Influenza Aviária deixa setor em alerta; encontros acontecem no Oeste

A Influenza Aviária ou Gripe Aviária é uma ameaça para a avicultura comercial. Uma doença altamente contagiosa e ainda não foi registrada no Brasil. Casos entre aves silvestres foram registrados na Argentina e no Uruguai. A partir desse registro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e as secretarias estaduais de Agricultura intensificaram as medidas de prevenção contra a doença em todo o território brasileiro.

A ocorrência em vários países da América do Sul da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e diante da grande importância do Estado e especificamente na região Oeste com a produção e a exportação de carne de frango, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural e o IDR-Paraná iniciaram uma série de reuniões para discutir medidas de contingência contra a doença.

Na ocasião, a atualização da legislação sanitária em avicultura será abordada nos encontros, assim como as ações efetuadas por integradoras e produtores e as atuações com a Adapar visando reduzir os riscos da ocorrência da enfermidade. Os encontros acontecem em diversos municípios, como Assis Chateaubriand, Santa Helena, Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Mercedes, Pato Bragado, Entre Rios de Oeste e Foz do Iguaçu.

O gerente regional do IDR-Paraná, Ivan Decker Raupp, afirma que uma reunião aconteceu na Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop) para o repasse de informações aos participantes. Também foi destacada a necessidade de descentralizar os encontros para outras cidades. “Assim, surge a ideia das reuniões nos municípios da região Oeste”.

De acordo com Raupp, diante da repercussão que uma doença dessa natureza pode ter caso seja registrada no Brasil ou até mesmo no Paraná, é preciso conscientizar e trazer informações importantes para as lideranças do setor, além dos agricultores, cooperativas, cerealistas, sindicatos, lideranças políticas.

“Os esforços são levar informações qualificadas para quem interessa e medidas necessárias para evitar eventual ou até mesmo retardar a entrada da Influenza Aviária. A doença pode trazer prejuízo à economia e o desenvolvimento da região Oeste do Paraná”, enfatiza o gerente regional do IDR-Paraná.

O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. Atualmente, o país tem passe livre para exportar sua produção para cerca de 150 países, obtendo uma receita anual da ordem de US$ 7,6 bilhões. O Paraná é o primeiro estado no ranking nacional na exportação de carne de frango. Segundo o Diagnóstico Agropecuário Paranaense, safra 2020/2021, da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), as vendas de carne de frango somaram US$ 2,8 bilhões no período. As exportações de frangos vivos e ovos férteis atingiram US$ 27,7 milhões. O Paraná ainda é o segundo maior produtor de ovos do país.

REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA – No município, a Câmara Técnica de Sanidade Agropecuária do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio de Toledo (CMDAT) promove uma reunião extraordinária para abordar o assunto. O encontro acontece nesta terça-feira (25), às 14 horas, no auditório do Sindicato Rural de Toledo.

O médico veterinário da Adapar, Marcio Eidi Ogassawara, vai abordar as medidas de contingência contra a Influenza Aviária. Ele também explicará a necessidade de fazer um panorama sobre a evolução da doença na América do Sul e as medidas preventivas. Temas sobre a biossegurança dos aviários, telas, cerca, restrições de visitas serão abordados na terça-feira.

“O Brasil e o Paraguai não possuem casos confirmados. Na Argentina, as informações apontam que a doença continua avançando. Inclusive, 68 focos foram registrados na semana retrasada. Por isso, a importância de promover esse tipo de ação”, afirma Marcio.

MEDIDAS PREVENTIVAS – O médico veterinário menciona que as empresas integradoras trabalham bastante as questões das medidas preventivas. “A equipe da Adapar intensifica na cobrança das medidas. Em nossa rotina, a Agência trabalha a implementação e a aplicação dessas medidas. Além disso, toda a fiscalização é realizada em estabelecimento avícola, com destaque para orientações sobre biossegurança”.

Nos aviários comerciais, a Adapar não encontra dificuldade de biossegurança. “Os produtores estão conscientes do risco e do problema. Por isso, eles estão atentos a essas medidas”.

CONSEQUÊNCIAS – Caso ocorra o registro da Influenza Aviária no país, o médico veterinário aponta que existem dois cenários. “Se a Influenza Aviária for encontrada em uma produção para subsistência ou em aves silvestres, a Adapar executará as ações e a exportação não será suspensa”.

No entanto, se o caso for registrado em uma granja comercial, seja de corte, de postura ou reprodutora (no atual cenário), Marcio destaca que as exportações serão suspensas. “Esse cenário é o mais preocupante para a cadeia. Por exemplo, somente no município de Toledo em torno de 16 milhões de aves estão alojadas”.

O médico veterinário da Agência reforça para todos os avicultores que implementem as medidas e deixem o seu plantel protegido. “Quando o produtor perceber algum sinal clínico que indique a Influenza Aviária, solicitamos que a Adapar seja notificada. Assim, um profissional fará o acompanhamento. Precisamos fomentar a questão da comunicação em caso de suspeita nas aves de subsistência”.

As reuniões na região Oeste seguem o seguinte calendário:

– Dia 25/04/23, às 9h, em Assis Chateaubriand, na sede da Aciac (Associação Comercial e Industrial de Assis Chateaubriand);

– Dia 25/04/23, às 14h, em Toledo, no Auditório do Sindicato Rural;

– Dia 26/04/23, às 14h, em Guaíra, no Centro Administrativo Municipal;

– Dia 27/04/23, às 9h, em Santa Helena, na Câmara de Vereadores;

– Dia 27/04/23, às 9h, em Marechal Cândido Rondon, na Acimacar (Associação Comercial e Industrial de Marechal Cândido Rondon)

Da Redação

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