Assembleia Entrevista aborda como o Paraná se tornou o estado com mais produtos autênticos reconhecidos no Brasil

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O Paraná se tornou nos últimos meses o estado brasileiro com o maior número de produtos autênticos reconhecidos com o selo de Indicação Geográfica emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). São 21 produtos que detêm a marca, dentre receitas próprias, vinhos, frutas submetidas a cultivos únicos, entre outros. O tema é discutido na edição desta quinta-feira (11) do programa Assembleia Entrevista, da TV Assembleia.

A jornalista Marcele Antonio conversa com Mabel Guimarães, gestora estadual de Indicações Geográficas do Sebrae Paraná. Ela explica o que significa o reconhecimento dos produtos para o Estado, com impactos econômicos e turísticos. A edição permite que prefeituras, produtores e outros interessados entendam melhor as exigências do INPI e os procedimentos necessários para a conquista do selo – que requer o cumprimento rigoroso de uma instrução normativa, a elaboração de um dossiê, entre outros processos.

Somente em 2025, sete produtos tipicamente paranaenses foram reconhecidos com o selo: o mel de Ortigueira, as receitas de broa de centeio e a carne de onça, ambas de Curitiba; o urucum cultivado em Paranacity, a receita de cracóvia feita em Prudentópolis e os queijos coloniais produzidos no sudoeste do Paraná. Mais recentemente, conquistaram a marca o café de Mandaguari e a poncã de Cerro Azul – que se tornaram o 20º e o 21º produtos, respectivamente, com Indicação Geográfica no Paraná.

Com isso, o Paraná se tornou líder – o Estado também compartilha um selo de produto autêntico com Santa Catarina. Em segundo lugar está Minas Gerais, que possui 20 selos próprios e um compartilhado com São Paulo. Na sequência do ranking estão Rio Grande do Sul (15), Espírito Santo (11), Santa Catarina (10) e São Paulo (10).

“A indicação geográfica traz desenvolvimento regional”, ressalta Mabel. “[O selo] quer dizer que temos produtos regionais que têm importância para aquela localidade. Aquele produto traz uma cultura, traz história e faz o desenvolvimento acontecer”. “É uma cadeia que cresce por causa do produto de IG. As pessoas vão para aquela localidade para conhecer outras coisas além do produto”, explica a gestora.

Ao longo da conversa, Mabel ilustra como a conquista dos selos modificou a realidade de cidades paranaenses, como é o caso de Antonina, cuja bala de banana foi reconhecida como receita típica. “Hoje as fábricas recebem as pessoas para conhecer como é feito esse produto. É uma tendência de cada vez mais abrir as portas para que as pessoas tenham a experiência. Isso leva as pessoas a sonhar, a ter memória afetiva nas regiões”.

Ela também cita um tratado que está sendo firmado com a União Europeia e que permitirá que os produtos típicos do Paraná também sejam reconhecidos como tais no Velho Continente. Ao analisar a situação do Brasil diante da de outros países, Mabel reconhece que o cenário ainda é muito incipiente aqui. “O Sul do Brasil tem 45 produtos reconhecidos, e o tamanho do território equivale à França, que tem mais de 900 indicações geográficas”.

“Então, nós podemos crescer e muito. E o estado do Paraná tem muita etnia, muita cultura, muita história”, reflete. “A tendência é que a gente realmente proteja as nossas histórias, nossas raízes, a nossa cultura”.

TV Assembleia

O programa “Assembleia Entrevista”, da TV Assembleia — canal da Assembleia Legislativa do Paraná — pode ser assistido sintonizando o aparelho de televisão no 10.2 (rede aberta, em Curitiba e Região Metropolitana) e no canal 16 (Claro/NET).

Desde agosto, o programa é transmitido às quintas-feiras, às 13h, no canal da TV Assembleia, com reprise às 18h. A entrevista também pode ser conferida no YouTube, às 13h30.

ALEP

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