PF faz novas buscas contra Precisa em investigação sobre venda da Covaxin
De acordo com a CGU a operação foi batizada ‘Imprecisão’. O órgão informou que, ao longo das investigações, foi identificado que ‘uma empresa que alegava ser a representante oficial do laboratório indiano apresentou documentos falsos ao Ministério da Saúde e à CGU’. “Os trabalhos revelaram, ainda, uma carta fiança irregular emitida por outra empresa que não tem autorização para funcionamento pelo Banco Central, além de outros indícios de fraude nas assinaturas e documentos constitutivos da empresa”, registrou a CGU em nota.
A Precisa já foi alvo de buscas em uma operação deflagrada em setembro, por ordem do ministro DiasToffoli, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da CPI da Covid. Na ocasião, os agentes vasculharam a sede da empresa em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, e um outro endereço em Itapevi, onde fica a empresa Luft Healthcare – responsável pelo armazenamento e distribuição dos produtos da Precisa.
A Precisa fechou contrato com o Ministério da Saúde, em 25 de fevereiro deste ano, para intermediar a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin a R$ 1,6 bilhão. O imunizante é fabricado pela farmacêutica indiana Bharat Biotech.
O negócio entrou na mira da CPI da Covid – e depois na da PF – após denúncia do servidor Luis Ricardo Miranda, da Saúde, e do deputado Luis Miranda (DEM-DF), que relataram ter ido ao presidente Jair Bolsonaro, em março, para denunciar irregularidades no contrato.
Segundo eles, a Precisa teria enviado uma ‘invoice’ – nota fiscal – com pedido de pagamento antecipado de doses, feito a uma empresa em Cingapura, que não constava do contrato. A solicitação seria contrária ao acordo com o Ministério da Saúde, que teria de pagar após a entrega das doses.
À CPI, o servidor também relatou pressões de superiores pela liberação da importação da Covaxin.
O contrato da Covaxin foi rescindido no fim de agosto, após a Controladoria-Geral da União apontar indícios de falsificação em documentos entregues pela Precisa ao Ministério da Saúde.