Metanol: após descartar caso suspeito de intoxicação, Saúde reforça alerta à população

Por Jornal do Oeste Publicado em 14/10/2025 - 12:00 Atualizado em 14/10/2025 - 09:22

O objetivo do alerta é orientar a população quanto aos perigos da substância e reforçar a importância de adquirir bebidas apenas de fontes seguras Crédito: Sandro Araujo/Agência Saude

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Após a primeira suspeita de possível intoxicação por metanol em Toledo, os exames laboratoriais confirmaram que o caso foi descartado conforme o fluxo e protocolo encaminhado à amostra do paciente para análise via Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR).

A divulgação do resultado negativo ocorrida na última sexta-feira (10), não invalida as orientações de alerta e cuidados reforçadas pelas autoridades em saúde sobre o risco de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica que pode causar graves danos ao organismo e até levar à morte. O objetivo do alerta é orientar a população quanto aos perigos da substância e reforçar a importância de adquirir bebidas e produtos apenas de fontes seguras e regulamentadas.

O diretor de Vigilância em Saúde, Junior Palma, alerta a população sobre os sinais e sintomas sobre casos suspeitos por intoxicação de metanol. “Sintomas como visão turva, dor de cabeça, náusea, tontura e até mesmo confusão mental começam a iniciar entre 12 e 72 horas após o consumo de álcool. Caso alguém tiver algum tipo destes sintomas após ingerir bebida alcoólica, nós estamos orientando que procure um serviço médico mais breve possível. A Secretaria de Saúde irá atuar, verificar, acolher esse paciente conforme o fluxo e as notas técnicas específicas para intoxicação por metanol”.

AÇÕES – Ele enfatiza ainda que a Vigilância Sanitária também atua conforme a Nota Técnica Conjunta nº 11/2025, que foi elaborada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) para orientar os municípios sobre o manejo em casos suspeitos por intoxicação de metanol.

“A Vigilância Sanitária desempenha um papel fundamental na proteção da saúde pública diante de situações envolvendo intoxicação por metanol associada ao consumo de bebidas alcoólicas. Importante informar que a Vigilância Sanitária atua conforme a Nota Técnica Conjunta nº 11/2025 – DAV/SESA – PR e de acordo com o fluxo estabelecido para casos de notificação de suspeita por intoxicação por metanol, sendo assim, a Vigilância Sanitária atua de forma conjunta com outras áreas técnicas inerentes para investigar a origem da bebida, verificar o local de venda e avaliar se há risco para outras pessoas”, salienta Palma.

O diretor de Vigilância em Saúde complementa que “durante a investigação, são realizadas ações de fiscalização nos estabelecimentos que estejam de algum modo associado com algum caso suspeito, podendo haver coleta de amostras para análise e, se necessário, interdição de produtos ou locais até que a segurança seja garantida”.

ORIENTAÇÕES – Com a exclusão deste caso suspeito, dentro do âmbito da 20ª Regional de Saúde o diretor e médico Fernando Pedrotti comenta que “não há notificação de novos casos suspeitos, até o momento – tarde de segunda-feira (13)”. Mesmo assim, ele afirma que o alerta está mantido, assim como a orientação de cuidados. A Sesa orienta alguns cuidados ao consumir bebidas alcoólicas, como adquirir apenas de locais confiáveis e desconfiar de preços muito baixos, verificar se o líquido está limpo e se o lacre da garrafa está intacto. Rótulos tortos, borrados ou com erros podem indicar falsificação. Conferir se a embalagem tem o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que garante a fiscalização da produção.

Em bebidas destiladas, verificar se há o selo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que indica que o produto passou pela inspeção oficial. Importante ressaltar que estabelecimentos devem exigir nota fiscal dos fornecedores para garantir a origem das bebidas.

INDICAÇÃO – A vereadora Olinda Fiorentin fez a indicação nº 1.392, na última segunda-feira (13), para que o Poder Público realize uma ação integrada de fiscalização envolvendo profissionais da Vigilância Sanitária, alvará e Secretarias Municipal de Segurança e Trânsito e Saúde. Segundo Olinda, o objetivo principal é inspecionar e coibir a comercialização de bebidas, possivelmente, adulteradas com metanol. “Queremos prevenir novos casos suspeitos de intoxicação na cidade”.

Ela pontua que como integrante da Comissão da Seguridade Social e Cidadania (CSS), que aborda temas como saúde, assistência social e cidadania, foi cobrada para desenvolver ou sugerir uma ação. “Nós precisamos fazer uma ação neste sentido. Precisamos chamar mais fiscais para acompanhar os espaços. É uma ação pública”. Na oportunidade, a vereadora disse que vai indicar novamente a fiscalização do cigarro eletrônico no município.

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Da Redação

TOLEDO

Operação Salus fiscaliza estabelecimentos em Toledo e em 20 municípios

Diante do aumento de casos suspeitos de intoxicação por metanol em diversas regiões do país, o Procon intensificou as ações de fiscalização para coibir a venda de bebidas alcoólicas adulteradas. A Operação Salus, uma grande força-tarefa de fiscalização voltada ao combate à adulteração e ao contrabando de bebidas, foi realizada na última quarta-feira (8), simultaneamente em 21 municípios de oito estados. Em Toledo, a Operação foi realizada pelo Procon.

A coordenadora do Procon Toledo, Janice Finkler, explica que a Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro organizou a Operação. A Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE) atuou como colaboradora, oferecendo o Treinamento Nacional de Identificação de Bebidas Falsificadas, Descaminhadas e Fora da Conformidade Legal. “O treinamento teve como objetivo capacitar integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e órgãos parceiros na identificação de bebidas irregulares, reforçando a proteção da saúde e segurança dos consumidores”.

Durante a Operação Salus, os estabelecimentos em que foram encontradas alguma irregularidade, foram notificados e têm prazo de dez dias para apresentar defesa. Se foi constatado que foi disponibilizado um produto impróprio para o consumo, Janice comenta que a empresa pode sofrer sanção que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelecer.

Durante a Operação Salus, 33 órgãos estiveram envolvidos em todo o país com a atuação de 332 agentes e 125 viaturas. Foram fiscalizados 355 alvos, 232 documentos fiscais lavrados, 80 autos de constatação, sete pessoas conduzidas à delegacia, 406 litros de cachaça forma encontrados fora da conformidade legal, 282 litros de destilados falsificados e 75 litros de destilados descaminhados.

A Operação Salus aconteceu em Rio Branco (AC), Anápolis (GO), Juiz de Fora (MG), Belém (PA), Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). No Paraná cidades como Araucária, Cambé, Castro, Faxinal, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Pinhão, Rolândia, São José dos Pinhais, Sarandi e Toledo também tiveram a atuação dos agentes. A Operação também foi realizada no estado do Rio de Janeiro em cidades como Macaé, Maricá, Rio das Ostras e a capital.

FISCALIZAÇÃO – Paralelo a Operação Salus, o Procon de Toledo em conjunto com o Procon Paraná e o Fórum dos Procons Paranaenses, emitiu uma recomendação administrativa, voltada a estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas.

O documento reforça que os produtos devem ter procedência comprovada, ser adquiridos de fornecedores formais, possuir nota fiscal válida e estar devidamente identificados com rótulo, lote e informações do fabricante ou importador. Práticas como recondicionamento ou transvasamento de bebidas são proibidas, e sinais de adulteração, como preço muito baixo, lacres violados ou odor suspeito, devem ser tratados com rigor, sem testes caseiros.

O trabalho de fiscalização e orientação sobre a Recomendação Administrativa nº 05/2025 acontece desde o início do mês. “Essa recomendação foi direciona à distribuidoras de bebidas, bares, restaurantes e demais estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, para observar os regulamentos do Mapa, da Anvisa e o Código de Defesa do Consumidor (CDC). A orientação é que adquiram produtos com procedência, de empresas com CNPJ ativos, com notas fiscais válidas. No ato do recebimento identifiquem as marcas, os produtos, os teores alcoólicos se corresponde ao que está na nota”.

Janice também orienta os consumidores que fiquem atentos e solicitem sempre a nota fiscal do produto, que observem os rótulos dos produtos para verificar se não tem erro ortográfico, vidros quebrados, lacres rompidos e tortos. Caso o consumidor identifique alguma irregularidade pode fazer denúncia anônima no Procon, na Vigilância Sanitária ou na Polícia Civil. “Pedimos o auxílio da população, como são muitos estabelecimentos, a equipe é limitada para chegar em todos os lugares, por isso a ajuda da população é fundamental nesse momento”.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Assessoria