Hepatites virais são doenças silenciosas

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As hepatites virais são problemas graves na saúde pública no Brasil e no Mundo. Em suas diversas formas, podem ser doenças silenciosas e perigosas, mas com conscientização, prevenção e diagnóstico precoce, é possível reduzir os riscos e garantir um tratamento eficaz. Neste mês, o Julho Amarelo, o Ministério da Saúde alerta para a realização de ações de vigilância, prevenção e controle desta doença.
O médico clínico Elias Pereira da Silva Junior, que atua há 15 anos no Hospital Bom Jesus, explica que as hepatites virais são doenças que acometem o fígado e, na maioria das vezes, são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Contudo, quando os sintomas estão presentes, a pessoa sente febre, cansaço, mal estar, vômito e dor abdominal. Os sintomas mais comuns são a pele e o olhos amarelados, além da urina escura e fezes claras, mais branquinhas.
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“As hepatites virais mais comuns no Brasil são causadas pelos vírus A, B e C. Ainda existe o a hepatite D, mais comum na região Norte do país. E ainda existe o vírus da hepatite E, menos frequente no Brasil sendo mais encontrado em outros países como a África e Ásia”, afirma Junior.
TRANSMISSÃO – O médico clínico explica que no caso da hepatite A, a transmissão mais comum é pelo contato oral/fecal, ou seja, geralmente está ligado a condições inadequadas de saneamento básico ou de higiene pessoal e por alimentos diários contaminados. “Ela é mais comum em crianças e a letalidade aumenta com a idade”.
A hepatite B pode ser transmitida por via sexual e por contato com o sangue contaminado. A hepatite C também é transmitida basicamente como a hepatite B. “Geralmente por contato com o sangue contaminado, reutilização de materiais médicos ou odontológicos que não sejam devidamente esterilizados, compartilhamento de seringas, agulhas, materiais de manicure e pedicure, como alicates, tesouras, entre outros. Cirurgias que não observam a biossegurança adequada”, relata o médico clínico.
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Ele complementa que tanto a hepatite B como a C podem ser transmitidas por via sexual, porém o mais comum de ser transmitida por via sexual é a hepatite B, porque ela pode ser transmitida pelo contato com o sangue, o sêmen ou secreções vaginais de pessoas infectadas. “A hepatite C é mais comum em relação sexual anal, que é onde tem mais risco de sangramento”.
Junior pondera que as consequências para a saúde são inúmeras. “Por se tratar de doenças que, geralmente, são silenciosas não apresentam sintomas e, às vezes, quando a pessoa é diagnosticada ou apresenta sintoma já está em uma forma mais crônica. Quando faz o diagnóstico, às vezes, já tem algumas complicações, como insuficiência hepática, cirrose ou até mesmo desenvolver o câncer de fígado”.
TRATAMENTO – No caso da hepatite A não existe tratamento específico para ela. “O importante é evitar o uso desnecessário de medicamentos que podem intoxicar o fígado. Também é preciso evitar bebida alcoólica”, menciona o médico.
Na hepatite B, o tratamento é realizado com medicamentos antivirais específicos e vai retardar que essa hepatite evolua para um quadro de cirrose e também diminua a incidência de câncer de fígado. Geralmente, melhora a sobrevida do paciente a longo prazo.
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De acordo com Junior, o tratamento da hepatite C é feito com antivirais de ação direta e apresenta uma taxa de cura de mais de 90%. “O tratamento dura de 12 a 24 semanas e possibilitam a cura da infecção na maioria dos casos”.
O médico destaca que a principal importância da vacinação é para prevenir as possíveis complicações da hepatite que pode levar a quadros de cirrose ou insuficiência hepática, que é o câncer de fígado. “A vacina para hepatite A está disponível no SUS e também em clínicas particulares. A vacina da hepatite B está disponível também pelo SUS e também em clínicas particulares tanto para adultos como para crianças”.
Junior recomenda a vacina para evitar problemas futuros por se tratar de uma doença silenciosa. “Muitas vezes, quando a pessoa faz o diagnóstico já está em um estágio avançado. No caso da hepatite A, principal forma de prevenção é continuar abrindo os alimentos antes de consumir, lavar bem as mãos antes de manipular os alimentos e lavar bem frutas, verduras e legumes, não tomar banho ou evitar águas contaminadas e usar instalações sanitárias”.
O médico relata que na hepatite B é a principal forma de prevenção é a vacinação e na hepatite C é a principal forma de prevenção é não compartilhar objetos que possam ter entrado em contato com o sangue, como seringas, agulhas e materiais de manicure, pedicure e usar preservativo durante as relações sexuais”.
Da Redação
TOLEDO
Sintomas das hepatites
HEPATITE A – Também é conhecida como “hepatite infecciosa”. Em boa parte dos casos, a hepatite A pode ser benigno, porém, a idade é um fator de risco que pode apresentar fatalidade.
HEPATITE B – Chamada de “doença silenciosa”, a hepatite B nem sempre apresenta sintomas iniciais, dificultando o diagnóstico precoce. Em casos crônicos, quando não detectados, pode sofrer complicações graves, como cirrose, insuficiência hepática e até mesmo câncer no fígado.
HEPATITE C – Suas manifestações podem ser aguda ou crônica, da qual esta segunda é mais comum, também de caráter silencioso. Sua evolução é sorrateira e apresenta inflamação persistente no fígado.
HEPATITE D – “Também chamada de Delta, é causada pelo vírus HDV. Esse vírus depende da presença da infecção pelo vírus HBV (hepatite B) para infectar um indivíduo. Existem duas formas de infecção pelo HDV: coinfecção simultânea com o HBV e superinfecção do HDV em um indivíduo com infecção crônica pelo HBV”.
HEPATITE E – Em boa parte dos casos, a hepatite E pode ter caráter benigno, podendo ser aguda de curta duração e autolimitada. Porém, também pode ser fulminante.