‘Esmola Não Dá Dignidade!’: campanha fomenta discussões em Toledo

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Na manhã de quarta-feira (28), a Prefeitura de Toledo lançou a campanha ‘Esmola Não Dá Dignidade!’. O lançamento ocorreu no Auditório Acary de Oliveira e reuniu autoridades, servidores que atuam nos atendimentos as pessoas em situação de rua, entidades religiosas, entre outras instituições envolvidas com a causa.

O objetivo do encontro foi apresentar os programas e as ferramentas da Política Municipal de Assistência Social voltada às pessoas em situação de rua. A iniciativa visa diminuir o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social nas ruas do município e orientar a população para que, nos casos de abordagem nos semáforos, por exemplo, direcione as pessoas para o serviço de assistência adequado.

“É um tema polêmico tratar a respeito das pessoas em situação de rua”, cita o prefeito de Toledo, Beto Lunitti, ao mencionar a ideia é debater com a comunidade. “A responsabilidade da solução do problemas sempre é do poder público e isso estamos fazendo desde que voltamos a prefeitura. Este é o momento de chamarmos a comunidade para discutirmos uma proposta que vai também fortalecer aquilo que o município se preparou para atender”.

Conforme o prefeito, atualmente, Toledo possui 109 moradores de rua cadastrados; do total, aproximadamente, 50 são moradores do município, ou seja, possuem família em Toledo, contudo, ocorreu a quebra de vínculos. “A proposta de discussão ela é estruturada em decorrência daquilo que o poder público local tem feito dentro das prerrogativas que estabelecem o SUAS, dentro das duas suas estruturas de ordenamento de serviços, colocando outras secretarias do interfaceamento das soluções, ou seja, Secretaria de Desenvolvimento Humano, Secretaria de Saúde, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, potencialmente, uma presença da Agência do Trabalhador e, para ações importantes e efetivas, a Guarda Municipal que se conecta a Polícia Civil e Militar”.

No contexto, Lunitti afirma que o município de Toledo cumpriu e está cumprindo a sua parte. “Agora, chegou pela forma de compreendemos a solução coletiva para o problema, propor as pessoas esse tema que estamos discutindo é especificamente se tratando de moradores de rua, especialmente, aqueles que vão aos semáforos, aqueles que vão aos pontos comerciais com insistência e importunação, pedir dinheiro para que eles possam comer, infelizmente, comprar drogas ou bebida de álcool. Nós estamos propondo a sociedade para este alerta de que se nós quisermos dar a dignidade a essas pessoas – que é o que o poder público tem feito durante três anos – nós precisamos também cessar este fornecimento dos recursos que é um mecanismo que se usa por eles para ficar na rua”.

ESMOLA NÃO DÁ DIGNIDADE – No caso das pessoas em situação de rua, o ato de dar esmolar, de dar dinheiro não é um ato que motiva o cidadão a sair das ruas, mas sim, acaba sendo um incentivo para que permanece nessa vida.

“O senso da colaboração, da sensibilidade humana, sempre têm que persistir em nossos corações, especialmente, para aqueles que precisam. A esmola é um termo bíblico que a gente precisa respeitar, porém, neste caso, especificamente, ela é estimulante a se permanecer. Uma família em vulnerabilidade que você sente que seu coração tem vontade de ajudar, prontamente tem que ser feito porque para essa família a esmola é essencial existir porque humaniza, assim como estamos humanizando propostas que possam dar solução efetiva para os moradores de rua”, pontua Lunitti.

Outro detalhe importante – que segundo o prefeito é fundamental – é que, as vezes, as pessoas em uma análise rasa da situação entendem que nós temos que reunir esses moradores em um espaço. “Elas dizem: colocam em um barracão para eles terem onde ficar, tomar o seu banho, comerem, etc., essa não é uma medida de solução, é uma medida que ao longo do tempo se potencializa e traz mais dificuldades porque se concentra o problema, cresce o problema, e a probabilidade de haver conflitos entre as pessoas e inclusive brigas que podem levar a homicídio é muito grande. Nós não queremos que Toledo tenha um espaço, desculpe a expressão, como se fosse uma cracolândia, a solução ela passa pelo coração de cada um de nós e é isso que a gente está propondo no município de Toledo”.

TRABALHO EM CONJUNTO – A secretária de Assistência Social, Solange Silva dos Santos Fidelis, salienta que o trabalho de acolhimento da pessoa em situação de rua envolve a atuação de diversos profissionais, além de forma conjunta com a sociedade.

“O serviço especializado em abordagem social faz esse contato inicial. Temos Creas II e a Casa de Passagem, implantada em 2022”, pontua Solange ao enfatizar que as soluções envolvem o interesse de todos ao enfatizar que a esmola não é o caminho.

Da Redação

TOLEDO

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