Podcast: Sergio Moro fala sobre impostos, crise tarifária e agenda no Congresso

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Agenda anticorrupção, guerra tarifária, crise institucional e as próximas eleições foram os principais assuntos abordados com o senador Sergio Moro (União-PR), no Podcast ‘Algo a Mais’ do JORNAL DO OESTE, com a editora-chefe Bruna Manfroi. O senador esteve em Toledo na última terça-feira (22) cumprindo agenda de visitação em vários locais do município. Um compromisso que ele tem durante o recesso legislativo.

O senador Sergio Moro destacou a produtividade do agronegócio de Toledo e a diversificação da economia e o crescimento da indústria no município. Ele também ouviu as demandas da população e preocupações com o cenário nacional. Segundo o senador, esse momento é delicado principalmente pela crise tarifária e o conflito institucional. “Mas a minha crença é que o país resiste e passe por essa crise e que essa crise também seja uma oportunidade para darmos a volta por cima”.

Em relação a anulação que o Ministro Dias Toffoli fez das condenações de Alberto Youssef na Lava Jato, o senador Sergio comentou que como todo cidadão, ele vê essa situação com indignação. “Temos que retomar a agenda anticorrupção no Brasil. O país infelizmente passa hoje por uma grave crise moral, muito mais uma que crise econômica. É claro que nos preocupamos com o nosso bolso, mas temos que cuidar da nossa alma, e nessa inversão de valores morais nós vemos os criminosos sendo premiados e o cara honesto, trabalhador, que luta pela lei e pela justiça, muitas vezes sendo perseguido”.

O senador pontuou que essa situação mostra um país ‘abrindo a porteira’ para novos escândalos. “Eu tenho certeza que se não fosse o desmantelamento da Lava Jato não teríamos o escândalo da roubalheira do INSS, porque no momento que mostra que a lei não está funcionando, o bandido não tem por que temer a Justiça; ele se sente a vontade para cometer crimes e isso nós vimos nesses descontos fraudulentos das aposentadorias do INSS”, complementa.

Diante deste cenário, Moro enfatizou que vai trabalhar para recuperar a agenda anticorrupção para que o “país volte a crescer de maneira virtuosa e sustentável para chegar com orgulho na nossa casa e dizer: o crime não compensa”. Contudo esse conjunto de fatos negativos não representa a realidade do país.

O senador lembrou que a grande maioria da população trabalha duro para ganhar o seu salário, para ter os seus ganhos e, destacou Moro, que são essas pessoas que precisam de atenção. “Estou no Congresso Nacional criticando o governo, defendendo uma legislação mais rigorosa e contra a criminalidade. O caminho é longo mas é um caminho que vale a pena”.

IMPOSTOS – Durante a conversa, o senador Sergio Moro salientou que ele e sua esposa Rosangela Moro, deputada federal pelo Estado de São Paulo, votaram sistematicamente contra o aumento de impostos.

Ele citou que é preciso cortar gastos do atual governo para equilibrar as contas públicas e parar a trajetória insustentável da dívida pública, que, segundo ele, vai trazer um peso mais para frente, uma possível crise fiscal. “Votamos contra como a maioria do Congresso; derrubamos o decreto do Lula que aumenta o IOF e fomos surpreendidos por essa decisão do ministro do STF restaurando o aumento de imposto. Eu vi muita adesão judicial já anulando cobrança de tributos, invalidando leis dizendo que era inconstitucional a cobrança de tributos x ou y, mas é a primeira vez que eu vejo uma liminar aumentando tributos. Tem uma coisa errada porque tem uma ideia básica que é sem representação não tem taxação. Vamos ver os desdobramentos. Certamente, o Congresso vai se reunir novamente em agosto e creio que haverá retaliação contra o governo Lula”.

Na ocasião, Moro enfatizou que tem que ser contra o governo e não contra o país”. De acordo com o senador o Judiciário tem que dar um ‘passinho pra trás’ porque está havendo uma interferência excessiva na esfera legislativa.

ELEIÇÕES – No Podcast ‘Algo a Mais’, o senador Sergio Moro também falou da possibilidade de ser candidato a governador do Paraná. “É possível, é provável. Não vou deixar o estado do Paraná na mão. O pior cenário possível das eleições no próximo ano seria a reeleição do Lula, e nesse aspecto precisamos proteger o nosso estado a partir de 2027. Precisamos preservar o nosso estado dessas loucuras de Brasília, e creio que com o meu histórico não estou do lado do Lula, e jamais estarei. Nós pensamos absolutamente diferente em todos os pontos. E é isso que precisamos dos nossos governantes, além de ter a firmeza necessária para fazer essa resistência em relação as políticas do governo atual e do outro lado buscar uma excelência do estado, temos orgulho do Paraná”.

No entanto, o senador ponderou que essa decisão será estudada no final do ano. Por enquanto, ele cita que há prioridades. “Temos que votar nas coisas que estão acontecendo no momento. Como não vai ter eleição ano que vem? Tem que ter. Agora temos que estar preparado para derrotar o PT e o Lula. O país não aguenta mais quatro anos dessa instabilidade”.

CRISE INSTITUCIONAL – Moro também criticou algumas políticas do atual governo como o país se afastando de aliados históricos como os Estados Unidos, países das democracias ocidentais da Europa, o Japão. “E o Brasil se aproximou de países que queremos ter relações comerciais, mas não queremos nos aproximar do modelo políticos deles. Vamos continuar exportando para a China e continuar recebendo investimento chinês, mas não copiar o partido comunista chinês”.

O senador Sergio Moro enfatizou que “é preciso ter clareza moral dos nossos posicionamentos lá fora, lutar pelos interesses do Brasil mas com essa clareza moral em relação aquilo que defendemos. É a mesma coisa em certa medida com a crise Irã e Israel. Hoje, o Lula é persona non grata em Israel, isso nunca aconteceu antes. Assim como nunca aconteceu uma guerra de tarifas com o nosso aliado histórico, os Estados Unidos, do tamanho que está acontecendo. O governo não mostra capacidade de reação de dialogar”.

RETORNO – No retorno do recesso, o senador Sergio Moro citou que alguns assuntos já estão na pauta para o segundo semestre. “Até a derrubada do IOF, vamos ver como vai voltar o ‘humor’ do Congresso. Essa questão das tarifas, por exemplo, tem empresa que estão dando férias coletivas para seus funcionários e se não for remediadas vão significar dispensa da mão-de-obra em caráter permanente. Tem crises reais que temos que trabalhar e diminuir a temperatura da crise política desse conflito institucional. Está faltando desescalar a crise. Estamos falando de empregos e empresas reais, pessoas que vão perder a renda e o foco tem que ser neles. Precisamos pacificar mais o país e não entrar em um espiral de conflitos que pode trazer poucos ganhos para nós nesse momento”, conclui o senador Sergio Moro.

Da Redação

TOLEDO

Recursos são liberados para Toledo

Em visita a Toledo nesta terça-feira (22), o senador Sergio Moro foi recebido pelo prefeito Mario Costenaro, pelo vice Lucio De Marchi e por secretários municipais. Entre os vários assuntos tratados, o senador anunciou a liberação de R$ 1,5 milhão que deverão ser usados para atendimento de média e alta complexidade na Saúde. “O prefeito esteve em Brasília me visitando e tinha assumido o compromisso de buscar recursos ainda este ano e vim aqui pessoalmente dar essa notícia”, comentou Moro, ao se referir à viagem de Costenaro à 26ª Marcha dos Prefeitos, em maio deste ano.

“Ficamos extremamente felizes com a notícia e com o compromisso do senador para com a sociedade de Toledo”, disse o prefeito, que aproveitou para expor a preocupação com a crise entre Brasil e Estados Unidos, “que poderá afetar de maneira muito forte a economia de Toledo em especial”.

TOLEDO

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