Guerra Rússia x Ucrânia: Toledo se prepara para receber refugiados

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Na última terça-feira (8) – no 13º dia da invasão à Ucrânia – a Rússia prometeu um cessar-fogo parcial em algumas cidades ucranianas para a saída de civis de áreas de conflito. A Organização das Nações Unidas (ONU) já contabiliza mais de dois milhões de refugiados em decorrência da guerra.

O Paraná possui aproximadamente 450 mil ucranianos vivendo em diversas comunidades de seus municípios e Toledo, além de possuir uma comunidade com sede em Ouro Preto, tem filhos ou netos de ucranianos com parentes envolvidos na guerra Rússia x Ucrânia. Na última segunda-feira (7), a Comissão de Acolhimento de Toledo aos Refugiados desta guerra – sob a coordenação de Juliandro Ostapechen de etnia ucraniana – esteve com o prefeito Beto Lunitti, o vice Ademar Dorfschmidt e alguns secretários municipais.

Juliandro explica que o encontro teve como objetivo apresentar e analisar em conjunto a possibilidade do município de Toledo em acolher possíveis ucranianos e outras descendências residentes na Ucrânia (expatriados).

“A Comissão já esteve reunida com diversas pessoas da etnia e interessados no acolhimento, organizando inclusive os setores com seus responsáveis, que deverão ser mobilizados para o real atendimento aos refugiados que aqui por ventura chegarem”, afirma Juliandro.

Ele conta que já obteve inúmeras adesões do empresariado local para a concretização desta ação, assim como a manifestação favorável da Igreja. O representante da Comissão ainda explica que inúmeros outros segmentos da sociedade estão sendo agendados para visitas futuras com o propósito de buscar possíveis parcerias.

“Tenho primos e amigos naquela região. O último contato realizado foi no dia 4 de março. Eles estão em uma cidade mais no interior. A princípio, a informação que temos é que todos estão bem. Todos confiam que os homens da comunidade conseguirão protegê-los quando chegarem as tropas”, menciona o coordenador da Comissão.

Ele complementa que os relatos são mais preocupantes em cidades consideradas mais centrais ou em zona de conflito. “Existem famílias que estão procurando abrigos subterrâneos, porque existe o sentimento nacionalista de não querer deixar as casas. Com todas as pessoas que tenho contato, se for preciso vou recebê-las em minha residência. No entanto, o pensamento – considerado padrão – da maioria das pessoas é não sair do País e quem saiu quer ficar próximo da fronteira para retornar para a sua cidade ou sua casa quando for possível”.

AUTORIZAÇÃO – Mesmo em uma condição de acolhimento, a Europa deve viver momentos preocupantes diante do intenso fluxo de refugiados. “Muitas famílias não querem se afastar, porque elas desejam votar para os seus lares. A situação é muito crítica. Muitas pessoas não encontram mais um abrigo nas casas das famílias”, comenta o coordenador da Comissão.

No Brasil, Juliandro explica que o Governo Federal autorizou em Portaria Interministerial a criação do passaporte humanitário, possibilitando com direitos e deveres a entrada de refugiados no País. “O Itamarati deve trazê-los até Guarulhos. Por sua vez, a Representação Ucraniano Brasileira e três ONGs do Brasil – que se interessaram em cuidar desta situação – estarão acolhendo inicialmente estes refugiados”.

Segundo o coordenador da Comissão, a próxima etapa será encaminhar essas pessoas aos municípios autorizados e preparados, que possuam capacidade de alojamento e amplo atendimento. “O Governo do Estado do Paraná acenou favorável ao total apoio no acolhimento aos refugiados”.

ENCAMINHAMENTOS – No município, o prefeito Beto Lunitti, é solidário a ação e aprovou a iniciativa. “Ele já tinha algum conhecimento do assunto através de informações pelo seu vice. O prefeito fez contato junto ao Legislativo da possibilidade de se estudar alguma Lei e que possa atender tal acolhimento”, afirma Juliandro ao complementar que ele também mobilizou algumas Secretarias para o pronto atendimento.

O coordenador da Comissão menciona que após trocas de informações a respeito do assunto, o prefeito indicou o nome da secretária Jeniffer Thays C. Teixeira para compor a Comissão e acompanhar os trabalhos.

Ao final, a Comissão se responsabilizou em verificar junto a coordenação estadual, os procedimentos seguintes junto aos órgãos competentes e a possibilidade de quantificar o número de refugiados para a região, uma vez que o Paraná tem outras comunidades ucranianas em seus municípios.

A expectativa é realizar uma reunião entre Diocese de Toledo, Prefeitura e Comissão de Acolhimento na próxima sexta-feira (11). Conforme Juliandro, antes de confirmar que Toledo receberá refugiados é necessário solucionar algumas questões, entre elas, estruturas em que as pessoas irão morar, número de refugiado, perfil, educação e saúde. “A primeira análise é de espaço para deixar as pessoas. Gostaríamos de saber se Igreja poderá colaborar com a estrutura. Muitos querem oferecer a própria casa ou o quarto, mas isso deixa uma margem de incerteza. Também precisamos ampliar a análise em outros serviços, como educação e saúde. É uma operação delicada, porém iremos cumpri-la”.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Assessoria

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