Natação: mais do que esporte, uma ferramenta de prevenção

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Novembro é marcado como o mês de prevenção a afogamentos, uma campanha dedicada a conscientizar a população sobre os riscos e cuidados necessários para evitar esse tipo de acidente. No Brasil, o afogamento é a maior causa de morte acidental entre crianças na faixa de um a quatro anos, sendo a piscina o local onde a maioria dos incidentes ocorrem.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2010 e 2023, o Brasil registrou um total de 71.663 mortes por afogamento. Os maiores envolvidos nesse tipo de acidente são crianças e adolescentes. No período analisado, 12.662 casos (17,7%) envolveram adolescentes de 10 a 19 anos; e 5.878 (8,2%) tiveram como vítimas crianças de 1 a 4 anos.

A campanha de prevenção a afogamentos busca reforçar a importância da atenção redobrada em ambientes aquáticos, promover a educação sobre primeiros socorros e incentivar práticas seguras em rios, lagos, praias e piscinas, especialmente com a aproximação do verão e do aumento das atividades de lazer na água.

Ter noções básicas de segurança na água, comportamento adequado em ambientes aquáticos, conhecimento do que fazer em casos de alerta e, principalmente saber nadar são importantes para prevenir afogamentos e acidentes. Nesse sentido, as aula de natação são imprescindíveis pois têm um papel fundamental preparando o aluno para evitar incidentes.

Aprender a nadar desde cedo aumenta a autoconfiança e a capacidade de reação em situações de risco, reduzindo as chances de pânico e acidentes. Além disso, durante as aulas, são ensinadas habilidades como flutuar, controlar a respiração e ajudar alguém em perigo de forma segura, tornando a natação uma ferramenta essencial para a formação de uma cultura de prevenção e segurança aquática.

CUIDADOS – A sócia proprietária de uma academia de natação e professora de natação, Leda Sander, pontua que uma combinação de cuidados pessoais, supervisão adequada dos locais e informação sobre riscos e procedimentos de segurança podem evitar casos de afogamento. E o afogamento pode ocorrer em um parque aquático, nos balneários, na praia ou em uma piscina residencial.

A profissional reforça que é preciso orientar os banhistas para evitar locais que contenham águas com profundidade desconhecida. As crianças devem sempre ter a supervisão de um adulto; piscinas residenciais devem ter grades de proteção para evitar acessos livres e proporcionar um aprendizado básico em piscinas através de aulas de natação ministradas por profissionais habilitados.

“Isso é tão importante quanto a atenção aos dispositivos de segurança porque aulas de natação regulares evitam acidentes como afogamento, e ele é a principal causa de morte de crianças de até quatro anos no Brasil. Por isso que os cuidados com os pequenos devem ser redobrados”.

E falando em criança, as aula de natação podem ser introduzidas na rotina dos pequenos nos primeiros meses de vida. As atividades são adaptadas para cada idade. Leda explica que dos seis meses aos dois anos, a aula de natação de bebês pode ser uma experiência sensorial estimulando a coordenação motora e sua relação com a água. “Dos 3 aos 4 anos é a idade ideal para introduzir as primeiras noções de natação de forma lúdica e divertida, preparando para as habilidades mais avançadas no futuro”.

PREVENÇÃO – A professora de natação complementa que as técnicas de prevenção estão presentes em todas as aulas, conhecimento que pode salvar a vida. “A natação é um seguro de vida para o filho. Neste período os colégios fazem passeios em locais com piscina, também está chegando o período de férias quando as famílias vão para a praia, um balneário, rios, e a água é muito atrativa, ela é brilhante e a tendência é da criança chegar perto e pegar um objeto e pode se desequilibrar e cair na água”.

Leda Sander esclarece que, se a criança sabe algumas técnicas como mergulho, ‘nado cachorrinho’ ou virar de barriga para cima pode evitar um incidente maior. E quando a pessoa chega na fase adulta e não teve contato com a natação na infância, acaba carregando o medo da água. Contudo, nunca é tarde para começar.

O professor de educação física e proprietário de academia de natação Nelson Afonso Sander pontua que aprender a nadar na fase adulta é uma decisão que vai muito além do lazer, é uma questão de segurança, saúde e superação pessoal. “As aulas voltadas para essa faixa etária são adaptadas ao ritmo e às necessidades de cada pessoa, proporcionando confiança, bem-estar físico e mental, além de ampliar a autonomia em ambientes aquáticos”.

BENEFÍCIOS – Além das técnicas de segurança, autoconhecimento e prevenção de afogamentos, as aulas de natação também proporcionam inúmeros benefícios para a saúde. Afonso Sander esclarece que a natação ajuda no fortalecimento do corpo, melhora o condicionamento cardiovascular e respiratório, aumenta a flexibilidade e queima calorias, sendo um exercício de baixo impacto nas articulações.

“Mentalmente ela ajuda a reduzir o estresse, a ansiedade, melhora o humor, a qualidade do sono e o funcionamento cerebral. É uma atividade acessível para todas as idades e níveis de condicionamento. Ajuda a desenvolver a autoestima, a disciplina e a socialização, especialmente em crianças e adolescentes”, conclui.

Da Redação

Prevenção a afogamentos

Assegurar a supervisão de crianças por adultos enquanto estiverem na água ou próximo;

Evitar deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;

Proteger piscinas, poços e reservatórios com barreiras que impeçam o acesso à água;

Evitar brincadeiras inadequadas na água como corridas, empurrões e saltos;

Observar e respeitar as sinalizações em praias, rios e lagos que indiquem áreas com alto risco de afogamento;

Evitar nadar em áreas profundas, de profundidade desconhecida ou distantes da margem;

Não entrar na água durante condições climáticas desfavoráveis, como raios, trovões, tempestades, ventanias ou quando o mar estiver agitado.

Em caso de acidentes, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou Corpo de Bombeiros (193) para garantir uma resposta especializada.

Fonte: Ministério da Saúde

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