Caso suspeito de intoxicação por metanol é notificado em Toledo

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Segundo dados do Ministério da Saúde, até domingo (5), o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) registrou 16 casos confirmados de intoxicação por metanol e outros 209 casos ainda em investigação em todo o país. Ao todo, 13 estados brasileiros já notificaram ocorrências. Dos 15 óbitos suspeitos, dois foram confirmados e 13 seguem sob análise. Em Toledo, foi registrada a notificação de um caso suspeito.

TOLEDO – A Prefeitura de Toledo divulgou nota informando que o caso envolve um homem de 27 anos, do qual apresentava sintomas compatíveis com a intoxicação. Segundo o comunicado, foram realizados os manejos necessários conforme protocolo de suspeita clínica.
O paciente foi inicialmente atendido no Pronto Atendimento Municipal Dr. Jorge Milton Nunes (PAM), na meia-noite de segunda-feira, com quadro de vômitos, dor abdominal intensa, cefaleia e alterações visuais. Já no período da manhã apresentou melhora clínica e foi encaminhado para leito hospitalar.
Ainda conforme a nota, no domingo (5), “o paciente estava em um estabelecimento onde consumiu bebida destilada e cerveja. Refere ainda que comprou uma garrafa de bebida no mesmo local e consumiu em casa”, informou o município.

A assessoria do Hospital Bom Jesus informa que “a equipe hospitalar notificou o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná – (CIATox/PR), sobre a suspeita para que a investigação da intoxicação seja realizada”.

PARANÁ – De acordo com a Agência Estadual de Notícias (AEN), dois casos foram confirmados em Curitiba e outros quatro seguem sob investigação. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que as análises laboratoriais são realizadas pela Polícia Científica do Paraná.
“A Sesa já emitiu uma nota técnica para todas as regionais de saúde alertando sobre o monitoramento e a necessidade de alerta compulsória. Todos os casos suspeitos são notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e comunicados para a Vigilância Municipal em Saúde”, destacou a AEN.

O QUE É O METANOL – Conforme explica a Agência Brasil, o metanol é um líquido incolor, inflamável e solúvel em água, utilizado principalmente em solventes, combustíveis e produtos industriais. Sua presença em bebidas alcoólicas indica adulteração, o que representa risco grave à saúde.

COMO AGE NO ORGANISMO – Após a ingestão, o metanol é metabolizado no fígado, produzindo formaldeído, substância altamente tóxica que se converte em ácido fórmico, o qual se acumula no organismo. Esse processo provoca danos ao sistema nervoso central, ao nervo óptico e às mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia celular. O bloqueio dessa função pode levar à falência celular, conforme ressalta a Agência Brasil.

SINTOMAS – A AEN reforça que os sintomas podem se assemelhar aos de uma ressaca comum, especialmente nas primeiras 12 a 24 horas após o consumo. Eles se dividem entre sinais iniciais e sintomas graves e tardios. Nos estágios iniciais, entre 6 e 24 horas, podem ocorrer cefaleia, náuseas, vômitos, sonolência, falta de coordenação, tontura e confusão mental. Nos casos mais graves, após 24 horas, surgem dores abdominais intensas, visão turva ou embaçada, sensibilidade à luz, cegueira súbita, dificuldade respiratória, hiperventilação, convulsões e coma, detalha a AEN.

ANTÍDOTO – O Paraná recebeu 160 ampolas do antídoto, chamado de etanol farmacêutico, distribuído conforme a necessidade de cada caso. O cálculo da dosagem varia de acordo com parâmetros clínicos e laboratoriais, além da resposta individual do paciente.

A AEN declara que “o protocolo prevê uma dose inicial, chamada de ‘dose de ataque’, calculada conforme o peso do paciente, e uma dose de manutenção, que pode se estender de algumas horas até 24 horas. Em situações graves, por exemplo, um paciente de 100 quilos com necessidade de manutenção por 24 horas pode requerer até 100 ampolas em um único tratamento. Por esse motivo, não é possível determinar previamente a quantidade exata de antídoto utilizada em cada caso”.

PREVENÇÃO – A Sesa orienta a população a comprar bebidas apenas em locais confiáveis, desconfiar de preços muito abaixo do mercado e verificar se o lacre da embalagem está intacto. Também é importante observar o rótulo, atentando para erros de escrita, borrões, bem como verificar a presença do registro do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Em bebidas destiladas, deve-se confirmar o selo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) próximo à tampa. A secretaria reforça ainda que os estabelecimentos exijam nota fiscal do fornecedor, o que permite rastrear a origem do produto em caso de suspeita.

O QUE FAZER – Antes de mais nada, em situações de suspeita de intoxicação, é fundamental buscar atendimento médico imediato e levar a embalagem da bebida para análise. O Disque-Intoxicação da Anvisa atende gratuitamente pelo número 0800 722 6001.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) também deve ser informado, sendo que o mais próximo de Toledo fica em Cascavel, com atendimento pelo telefone (45) 3321-5261. Além disso, pessoas que consumiram a mesma bebida devem ser avisadas imediatamente para que também procurem assistência médica.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da AEN e da Agência Brasil

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