Especialistas em saúde alertam perigos com escorpiões
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A presença de animais peçonhentos tende a aumentar em áreas com entulhos, restos de obra ou próximas a redes de esgoto, ambientes que se tornam abrigo ideal para escorpiões. Em Toledo, o alerta já se acendeu: somente em 2025, a Vigilância em Saúde registrou 27 aparições, sendo 25 da espécie Tityus serrulatus. Os bairros Boa Esperança e Jardim Bressan concentram a maior parte dos relatos, mas também houve registros na Vila Industrial, Centro, Rossoni, Santa Clara e Jardim Porto Alegre.
Como a picada pode oferecer sérios riscos à saúde, a orientação é buscar atendimento médico imediato, evitando qualquer tipo de solução caseira. O diretor da Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde, Júnior Palma, reforça que a população não deve manipular o animal ao encontrá-lo. “Aproxime-se com cautela e nunca toque no animal, mesmo que pareça morto. Entre em contato com a Vigilância Sanitária e Epidemiológica ou setor de combate às endemias. A orientação padrão é acionar a autoridade de saúde local do município para relatar a ocorrência”.
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SINTOMAS – Mesmo quando os sintomas aparentam ser leves, a recomendação é procurar atendimento médico para uma avaliação criteriosa. O médico da família e da comunidade, André Batista, explica que os principais sinais após a picada são dor intensa e imediata no local, acompanhada de vermelhidão, inchaço e sensação de formigamento. “Normalmente o acidente com o escorpião é bastante doloroso e esse é o principal sintoma. Em casos mais graves podem surgir sintomas como suor excessivo, náuseas, vômitos, aumento da frequência cardíaca (taquicardia), agitação, dificuldade para respirar, salivação intensa, espasmos musculares ou movimentos involuntários, principalmente em crianças. Sintomas graves podem evoluir para confusão mental, queda de pressão (hipotensão), arritmias cardíacas e, raramente, insuficiência respiratória”.
Diante da picada, as primeiras medidas são simples, mas essenciais: lavar o local com água e sabão, aplicar compressa fria com gelo envolto em pano limpo para aliviar a dor e manter o membro elevado para reduzir o inchaço. “Deve evitar torniquetes, cortes, sucção do veneno ou aplicação de substâncias caseiras, pois essas medidas não são eficazes e podem piorar o quadro. Procure atendimento médico o mais rápido possível, especialmente em casos com crianças e idosos”, esclarece. Outro ponto de atenção são os batimentos acelerados do coração, confusão, espasmos ou movimentos involuntários, orienta o médico.
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ATENDIMENTO MÉDICO – Na unidade de saúde, o atendimento segue um protocolo baseado na gravidade dos sintomas. Em casos leves, o tratamento envolve medicações e compressas frias para alívio da dor. Nos casos moderados, o paciente permanece em observação para monitoramento dos sinais vitais, podendo receber suporte respiratório e medicações para controle de espasmos musculares e alterações cardíacas. “O soro ou imunoglobulina é reservado para casos graves, especialmente em crianças ou quando há manifestações sistêmicas importantes”, explica Batista.
Ele destaca ainda que o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) oferece suporte contínuo aos profissionais da saúde para orientar a condução dos casos. Por fim, o médico reforça a importância de manter o local da picada limpo e evitar práticas populares que não têm eficácia comprovada. “Não utilize remédios caseiros, plantas ou receitas populares, pois não há comprovação de eficácia. Elas podem atrasar o tratamento adequado, muitas vezes piorando o caso”, conclui.
Da Redação
TOLEDO