Campanha alerta para os desafios e a importância do cuidado com bebês prematuros
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Muitos pequeninos chegam no mundo enfrentando grandes desafios. Neste mês, a campanha Novembro Roxo conscientiza sobre a prematuridade, dedicado a alertar a sociedade sobre os desafios e a importância dos cuidados com bebês que nascem antes de completar 37 semanas de gestação. A campanha nacional busca promover ações de prevenção, diagnóstico e acolhimento às famílias de bebês prematuros.
Na segunda-feira (17) é o Dia Mundial de Conscientização da Prematuridade. Diversas ações de conscientização do Novembro Roxo focam na prevenção do parto prematuro, nos cuidados com bebês prematuros e na conscientização sobre os riscos e direitos das famílias envolvidas. Nos dias 06 e 07 deste mês foi realizada A 1ª Jornada da Prematuridade 2025 da Hoesp. Outras ações como palestras, lives e informações compartilhadas nas redes sociais fazem parte do calendário de atividades da campanha neste mês.
DADOS – O índice de prematuridade no Brasil é de aproximadamente 11% a 12% dos nascimentos, sendo que em 2023 foram cerca de 300 mil bebês nascidos antes das 37 semanas de gestação. A coordenadora da UTI Neonatal da Hoesp, Lília Regina Mariano, explica que essa taxa está acima da média global e é influenciada por fatores como gestação na adolescência e acesso a um pré-natal de qualidade. “A taxa varia entre as regiões, com a região norte apresentando os índices mais altos do país, superando 12% dos nascimentos”.
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Lília cita que o Brasil ocupa a 10ª posição no ranking mundial de nascimentos prematuro. O Paraná registrou 12.835 nascimentos prematuros até novembro de 2024. “O estado possui uma taxa de mortalidade infantil inferior à média nacional, sendo a terceira menor do Brasil em 2023”.
A prematuridade é um desafio coletivo que requer atenção e ação imediata. Ela precisa de uma equipe multiprofissional envolvida nos cuidados do bebê. Lília comenta que é preciso ter humanização, sensibilidade para acolher essa família que teve seu bebê antes do tempo programado, adaptação a rotina hospitalar, lidar com medos e insegurança em relação ao futuro do seu filho, a demora em ter o filho nos braços pela instabilidade clínica. “Há outros fatores como incompreensão dos irmãos/avós/tias e tios que não entendem porque o irmãozinho não foi para casa. Na UTI Neo do Hospital Bom Jesus temos o dia de visita dos irmãos e avós, para que possam ver e ter contato com o novo membro da família que ainda não foi para casa”.
A coordenadora da UTI Neonatal da Hoesp pontua que de janeiro a 31 outubro de 2025, foram 422 nascimentos de bebês prematuros (< 37 semanas de gestação) e 167 bebês passaram pela UTI Neo do Hospital com necessidade de suporte intensivo. “Ainda tivemos transferências devido a lotação no momento do nascimentos (não foram contabilizado). Nós atendemos a 20ª Regional de Saúde de Toledo além de pacientes de outras localidades como Cascavel, Pato Branco, outros estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul e do Paraguai”, cita ao complementar que em 2025 a Hoesp teve uma média mensal de dois mil nascimentos incluindo cesárea e partos normais.
ALERTA – A Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca a prematuridade como emergência silenciosa em todo o mundo. Lília comenta que ela pode causar diversos impactos na saúde de um bebê e sua família, incluindo problemas respiratórios, cardíacos, intestinais e visuais, além de aumentar o risco de atraso no desenvolvimento motor, cognitivo e de dificuldades de aprendizagem e atenção. “A longo prazo, pode haver maior propensão a distúrbios de humor como ansiedade e depressão, além de desafios nos sistemas respiratório e endócrino”.
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Os fatores de risco para prematuridade incluem histórico de partos prematuros, gravidez de múltiplos (gêmeos), idade materna (< 16 anos ou > 35 anos), problemas de saúde maternos como hipertensão, diabetes e infecções, e fatores comportamentais como tabagismo e consumo de álcool ou drogas. A coordenadora da UTI Neonatal da Hoesp explica que a falta de acompanhamento pré-natal adequado, má nutrição, estresse e violência contra a gestante também são riscos importantes. “O pré-natal salva vidas ao acompanhar a gestação para prevenir e detectar precocemente problemas de saúde tanto na mãe quanto no bebê, reduzindo riscos de complicações e promovendo um desenvolvimento saudável. Por meio de consultas e exames, como ultrassonografias e exames de sangue é possível identificar doenças, anomalias e outros riscos, além de oferecer orientações sobre cuidados essenciais”.
ACOMPANHAMENTO – Após a alta da UTI Neonatal, os bebês prematuros também precisam de cuidados especiais devido à sua saúde mais frágil e acompanhamento médico contínuo para garantir o desenvolvimento adequado. “É crucial seguir rigorosamente as orientações sobre higiene (evitar contato com estranhos, higienizar mãos e objetos antes do contato com o bebê), alimentação (preferencialmente com leite materno, amamentação orientada e peso monitorado) e cuidados com a saúde (consultas regulares com o pediatra, atenção a sinais de alerta como febre ou dificuldade respiratória). A interação e o afeto dos pais também são fundamentais para o crescimento emocional da criança”, finaliza Lília.
Da Redação
TOLEDO