Fundação Waldyr Luiz Becker: 20 anos de empatia e cuidado com pacientes oncológicos

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Há projetos que nascem de sonhos. E há sonhos que brotam da empatia.
A empatia floresce quando se enxerga o outro em sua totalidade, não apenas com os olhos, mas com o coração. Foi com esse olhar sensível que Waldyr Luiz Becker percebeu a dor e a coragem dos pacientes que, como ele, enfrentavam o tratamento oncológico.
Entre consultas, internações, sessões de rádio e quimioterapia, Waldyr conheceu pessoas que compartilhavam o mesmo desafio do câncer, mas viviam realidades diferentes. Muitas enfrentavam dificuldades que iam além da saúde, como carências financeiras, emocionais e materiais.
Dessa convivência nasceu o desejo de acolher, de estender a mão, de transformar empatia em ação. O sonho, porém, foi interrompido quando Waldyr foi levado pela doença. Mas o amor e o propósito permaneceram. Movida pelo desejo de dar continuidade a esse sonho, sua filha, Andrea Becker, decidiu transformar o sonho em realidade, com a ajuda de pessoas próximas. Assim, há 20 anos, nasceu a Fundação Waldyr Luiz Becker, um espaço de acolhimento e solidariedade que oferece apoio a pacientes oncológicos e seus familiares.
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O cuidado vai além dos exames e do diagnóstico. Andrea relata que “recebemos o paciente como um ser humano que passa por suas dificuldades, por seus problemas emocionais e por seus conflitos externos e internos. Nesse momento, a gente enxerga toda uma situação, enxerga muito além. Então, oferecemos todo esse acompanhamento emocional, nutricional e de orientação sobre os seus direitos.
A Fundação oferece atendimento multidisciplinar, com psicóloga e nutricionista, em horários agendados. “Os profissionais que atendem lá na fundação, como as nutricionistas e a psicóloga, todos são remunerados para poder prestar um atendimento com horário marcado, com agendamento para os pacientes. E tudo isso que é oferecido é gratuito. Então, não importa pra nós se o paciente é do Sistema Único de Saúde (SUS), de convênio ou particular. Ele vai receber tanto a doação quanto o atendimento”, explica Andrea.
A preocupação da instituição vai além da doença, incluindo também suporte jurídico e social. “Os pacientes pagam aluguel muitas vezes. Não têm recursos pra pagar um suplemento alimentar, pra ter uma cama hospitalar dentro de casa, uma cadeira de rodas ou de banho, por exemplo. A grande maioria dos pacientes ou são provedores da casa, ou também contribuem pro custeio do lar. Quando eles deixam de trabalhar ou precisam se ausentar, a renda cai. E aí não conseguem mais comprar o alimento”, enfatiza a fundadora.
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Por isso, a Fundação realiza doações de cestas básicas, suplementos alimentares e itens que facilitam a vida dos pacientes e de suas famílias. O olhar cuidadoso também se estende aos cuidadores. “É um olhar sistêmico, digamos assim. Se a gente pode abranger dessa forma, pensando no paciente como um cidadão, como um ser humano que está numa fase muito difícil da vida e que precisa de assessoria, precisa que alguém esteja acolhendo pra auxiliá-lo no que for preciso”, ressalta.
Para manter-se, a Fundação realiza a venda de roupas, calçados e utilidades domésticas em um bazar, além de jantares beneficentes, eventos e conta com o apoio de mantenedores e voluntários. “Se as pessoas descobrissem como é bom fazer o bem pra alguém, veriam que você faz mais bem pra você do que pra pessoa que está ajudando. Quando você entende que, ao ajudar o teu próximo mais próximo, isso se estende, e esse por sua vez ajuda outro próximo, e assim vai. Assim, forma-se uma corrente do bem”. conclui Andrea.
Da Redação
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