Saúde Mental promove o “Setembro Amarelo 2025 – Movimento pela Vida”

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O anfiteatro do câmpus 1 da Universidade Paranaense (Unipar), em Toledo, está sendo palco, nesta quinta e sexta-feira (25 e 26), do evento “Setembro Amarelo 2025 – Movimento pela Vida”, organizado pelo Departamento de Saúde Mental (DSM), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A iniciativa é o ponto central da programação, em nível local, alusiva à campanha mundial de conscientização, prevenção e enfrentamento ao suicídio.

Com público formado por profissionais de saúde, educação, assistência social, universitários e comunidade em geral, o encontro tem, para atender ao grande volume de inscritos, a mesma programação nos dois dias, das 8h às 17h30. Logo na chegada, os participantes são convidados a colocar no peito o adesivo com a frase “Falar salva vidas” e o laço que simboliza o Setembro Amarelo.

Outro gesto simbólico é imprimir a digital, mergulhada em tinta amarela, nos galhos de uma árvore sem folhas pintada em tela, formando uma grande árvore florida. O espaço de recepção também abriga exposição de trabalhos artesanais de pintura em tela e tecido, crochê e moldagem de sabonetes, produzidos por participantes das oficinas promovidas nos equipamentos públicos gerenciados pelo DSM: o Ambulatório de Saúde Mental e os três Centros de Atenção Psicossocial (Caps-i, voltado a crianças e adolescentes; Caps-AD, dedicado ao cuidado de pessoas com problemas relacionados ao álcool e outras drogas; e Caps II, destinado a adultos com transtornos mentais graves e/ou persistentes).

O detalhamento dos serviços oferecidos por estes espaços foi o objeto principal de um vídeo institucional que foi exibido após a abertura oficial. Em seguida, houve um momento cultural com o músico Gustavo Zonta, que interpretou canções autorais inspiradas em dilemas de sua trajetória pessoal.

Na sequência, o psiquiatra Christofer Moraes Balen conduziu a palestra “Cuidado em Saúde Mental do Paciente e Também do Cuidador”, enquanto o psicólogo Diego Alexandre Rozendo da Silva abordou o tema “Prevenção do Suicídio: evidências, práticas e desafios”. Posteriormente, Diego participou ainda de uma roda de conversa sobre “A Importância das Conexões e da Valorização do Bem-Viver: autocuidado e intervenção multiprofissional”, que teve também a nutricionista Luciana Zabine de Oliveira e a personal trainer Julia Weinzenmann como debatedoras.

AUTORIDADES – A abertura oficial ocorreu na manhã desta quinta-feira (25), com a presença de autoridades locais. Compuseram a frente de honra a diretora do DSM, Janaina Mery Gomes Formighieri; a coordenadora do curso de Psicologia da Unipar/Toledo, Marilena Koch, representando o diretor-geral do câmpus, Robson Recalcatti; a secretária municipal de Saúde, Adriane Monteiro; o promotor de Justiça, José Roberto Moreira, pelo Ministério Público; a vereadora Professora Marli, em nome do Legislativo Municipal; e o vice-prefeito Lucio De Marchi, que representou o prefeito Mario Costenaro, que se encontra em Curitiba para agendas oficiais do município junto ao Governo do Estado.

Em sua fala, o vice-prefeito ressaltou que o suicídio é um problema que precisa ser enfrentado; “Problemas como depressão e ansiedade são cada vez mais comuns e, para evitar que resultem em um suicídio, devemos debater este assunto, fortalecendo redes de apoio que ajudem as pessoas a superarem as dificuldades do cotidiano”, analisa Lucio. “Vejo que a maior glória da nossa vida não é não cair nunca. A nossa maior glória é se levantar cada vez que cairmos. Quando isso acontecer, é importante sempre ter por perto um ombro amigo, um apoio”, observa.

Em sua intervenção, Professora Marli defendeu a importância de abordar o suicídio com base científica, ressaltando que múltiplos fatores podem levar uma pessoa a atentar contra a própria vida e que o enfrentamento desse problema exige a união entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil. “Em vez de consumir conteúdos que afetam nossa saúde mental, devemos incentivar as pessoas a praticarem alguma atividade física cujos benefícios são comprovados por diversos estudos”, recomenda a vereadora. “O mundo atual nos adoece mentalmente, e, por esta razão, precisamos, sim, falar a respeito desta questão. Não falar sobre não faz o problema desaparecer. Muito pelo contrário!”, destaca.

O promotor de Justiça destacou que o Ministério Público atua em diversas áreas, impulsionando boas práticas na formulação e execução de políticas públicas. “Por não sermos entes políticos, defendemos ações sem se deixar levar por nenhum interesse ideológico, mas, sim, em defesa da coletividade”, salienta José Roberto. “Eventos como o de hoje são fundamentais para desmistificar questões, como a ideia equivocada de que falar de suicídio estimula sua ocorrência, além de abrir espaço para identificar melhorias nas políticas públicas relacionadas ao assunto”, aponta.

A secretária de Saúde ressaltou que o cuidado com a saúde mental exige engajamento coletivo, indo além da atuação do poder público e alcançando toda a sociedade. “Todos nós devemos estar atentos a sinais de que algum amigo ou familiar está em sofrimento psíquico e orientá-lo a procurar algum auxílio”, aconselha Adriane. “Tenho certeza que, a partir daqui, muitas vidas serão salvas com o trabalho de vocês”, enfatiza.

Para a diretora do Departamento de Saúde Mental, o Setembro Amarelo é mais do que uma campanha de prevenção do suicídio: trata-se de uma celebração da vida, que valoriza desde os pequenos cuidados individuais até o acesso a serviços de saúde qualificados. “Falar de prevenção do suicídio é, sobretudo, falar sobre vida, que cada vida importa, que cada dor deve ser ouvida, acolhida e cuidada, e que ninguém precisa passar por isso sozinho”, pontua Janaína. “Mais importante do que falar sobre prevenção do suicídio é falar sobre valorização da vida, transformando informação em atitude para que possamos construir uma sociedade baseada no respeito, no cuidado e na empatia”, sublinha.

Já a coordenadora do curso de Psicologia da Unipar ressaltou que o Setembro Amarelo vai além da capacitação técnica, sendo um chamado para a união de esforços entre universidade, poder público e sociedade. “A presença de cada autoridade, de cada profissional e de cada cidadão aqui demonstra o quanto essa causa nos convoca à responsabilidade coletiva”, comenta Marilena. “Estar aqui hoje como psicóloga e professora é reafirmar o nosso propósito de contribuir com conhecimento, escuta e acolhimento, somando esforços para que possamos prevenir o sofrimento psíquico e promover qualidade de vida”, frisa.

TOLEDO

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