Protagonismo feminino no agronegócio é tema de encontro promovido pela PUCPR Toledo
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Evento realizado na comunidade Dez de Maio destacou avanços e desafios das mulheres no campo
Quase um em cada cinco estabelecimentos rurais no Brasil é comandado por mulheres. São cerca de 957 mil propriedades lideradas por elas, segundo o Censo Agropecuário de 2017 (IBGE, Embrapa e Ministério da Agricultura). Esse dado evidencia a crescente participação feminina no agronegócio, e foi justamente sobre esse protagonismo que se discutiu em um evento promovido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Câmpus Toledo, na comunidade de Dez de Maio.
O encontro teve como ponto alto a palestra “Tempo de Florescer”, ministrada pela professora da PUCPR, Adriana Valero. A proposta foi provocar reflexões sobre o autoconhecimento, os papéis que as mulheres assumem no setor e as oportunidades que vêm se abrindo.
“Ainda há muito a avançar, mas não é possível sustentar o crescimento do agronegócio sem a presença ativa das mulheres. Esse tipo de espaço é fundamental para estimular a liderança e reforçar que o setor precisa delas”, afirma Fernanda Butarelli, gerente de negócios da PUCPR.
Quem vive essa mudança na prática é a produtora rural Raquieli Beatriz Koehler. “Nasci na zona rural, fui para a cidade, mas voltei a morar no sítio depois de casar. Vejo uma mudança enorme na forma como as mulheres são vistas. Antes, até participavam, mas não eram ouvidas. Hoje, a gente fala e a opinião é respeitada. Aqui em casa sempre fui parceira do meu marido, todas as decisões foram tomadas juntos”, relata.
Mãe de duas meninas, Raquieli também compartilha com as filhas os aprendizados dessa trajetória. “Sempre ensino que elas podem ser o que quiserem. Ser mulher não é obstáculo para nada. Por isso, faço questão de trazê-las a eventos como este, onde elas podem ver mulheres inspiradoras que atuam e lideram no campo.”
Para reforçar esse movimento, a PUCPR Câmpus Toledo também oferece o curso Liderança Feminina no Agronegócio, com duração de nove meses. A formação é realizada em parceria com cooperativas agrícolas da região. “Hoje há mais oportunidades para que as mulheres se capacitem e assumam posições de liderança no setor”, conclui Fernanda.