Grupo Opencadd e Assuinoeste debatem avanços tecnológicos na suinocultura
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Em uma tarde com reflexões profundas sobre inovação e futuro, o podcast Algo a Mais do JORNAL DO OESTE recebeu três protagonistas de uma revolução silenciosa na suinocultura Jorge Landmann, presidente do Conselho Administrativo do grupo Opencadd; Douglas Oliveira, CEO da Opencadd Agro e Delmar Briccius, presidente da Associação Regional de Suinocultores do Oeste (Assuinoeste).
Eles defenderam a urgência de incorporar tecnologia de ponta e automação ao setor. No podcast também foi destacado desde a notável trajetória de 36 anos da Opencadd – um conglomerado que transita com autoridade entre inteligência artificial, robótica e simulação avançada – até o desenvolvimento do Sistema de Exaustão Inteligente ZEROGas e do inovador Programa Suinocultura Zeros Gas, que reposicionam Toledo como um espaço de soluções tecnológicas para o agronegócio.
Durante a conversa, os convidados enfatizaram a importância estratégica de avançar em tecnologia e automação na suinocultura; setor que enfrenta desafios crescentes relacionados ao bem-estar animal, produtividade e sustentabilidade.
Jorge Landmann destacou que o Grupo Opencadd completou 36 anos em 2025, consolidando-se como uma empresa de tecnologia de ponta. “Algo raro em um mercado de informática altamente volátil. Segundo ele, a longevidade e o crescimento contínuo têm relação direta com o caráter familiar da empresa e com decisões ousadas tomadas ao longo da trajetória”.
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Landmann relembrou que a empresa optou, há 31 anos, por seguir um caminho próprio e investir em tecnologias ainda mais avançadas, firmando um acordo com um centro tecnológico de referência em Boston, nos Estados Unidos.
De acordo com o presidente do grupo, ao longo das décadas, a Opencadd desenvolveu um portfólio com 130 softwares que abrangem desde inteligência artificial até robótica, sendo a simulação computacional a área de maior destaque. A empresa atende clientes de alta complexidade, como a Boeing, e atua em setores diversos, incluindo o financeiro, onde realiza projeções de inflação para grandes bancos, saúde e agronegócio.
Landmann explicou que toda a pesquisa é financiada com recursos próprios da empresa, permitindo independência e foco na inovação. Segundo ele, a decisão de apostar na suinocultura surgiu da percepção de que o setor convive com desafios significativos, sobretudo relacionados à saúde animal, mortalidade e perda de peso; problemas que poderiam ser mitigados com tecnologias avançadas de controle, ambiente e modelagem.
Ele acrescentou que a criação da Opencadd Agro, sediada em Toledo, foi uma escolha estratégica. “O objetivo é acelerar a inserção de soluções tecnológicas no mercado agroindustrial, oferecendo produtos com elevado valor agregado. Entre eles, destaca-se o Sistema de Exaustão Inteligente ZEROGas, voltado para reduzir gases nocivos e melhorar o desempenho animal. A empresa também lidera o Programa Suinocultura Zeros Gas, que busca modernizar o setor por meio de tecnologias de monitoramento e automação”.
Sobre a escolha de Toledo como sede da Opencadd Agro, os representantes enfatizaram que a região se destaca pelo desenvolvimento do agronegócio e pela demanda real por soluções tecnológicas aplicáveis ao cotidiano da produção, em contraste com tecnologias excessivamente sofisticadas que, muitas vezes, não se adaptam à realidade do campo.
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ESSENCIAL – Segundo Douglas, a empresa avançará significativamente nos estudos de rastreabilidade do suíno, etapa essencial para elevar o nível de controle e eficiência dentro das granjas nos próximos quatro meses. Ele lembrou que, ao longo dos testes realizados, manteve diálogo constante com diversos produtores para entender, na prática, os principais gargalos enfrentados pelo setor.
Entre os fatores identificados, o CO₂ se destacou como um dos elementos mais críticos. Diante disso, foi reunido um grupo de pesquisadores especializados para aprofundar a análise. Douglas enfatizou que a Opencadd Agro não trabalha com base apenas no custo, mas principalmente no valor agregado que a tecnologia entrega ao produtor.
Para ele, a equipe inicialmente acreditava que bastava simplesmente remover o gás para resolver o problema. “No entanto, os estudos revelaram que o processo é muito mais complexo, pois ele exige modelagem precisa, entendimento do comportamento dos animais e soluções integradas de ventilação e automação ambiental.
Douglas destacou que a Opencadd Agro promove inovação não apenas no produto, mas também no modelo de negócio. “Um dos aspectos que mais agrada aos produtores é a percepção imediata de retorno. Apesar que eles continuam trabalhando e, por isso, logo percebem o benefício. Estão investindo, mas também ganhando”, afirmou.
Ele explicou que, para o suinocultor, a conta fecha rapidamente. “Em dois ou três ciclos de produção, o investimento já se paga”, observou. Essa dinâmica, segundo Douglas, reforça o propósito da empresa e traz satisfação à equipe, pois gera impacto real no campo. “O produtor de suínos convive diariamente com a forte volatilidade do mercado, marcada por oscilações constantes nos preços do animal. Por isso, tecnologias que aumentam eficiência e estabilidade tornam-se ainda mais essenciais”.
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Delmar Briccius afirmou que, embora o ciclo completo da suinocultura esteja em situação relativamente estável, o modelo integrado enfrenta sérias dificuldades. Conforme o presidente da Assuinoeste, existe uma narrativa generalizada de que “está tudo bem” no setor, mas essa não é a realidade de todos. “Nem todos ganham dinheiro. Muitos integrados continuam recebendo valores entre R$ 30 e R$ 70 por animal. Imagine receber apenas R$ 8 em um lote de terminação?”, exemplificou.
O presidente da Associação mencionou que ‘a imagem’ divulgada para fora do setor é otimista, porém ela esconde problemas estruturais. “Apesar de alguns avanços, ainda há situações preocupantes e muitas das soluções adotadas pela indústria foram apenas adaptações, sem resolver questões profundas da cadeia produtiva”.
Ele destacou que parte dos suinocultores ainda atua em uma fase analógica, enquanto o setor precisa migrar urgentemente para o ambiente digital. Outro ponto de alerta é que muitas empresas seguem focadas apenas “da porteira para fora”. “Elas ignoram dificuldades dentro das granjas, como a crescente escassez de mão de obra”.
Delmar também mencionou que, em um cenário que prega fortemente o bem-estar animal, práticas como a exposição à amônia tendem a se tornar inaceitáveis. “Não haverá mais espaço para isso”, afirmou ao reforçar a necessidade de modernização e tecnologias que garantam ambiente mais saudável para os animais e melhores condições de trabalho.
PERENIDADE – Douglas lembrou que, nas conversas e discussões internas, seu objetivo é de sempre construir algo que tenha perenidade. Para ele, é essencial que os produtores confiem no trabalho do Grupo Opencadd.
Ele relatou que um suinocultor procurou a empresa e solicitou a automação completa da granja, o que levou a equipe de pesquisa a passar dois dias coletando dados e analisando o sistema produtivo. “Nosso foco é gerar ganho real e lucro com solidez. Não se trata de uma relação em que apenas um lado vence; o crescimento precisa ser sustentável para todos”, destacou.
De acordo com o CEO do grupo, o trabalho da empresa é guiado por propósito, metas e valores bem definidos. Ele explicou que coordena um grupo interno que trabalha diretamente no desenvolvimento de soluções, e que esses colaboradores foram fundamentais para superar momentos difíceis ao longo da trajetória da empresa. “Temos uma história pautada pela ética”.
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Jorge Landmann complementou dizendo que a Opencadd busca, antes de tudo, escutar as dores dos produtores e oferecer soluções com bom custo-benefício. Essa postura é o que constrói a confiança do mercado. “Nossa confiabilidade vem do compromisso de verificar constantemente, junto aos clientes, se estamos realmente solucionando os problemas. Fazemos levantamentos contínuos, indo a campo para garantir que as entregas sejam adequadas”, afirmou.
Douglas acrescentou que os produtores solicitam opiniões dos grupos mesmo em algo que não é vendido. “Eles nos pedem para opinar. A automação e a robotização vêm para ganhar. Com a automação, conseguimos ter uma granja inteligente e ela é uma realidade para hoje”.
TECNOLOGIA – No podcast, Delmar Briccius contou que, recentemente, adquiriu um novo trator para a sua propriedade e se surpreendeu com a sua aquisição. “O pessoal da loja funcionou o tratou e eu acompanhei em meu celular. A entrega deve acontecer nesta quinta-feira (4). A configuração foi acompanhada diretamente pelo celular. Isso evidencia que a transformação digital no campo é um caminho sem volta”.
Outro fator pontuado pelo presidente da Assuinoeste é a falta de mão de obra qualificada, que é um dos maiores desafios atuais e que, se a modernização não for conduzida de forma humanizada, os custos – diretos e indiretos – serão ainda maiores.
Conforme Delmar, a suinocultura e a avicultura deixaram de ser atividades de opção para se tornarem cadeias altamente técnicas e exigentes. “Nesse cenário, ferramentas como automação inteligente, controle de granja e inteligência artificial capaz de monitorar todo o sistema e alertar o produtor já não são diferenciais, pois elas tornaram-se necessidades.
Ele enfatizou que, ao medir o impacto da falta de mão de obra na produção, percebe-se o quanto o setor deixa de ganhar sem tecnologia. “Tudo isso tem um custo significativo. E quando calculamos o que se perde por não modernizar, fica claro que não há mais espaço para permanecer no analógico”.
Douglas complementou que muitas pessoas trabalham na granja. “Porém, nem sempre todas elas cuidam dos animais. O grupo tem como propósito ajudar a transformar a suinocultura”. Outras informações no link https://www.youtube.com/live/LTMpL6-1G7c.
Da Redação
TOLEDO