio, Wilberto adquiriu a carcaça do veículo e começou a montá-lo com peças estrangeiras mais próximas do original, vindas do Estados Unidades, da Holanda e do Brasil. Inclusive, o volante é uma peça original da década de 50 e sua paixão por fuscas é antiga. “É uma satisfação enorme, porque meu primeiro carro foi um fusca, quando eu tinha 20 anos, em 1990. Deu a coincidência de pegar ele aqui em Toledo”, conta.

Quem também veio de outro país foi o argentino Hugo Maciel. Junto a outros quatro veículos e dez pessoas, vieram em caravana para o evento. Saíram de Capioví, da província de Misiones. Também estiveram presentes no ano anterior e cultivam amizade com o grupo toledano.

Seu carro é um Ford Ranchero de 1986 e servia como ambulância antigamente. Uma curiosidade sobre este modelo é que “antes a cor era branca e tivemos que mudar para o vermelho, para que possamos transitar sem inconvenientes, pois o branco é a cor de ambulância”, afirma Hugo. “A essência do clássico é que este não é somente um clássico qualquer. Ele cumpriu uma função dentro da sociedade, pois transportou e cuidou de enfermos”, relembra.

Cultivar amizades e trocar informações entre os antigomobilistas atraiu centenas de visitantes em Toledo. O técnico judiciário Fabiano Dourado Matias possuí um canal no Youtube chamado “Barão Vermelho O Fusca”, onde divulga os encontros de veículos antigos em que participa. “É um local em que fazemos novas amizades com muita facilidade, reencontramos amigos. É um local em que conversamos com as pessoas, não há nenhum tipo de discriminação. É uma rodinha de pessoas conversando e eles querem falar de algo em comum, que é a paixão de todos pelo antigomobilismo”, enfatiza Fabiano.

Além da importância da preservação da memória, Fabiano esclarece a importância de levar esta paixão adiante. “Esperamos que os adolescentes de hoje em dia aproveitem essa herança que os mais velhos estão deixando, que são esses carros antigos. Se eles não tivessem o cuidado com esses carros lá atrás, não estaríamos vendo eles rodando hoje. Então vamos preservar a cultura dos carros antigos”, evidencia.

Para promover o evento, a área da exposição foi mapeada com um drone. No primeiro dia, um dos pontos em que mais chamou a atenção foi a fila com dezenas de fuscas agrupados. O presidente do Veteran Car, Cézar de Césaro, informa que “tradicionalmente os fuscas são o maior número de veículos que participam, então destacamos e reforçamos um espaço especial. Agrupamos estes modelos para o visitante associar os incrementos do veículo, assim como a evolução de um ano para outro, como as cores e acessórios”.

Uma das diferenças em relação ao ano anterior, está na ampliação para dois dias.  “Um evento dessa natureza, desse porte, só nos prova que somos todos irmãos e uma família só”. Além disso, César complementa que “agora, o Veteran Car é uma família com quase 100 sócios e somos também da família da Associação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) e da família Fédération Internationale des Véhicules Anciens (Fiva). Isso nos diz que estamos no caminho certo”.

Os encontros de antigomobilismo em Toledo não param por aí. Segundo César, a intenção é que daqui a dois anos seja realizado um evento sul brasileiro. “Teremos um outro formato de veículos inéditos dos três estados do Sul, teremos uma abrangência maior. Porque quando você começa a fazer eventos ultraregionais, eles transcendem a região. Você começa a ser visto não mais localmente, já começa a ser visto mundialmente. Esse é o nosso objetivo, de chamar a atenção da Fiva, sediada em Paris, para que comecem a colocar no mapa do antigomobilismo mundial Toledo, no Paraná”, conclui César.

Da Redação

TOLEDO

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