Formigas cortadeiras podem causar problemas na cidade e no campo

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As formigas cortadeiras, como as saúvas (gênero Atta) e quenquéns (Acromyrmex), podem representar uma ameaça significativa ao agronegócio devido aos danos que causam às culturas. Elas cortam e transportam folhas para seus ninhos e cultivam fungos que servem como fonte de alimento.
De acordo com o técnico em Agropecuária e extensionista rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Luciano José de Souza, observa-se que esse comportamento pode resultar em perda de produtividade, danos às árvores e até mesmo na destruição de plantações inteiras, causando impactos no agronegócio e perda de produtividade.
As formigas cortadeiras podem reduzir a produtividade de culturas como milho e pastagens, além de árvores frutíferas e florestas. A destruição da folhagem por formigas cortadeiras pode comprometer a saúde e o desenvolvimento das árvores. As formigas tropicais e fúngicas são endêmicas na América do Sul e Central, no México e em partes do sul dos Estados Unidos.
“Observamos danos econômicos na fruticultura e em algumas lavouras comerciais de soja, trigo e milho. A formiga cortadeira deixa o talo de pé. De um modo geral, as formigas estão mais presentes na sociedade”, destaca o técnico em Agropecuária.
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Souza explica que caso as pessoas não mantenham uma vigilância constante as formigas cortadeiras continuam a se reproduzir, pois o clima da região é considerado favorável.
Outro fator destacado pelo profissional é a diminuição do predador. “A formiga segue se reproduzindo e os seus predadores, como tatu, pássaros ou outros animais da natureza, diminuindo”, destaca o técnico em Agropecuária.
RECOMENDAÇÕES – O extensionista rural do IDR-PR revela que qualquer ação para buscar uma solução para a formiga cortadeira são importantes, porém segundo ele, não é possível eliminá-la em sua totalidade. “Nós tentaremos uma boa convivência entre o animal e o ser humano. O importante é que a vigilância da população deve ser constante”.
Souza esclarece que a morfologia do ninho de formigas cortadeiras é complexa. “O ninho tem vários olheiros e é da natureza da formiga procurar um lugar para armazenar o vegetal, o que será responsável pela produção do fungo”. Ele ainda menciona que enquanto a formiga rainha estiver viva, o ninho não acabará. “Exemplo: uma isca deve contaminar o ninho, porém nem todas formigas devem morrer antes de chegar na rainha. Matar a formiga rainha não é uma ação fácil, pois ela possui a sua proteção”.
Conforme o extensionista do IDR-PR, o ninho pode chegar a oito metros de profundidade, caso não tenha o lençol freático. “O formigueiro pode ter mais de um milhão de indivíduos. Além disso, pode ter túnel de mais de 200 metros de cumprimento até chegar no ninho”. Ele conta que as pessoas, às vezes, enxergam o ‘bolo de terra’, mas o ninho em si pode estar mais distante. É recomendável observar o trilho das formigas e o que elas estão carregando. Assim, é possível oferecer uma isca”.
De maneira geral, a vida útil de uma formiga é de aproximadamente 45 dias. “O período está favorável para o desenvolvimento. Mas se conseguir eliminar a formiga rainha, em cerca de 60 dias o ninho se acaba. A sociedade deve, em si, manter o monitoramento e o combate constante”, menciona Souza.
Ele complementa que receitas caseiras funcionam momentaneamente. “Também é preciso manter a atenção com a aquisição de produtos não registrados ou recomendáveis, porque alguns são hidrossolúveis e, principalmente, manter o cuidado para não contaminar o lençol freático. É preciso ser persistente para diminuir a população de formigas. Assim será possível manter a convivência entre a formiga e o ser humano”, afirma o profissional.
Da Redação
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