Em busca da cura: grupo de apoio acolhe e ajuda a amenizar a dor

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Perdas irreparáveis. Dores inexplicáveis. Tentativas de cura para as feridas. Quem fica não tem as respostas, apenas o desejo de que algo seja feito, a vontade de que ninguém mais parta de tais formas, mas sim que tenha um recomeço, que seja visto, que seja ouvido, que tenha vida.

Entre dores e as tentativas de ajudar o próximo surgiu o Aconchego Grupo de Apoio aos Depressivos e Seus Familiares. Em 2015, ocorreu a primeiro reunião do grupo com uma palestra do psiquiatra Ronan D’Ávila, no salão da Vila Pioneira. Desde então, os encontros continuam acolhendo, recebendo e ajudando quem precisa e aceita ajuda.

“Em 22 de setembro de 2013, meu filho mais velho se suicidou, a dor da perda foi muito grande e ao lado de seu caixão falei para uma amiga que no que dependesse de mim, faria o possível para que outras mães não sentissem a dor que eu estava sentindo”, conta a fundadora e uma das coordenadoras do Aconchego Grupo de Apoio aos Depressivos e Seus Familiares, Teresinha Gayardi Magnabosco.

Teresinha recorda que após um tempo fazendo terapia com psiquiatra, psicólogo, acupuntura e terapias alternativas/holísticas surgiu a iniciativa de criação o grupo. “Em uma conversa com minha amiga Neusa Bamberg nos propusemos a coordenar um grupo de apoio para as pessoas depressivas e seus familiares para auxiliar as pessoas visando a prevenção ao suicídio”, pontua.

O Aconchego Grupo de Apoio aos Depressivos e Seus Familiares tem a missão de estar unido por um ideal, com isso, Teresinha reforça que o grupo intenta desenvolver ações que procuram amenizar a dor e incentivar a alegria e colorido da vida nos 365 dias do ano. “Nosso grupo é aberto a todos que sintam o chamado em seu coração em busca de ajuda para superar sua depressão ou problemas que causam, como costumamos dizer, aquela dor na alma e que traz ideações que não condizem com seu pensamento quando estão de bem com a vida”, destaca.

ACOLHIMENTO – O Grupo Aconchego, segundo a fundadora, é um lugar para as pessoas se reunirem com problemas semelhantes, onde aprendem que não estão sozinhas, onde cada indivíduo é respeitado, onde os membros/participantes ajudam e encorajam uns aos outros, onde são estabelecidos objetivos para ajudar e eliminar problemas. Além disso, é um lugar para dividir e aprender como lidar com as ‘recaídas’, um lugar onde os participantes tornam-se parte de um grupo de whatsapp onde eles podem encontrar apoio ‘do outro lado da linha’.

“Este Grupo não é um lugar de terapia; ligado a nenhuma crença religiosa; ligado a partidos políticos; um lugar para discutir sintomas, uma vez que as pessoas com ataques de pânico são altamente sugestionáveis e sentem medo de desenvolver os mesmos sintomas que estão sendo descritos”, esclarece.

OS ENCONTROS – Conforme a fundadora, as reuniões são quinzenais e ocorrem nas semanas 1 e 3 de cada mês, sempre às terças no Condomínio Barbieri – Rua 7 de Setembro, 1180, Sala 21, em frente ao Banco do Brasil. Na semana 1, as reuniões são no formato de roda de conversa com os participantes do grupo; na semana 3 são levados os convidados que escolhem o tema a ser abordado.

Teresinha explica que esses convidados são pessoas voluntárias que podem ser profissionais da área da saúde, nutricionistas, fisioterapeutas, educador físico, profissionais da educação. “Enfim pessoas voluntárias que compreendem como é a dor e o sofrimento das pessoas depressivas e dos familiares destas, doando uma parte de seu tempo e de suas vidas para apoiar essas pessoas”.

SETEMBRO AMARELO – Em relação ao Setembro Amarelo, Teresinha destaca a importância desse tipo de iniciativa. “A primeira medida preventiva é a educação: é preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto, derrubar tabus e compartilhar informações ligadas ao tema. Saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio no Brasil”, aponta ao citar que segundo a OMS, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, desde que existam condições mínimas para oferta de ajuda voluntária ou profissional.

“Oferecer esperança, ajuda e apoio para pessoas que sofrem de depressão, assim como aos seus familiares por meio do grupo de autoajuda. Essa foi a maneira que encontrei para superar a dor da perda de uma pessoa que eu amo muito e onde aprendi que ao fazer o bem ao meu próximo eu me sinto bem, visto que eu escolhi viver”, conclui ao destacar a importância em falar sobre o assunto, em enaltecer a vida.

Da Redação

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