Fábrica do Hip Hop: Primeiro centro de cultura urbana de Toledo promove arte e inclusão

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A Fábrica do Hip Hop, inaugurada em agosto de 2025, é o primeiro centro de cultura urbana de Toledo. Criado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e promovido pela Associação de Hip Hop de Toledo (AH2T), o espaço nasce com a proposta de se tornar referência na cena local, oferecendo oferece eventos gratuitos voltados aos quatro pilares do hip hop: disc jockey (DJ), mestre de cerimônias (MC), breakdance (dança) e grafite.

Mais do que valorizar a prática artística, a Fábrica busca difundir conhecimento sobre a trajetória dessa cultura. Nesse sentido, a Oficina do Conhecimento integra os elementos do movimento e apresenta sua história, desde o surgimento em nível mundial até a consolidação em Toledo, incentivando uma reflexão sobre as raízes e os caminhos futuros do hip hop no município.

ESTRUTURA – A estrutura do espaço foi planejada para atender diferentes necessidades. No térreo, acontecem as aulas de dança no período noturno, além de oficinas gerais. O local também conta com acessibilidade para Pessoas com Deficiência (PcD). Já no piso superior, um dos ambientes é voltado a exposições e o outro abriga oficinas, ampliando as possibilidades de uso e integração.

VIÉS SOCIAL – A iniciativa, no entanto, vai além da dimensão cultural. Há um forte viés social no projeto, expresso tanto nas atividades desenvolvidas quanto nas parcerias com instituições de ensino superior. A coordenadora do projeto, Fernanda Fetter, ressalta essa conexão. “Nossos jovens que estão sendo atendidos dentro dos projetos, geralmente não estão acessando a universidade, isso é dificultoso”. Ela observa ainda que “eu vejo esse paradigma social de acesso e pertencimento que ainda está muito distante. Falamos de Toledo como uma cidade super desenvolvida, mas que talvez não esteja sendo olhado para o recorte desta sociedade. A Fábrica do Hip Hop, além de formar esses conhecimentos e saberes, também mostra que eles podem se sentir parte e que podem chegar ao ensino superior”.

Na mesma linha, a produtora cultural Mariana Gouveia reforça o caráter transformador da proposta. “A gente também tem a questão de quebrar paradigmas sociais, de falar sobre a cultura hip hop, que ainda é marginalizada. Existe preconceito, existe todo um viés por trás. Então, acho que é acima de tudo, informar e formar as pessoas que estão dentro da Fábrica.”

ATIVIDADES – As atividades são organizadas de forma planejada, respeitando a especificidade de cada elemento do hip hop. As aulas de dança e de MC, por exemplo, são contínuas, com duração de oito meses. A procura foi intensa, especialmente nas modalidades de dança, DJ, MC e grafite, o que levou à criação de uma fila de espera. À medida que surgem vagas, novas inscrições são abertas. Já as oficinas de grafite e DJ funcionam em ciclos de dois meses, sendo reabertas após a finalização, o que garantirá mais três turmas até o encerramento do projeto.

Combinando cultura, educação e inclusão social, a Fábrica do Hip Hop se apresenta como um marco para Toledo, ao valorizar a diversidade cultural, fortalecer a cena artística urbana e abrir caminhos de pertencimento. Para mais informações da programação e de inscrições, é possível entrar em contato pelo Instagram @ah2t.hiphop ou através do WhatsApp, pelo contato 45 99101-8145.

CONVERSA OESTE – Em entrevista ao podcast Conversa Oeste, as coordenadoras Fernanda Fetter e Mariana Gouveia, acompanhadas do assistente Gabriel Rhanderson, apresentaram os detalhes sobre a Fábrica do Hip Hop. O episódio, conduzido por Joana Magnabosco, já está disponível no canal do YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=e6-lmrZ8Aoo

Da Redação

TOLEDO

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