Persistência de inflação em alta afeta poder de consumo, diz dirigente do Fed
A persistência dos gargalos na cadeia de suprimentos são particularmente inesperados, segundo Evans, que argumentou ser necessário monitorar de perto se os preços de alguns materiais, como madeira processada, chips semicondutores e carros usados, vão moderar nos EUA com o tempo, como ele espera.
Quanto às expectativas inflacionárias, Evans disse que não as vê fora do controle, apesar das leituras fortes nos últimos meses.
Ao contrário, o dirigente, que tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano, afirmou ter dúvidas sobre se as expectativas estão consistentes com a meta de inflação anual de 2% do Fed.
Tapering
Evans projetou que a instituição deve começar a retirar suas compras emergenciais de bônus entre o fim deste ano e janeiro de 2022, com término do processo – conhecido como tapering – em meados ou durante o outono (no hemisfério norte) do ano que vem.
Neste cenário, ele vê a “inflação subjacente” – aquela que persiste na “ausência de folga econômica, choques de oferta, mudanças idiossincráticas de preços relativos ou outros distúrbios”, segundo definição do próprio Fed – abaixo de 2% ao ano, meta estabelecida pelo BC americano.
Desta forma, Evans afirmou estar confortável com uma inflação entre 2% e 2,5% no ano que vem. O dirigente espera uma taxa um pouco acima de 2% em 2022, à medida que os gargalos na cadeia de suprimentos moderem, como ele espera.
Evans defendeu que o Fed “espere e veja” como os choques na oferta evoluem, e se as expectativas inflacionárias sobem nos Estados Unidos, em resposta. “Se a inflação ficar entre 2,6% e 3%, pode ser que não mais consideremos a acomodação monetária necessária e mudemos para uma abordagem mais neutra”, afirmou.