Maio Furta-Cor: campanha alerta sobre a saúde mental materna

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A saúde mental materna importa. O tema move iniciativas que marcar o Maio Furta-Cor. Na quinta-feira (8), iniciam as atividades da Campanha em Toledo. Simpósio, Sesc Lazer, Maio Furta-Cor na Praça integram a programação que prevê momentos de troca de informações, de relatos de vida, de acolhimento.
A representante do Maio Furta-cor em Toledo, mãe e advogada, Natália Bertinatto Fabris, explica que a Campanha é comunitária e sem fins lucrativos, democrática e suprapartidária que visa sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna. A iniciativa visa promover a conscientização no decorrer do mês de maio.
“As mães enfrentam muitos desafios como a falta de uma rede de apoio, a exaustão mental e física pela sobrecarga do cuidado, a pressão social e cultural sobre o papel da mãe, a desigualdade na divisão das responsabilidades com os filhos, entre outros”, aponta.
Entre os objetivos da Campanha está a sensibilização da população para a causa da saúde mental materna. Além disso, o ato de promover ações de conscientização em saúde mental materna baseadas em evidências científicas e fomentar a construção de políticas públicas de saúde, através de projetos de lei que instituam o mês de maio nos calendários estaduais e municipais como o mês de atenção à saúde mental materna.
SAÚDE MENTAL MATERNA – Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2023) toda mulher está suscetível a desenvolver transtornos mentais durante a gravidez e no primeiro ano após o parto, contudo, alguns grupos estão mais suscetíveis. A OMS (2023) também aponta que os transtornos mentais perinatais são um grave problema de saúde pública e necessitam de estratégias de enfrentamento urgentes e eficazes.
O problema vai atingindo a vida da mulher como um todo e, consequentemente, a família, pois mães afetadas por transtornos mentais perinatais podem não operar adequadamente os cuidados, como resultado o crescimento e o desenvolvimento da criança podem ser afetados negativamente.
“É preciso pensar nessas mães e buscar a garantia de políticas públicas voltados para saúde mental materna e saúde mental materna. Precisa de programas específicos para saúde mental, de profissionais especializados, ter igualdade no acesso de serviços, ter licenças maternidades suficientes, ter reconhecimento na economia, no cuidado, enfim em diversos pontos, como a mãe ter tempo para ela também, além de ser a cuidadora dos filhos”, destaca ao reforçar que saúde mental materna merece atenção.
MAIS SAÚDE – A técnica de Atividades do Sesc de Toledo – um dos apoiadores e parceiros da Campanha – Georgett Ribeiro Zancanaro, pontua a representatividade do Mario Furta-Cor. “É muito importante esse tipo de Campanha, pois visa a promoção da saúde materna, se importar com a causa da mãe e desmistificar muitas crenças que se tem sobre o maternar. Incluir a família nas reflexões e a sociedade é primordial para saúde da mulher e dos filhos também”, avalia
Segundo Georgett, o Sesc trabalha com a educação em saúde, que é um dos leques de atuação da instituição. “Estar envolvido com esta causa é um dos princípios da instituição: promover saúde e bem-estar aos comerciários e comunidade em geral”.
PROGRAMAÇÃO – Na quinta-feira (8), acontece o Simpósio Saúde Mental Materna, um direito de todas! no auditório A3 da Unioeste. As atividades iniciam às 8h com um coffee. As palestras do períodos da manhã terão como temas Maternidade Racializada – com Amanda Silva e Benvinda Sissa Tomas Chimuco – e Violência Doméstica – com Ana Carolina Nisiide e Rejane Teixeira Coelho. Já na parte da tarde os assuntos abordados serão Maternidade Atípica
– com Ana Carolina de Paula e Andréia Schauren – e Ciclo Gravídico-Puerperal
– com Alana Ramos e Adriana Larissa Liell Silveira.
No sábado (10), a programação envolve o Sesc Lazer e Maio Furta-cor com a ação ‘Varal de vozes maternas’, cine ‘Vivências Maternas’ por Histórias Femininas, após a Roda de Conversa, entre outras atividades que promovem as discussões sobre o tema e recreação infantil.
No dia 17 de maio, será realizado um evento em alusão ao Maio Furta-Cor. As atividades iniciam às 9h na praça Willy Barth e visam levar mais informações sobre os temas que envolvem a saúde mental das mães. As ações envolvem a exposição do Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e Juventude (NEDDIJ), exposição do Núcleo Maria da Penha (Numape), corte de cabelo, esmaltação de unhas e desing de sobrancelhas – Instituto Embelleze, feira de artesanato, recreação infantil, entre outras atividades.
O que é o Maio Furta-cor?
O Maio Furta-Cor é uma campanha aberta e sem fins lucrativos, democrática e supra-partidária que visa sensibilizar a população para a causa da Saúde Mental Materna, através de ações de conscientização ao longo de todo o mês de maio, época em que celebramos nacionalmente o mês das mães. O Maio Furta-Cor entende que enquanto não ocorrerem mudanças na compreensão da Saúde Mental Materna e não houver um compromisso ético e político na construção de novos modelos de assistência, tanto as famílias quanto a sociedade continuarão sofrendo as consequências nas gerações futuras.
História do movimento
Inspiradas pelas campanhas de conscientização já existentes no país, pelos expressivo aumento da prevalência de transtornos mentais perinatais no Brasil e pela inexistência de políticas públicas e protocolos específicos que assistam à saúde mental da mulher ao longo do ciclo gravídico puerperal, Nicole Amorim, psicóloga, e Patrícia Piper, psiquiatra, fundaram em 2020 a Campanha Maio Furta-Cor. Essencialmente é uma iniciativa brasileira, nascida na porta de uma creche por duas mães, e ter muita potência, apesar de ser uma iniciativa jovem, em 5 anos já foram aprovados mais de 150 projetos de lei Maio Furtacor. Além disso, também está presente em oito países e conta com mais de 250 representantes (pessoas cadastradas previamente e comprometidas em levar a campanha para suas cidades).
Principais objetivos da Campanha
*Democratizar o conhecimento sobre saúde mental no ciclo gravídico-puerperal – Levar informação acessível e de qualidade para gestantes, mães e suas redes de apoio;
*Valorizar e visibilizar a Economia do Cuidado – Reconhecer o trabalho materno e da rede de apoio como essencial para o bem-estar social e econômico;
*Coletivizar o maternar e ocupar espaços públicos – Criar iniciativas que possibilitem encontros, trocas e suporte entre mães e comunidades;
*Refletir sobre as masculinidades e a corresponsabilidade no cuidado – Incentivar a participação ativa dos homens na parentalidade e no suporte emocional;
*Conscientizar sobre as diversidades e pluralidades maternas – Reconhecer diferentes realidades, desafios e necessidades das mães, incluindo questões raciais, de gênero, socioeconômicas e familiares;
*Democratizar os cuidados com a saúde mental – Tornar os recursos e informações sobre saúde mental mais acessíveis, garantindo suporte a todas as mães.
Da Redação
TOLEDO