Fraude com jogadores: PCPR prende grupo em Curitiba

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A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está nas ruas na manhã desta terça-feira (24) para cumprir sete ordens judiciais contra uma organização criminosa investigada pela falsificação de documentos de jogadores de futebol para aplicação de golpe financeiro. A ação acontece em Curitiba e em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana.
A operação cumpre cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária pelos crimes de estelionato eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A ação tem o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A investigação da PCPR apurou que os suspeitos teriam falsificado documentos de identificação de dois jogadores de futebol. Com os documentos falsos, o grupo criminoso abria contas em instituições bancárias e solicitava a portabilidade de salário destes jogadores.
As próprias instituições fizeram denúncias ao perceberem as falsificações. Com o esquema, a estimativa é que os investigados tiveram acesso a valores pertencentes às vítimas e tenham faturado R$ 1,2 milhão.
De acordo com o delegado Thiago Lima, os investigados utilizavam documentos falsificados com dados reais dos jogadores, mas com fotos de “laranjas” que tiravam selfies exigidas por bancos digitais para abertura de contas. Esses documentos falsos permitiam o pedido de portabilidade de salário para contas abertas em bancos fintechs, facilitando o desvio de valores.
A estimativa é que o golpe tenha causado prejuízos de R$ 800 mil a um jogador e R$ 400 mil a outro. Na época do crime, eles eram do Flamengo e do Grêmio. Os valores foram pulverizados em inúmeras contas para dificultar o trabalho da polícia e para facilitar a obtenção dessa vantagem por uma série de pessoas que participaram do crime.
As instituições financeiras perceberam movimentações suspeitas e acionaram a polícia. A investigação policial entendeu que os “laranjas” sabiam que participavam de uma fraude, mas não da sua real dimensão, nem de quem eram as vítimas. Segundo o delegado, a organização criminosa estava em atividade desde agosto de 2024.
Durante a operação, foram apreendidos mais de 15 celulares, documentos utilizados na falsificação – incluindo cédulas de identidade em branco – e outros materiais que podem indicar novas vítimas, possivelmente até pessoas comuns. O líder do grupo, preso em Curitiba, era responsável pela manutenção das contas e pela movimentação desses valores, e já tinha ao menos três passagens pela polícia por estelionato eletrônico.
Uma ação simultânea foi deflagrada pela Polícia Civil de Rondônia nesta manhã. A instituição identificou que o mesmo grupo criminoso atuaria na região e está cumprindo outros mandados no próprio estado, no Mato Grosso e no Amazonas.