Psicóloga orienta famílias e escolas a apoiarem jovens durante o Enem
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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os vestibulares estão próximos e, com eles, aumenta a ansiedade e a tensão entre os adolescentes. Mais do que uma prova, é uma chave de entrada que ajuda a definir o futuro acadêmico do estudante. Esta é uma etapa que, além da preparação nos estudos, exige apoio escolar e familiar. Para que esse período seja encarado com leveza, o autocuidado também é fundamental.
A psicóloga e pedagoga Ana Kiara Franzão explica que “a adolescência é um período de intensa reorganização no córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento, controle inibitório e tomada de decisões, o que explica parte do aumento da ansiedade. O apoio emocional deve se estender além do período do Enem e vestibulares, mas ao longo do processo de construção de identidade”.
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FAMÍLIA – A família assume um papel importante. “Ela deve ser um porto seguro, reforçando a autonomia, acolhendo as emoções e reconhecendo as conquistas do processo, não apenas o desfecho. Validar emoções e demonstrar compreensão, sem minimizar e nem dramatizar”, enfatiza a psicóloga. Inclusive, ela ressalta que afirmações como “eu vejo que isso é importante pra você, estamos ao seu lado” também colaboram para passar pela fase com mais tranquilidade e confiança.
ESCOLA – Já a escola também desempenha um papel essencial neste momento, principalmente ao se preocupar com a saúde mental do adolescente. “A escola pode promover ações de psicoeducação sobre ansiedade, organização de estudos e autoconhecimento com profissionais qualificados e com embasamento científico sobre o tema, com psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos e o próprio orientador educacional, por exemplo”. Kiara complementa que “é importante oferecer espaços de escuta e acolhimento para orientar os alunos a identificarem distorções cognitivas típicas desta fase, como a catastrofização e o pensamento dicotômico”.
A psicóloga alerta que são três os sinais e dimensões em que o estudante deve estar atento. “Dentre elas está a cognitiva, como dificuldade de concentração, preocupação constante com os erros e pensamentos intrusivos sobre o futuro. O fisiológico representa a insônia, as dores de cabeça, tensão muscular, dor abdominal e taquicardia, enquanto o comportamental reflete no uso excessivo de celular, esquiva dos estudos ou procrastinação, além de irritabilidade, explosões emocionais e até mesmo compulsão alimentar”.
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Pensamentos, emoções e comportamentos também exigem cuidado, especialmente ao se tratar de pensamentos catastróficos como “se eu não passar, minha vida acabou”, explica Kiara. “A reestruturação cognitiva ajuda a flexibilizar essas crenças, substituindo por pensamentos mais realistas como ‘o Enem é importante, mas não define quem eu sou, nem todas as minhas possibilidades futuras’”.
Ao se tratar das questões fisiológicas, a psicóloga orienta a necessidade da prática de atividade física, alimentação saudável, qualidade de sono e tempo para o descanso e lazer, pois esses fatores colaboram para manter a mente focada e tranquila.
Dentre as recomendações de Kiara estão “ter pensamento realista, realizar práticas de atenção plena, autoinstruções positivas, como ‘eu me preparei, eu posso lidar com isso’, higiene do sono, hidratação e pausas positivas. Outra recomendação é o encerramento simbólico do ciclo de estudos, como, por exemplo, escrever metas, reconhecer o esforço feito e reforçar conquistas”, conclui.
Da Redação
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