Brasil e Paraguai avançam em plano de saúde na fronteira

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A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) participa nesta semana do evento “Saúde nas Fronteiras Brasil e Paraguai”, em Ponta Porã (MS). A iniciativa, que começou nesta segunda-feira (28), reúne autoridades brasileiras e paraguaias e tem como foco avançar na construção do Projeto de Monitoramento para Vigilância em Saúde na Fronteira Brasil–Paraguai, promovendo maior integração entre os sistemas de saúde e aprimorando a capacidade de resposta a emergências sanitárias.

As áreas fronteiriças apresentam características específicas, como o intenso fluxo de pessoas, mercadorias e veículos, além das diferentes realidades socioeconômicas e sanitárias, o que exige ações coordenadas, especialmente na área da saúde.

Para o diretor-geral da Sesa, César Neves, a união entre os estados brasileiros e o Paraguai é fundamental para proteger a população. “As regiões de fronteira exigem um olhar especial, e essa ação conjunta é essencial para estabelecermos um plano de cooperação forte e contínuo. Trabalhar juntos é o caminho para garantir a saúde da nossa população”, afirmou.

O projeto, coordenado pela diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, propõe a criação de uma rede de monitoramento integrada, utilizando dados epidemiológicos, informações socioambientais, tecnologias de informação e inteligência de gestão para tornar atenção e a vigilância mais eficientes e proativas.

“Estamos empenhados em consolidar essa cooperação bilateral para fortalecer a proteção da saúde nas regiões de fronteira. A integração entre os países é um passo fundamental para uma resposta rápida e efetiva a eventuais emergências em saúde pública”, destacou a diretora Maria Goretti David Lopes.

Durante o encontro, o secretário de Estado da Saúde de Mato Grosso do Sul, Maurício Simões, ressaltou a necessidade de pensar a saúde além das fronteiras geográficas.

“A saúde não deveria ter fronteiras. Estamos tratando de doenças transmissíveis que não respeitam limites, e precisamos de estratégias coletivas e multinacionais para enfrentá-las de maneira eficaz”, afirmou. Simões também destacou a importância da parceria com o Paraná e mencionou que a discussão deverá, futuramente, ser ampliada para outras fronteiras, como as com Bolívia e Argentina.

O assessor de assuntos internacionais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Douglas Lima, elogiou o empenho dos estados em estruturar a ação conjunta.

“O fortalecimento da vigilância e da assistência em saúde nas fronteiras é fundamental para proteger tanto os brasileiros quanto nossos irmãos paraguaios. Pensar a saúde de forma integrada nas regiões de fronteira é promover a redução do adoecimento, fortalecer as ações de vigilância e criar mecanismos de resposta mais rápidos e eficazes”, destacou.

Do lado paraguaio, o diretor-geral de Desenvolvimento e Redes de Serviços de Saúde, Gustavo Ortiz, destacou a importância da atuação conjunta. “O fortalecimento da saúde nas fronteiras exige trabalho conjunto e ações coordenadas, com foco na Atenção Primária, vigilância, transporte e uma gestão eficiente conforme os níveis de complexidade. Esse esforço integrado permitirá enfrentar os grandes desafios atuais e gerar um impacto positivo na saúde nos próximos anos”, afirmou.

AVANÇOS – A reunião marca um avanço importante na estruturação de ações integradas de monitoramento de riscos em saúde pública, com ênfase na coleta e análise de dados, integração de sistemas de informação, capacitação de profissionais e fortalecimento da resposta rápida às emergências.

“A expectativa é que, nos próximos meses, os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, junto ao Paraguai, consolidem a criação de uma rede transfronteiriça de atenção e vigilância em saúde que sirva de modelo para outras regiões de fronteira, promovendo maior segurança sanitária não apenas para os envolvidos, mas para toda a América Latina”, reforçou Maria Goretti.

A construção do projeto é fruto de um esforço conjunto que conta com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), dos Ministérios da Saúde do Brasil e do Paraguai, além da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O objetivo é consolidar uma rede transfronteiriça de saúde que abranja todos os municípios localizados na fronteira entre os dois países.

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