Sondagem Industrial: Fiep apresenta perspectiva do setor para 2024

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A 28ª Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) trouxe dados sobre empregabilidade, internacionalização, disposição para investimentos, entre outros pontos que envolvem o setor. A apresentação dos resultados ocorreu na manhã de terça-feira (20), campus da Indústria, em Curitiba – com transmissão virtual e coletiva de imprensa.

O presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, avaliou os resultados da 28ª Sondagem Industrial e antecipou informações sobre os inéditos Fóruns Regionais da Indústria. Além disso, também ocorreu o lançamento da 9ª edição do Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo.

Para o presidente, os dados apontam que a indústria do Paraná apresenta boas perspectivas para 2024, mesmo com alguns pontos incertos em relação ao desempenho econômico do Brasil. “Muitos industriais ainda analisam o cenário com certa cautela e mantêm expectativas neutras, mas a disposição para novos investimentos mostra que a indústria do Paraná pode seguir crescendo neste ano”.

Vasconcelos pontua que esse cenário tende a ganhar em dinamismo, desde que aconteçam ações eficazes voltadas as políticas industriais – nas esferas federal, estadual e municipal – que visem promover a melhoria no ambiente produtivo e, desse forma, possam impulsionar a competitividade das empresas. “É colocando isso como prioridade que a Fiep vem pautando suas ações”, afirma.

RESULTADOS DA SONDAGEM – A Sondagem Industrial é considerada a maior pesquisa feita com empresários do setor para avaliar suas expectativas e intenções para este ano. Em relação ao desempenho da indústria para este ano, 47% dos entrevistados se mostraram otimistas ou muito otimistas e 41% expressaram expectativa neutra para 2024. Este resultado está ancorado principalmente na perspectiva de crescimento das vendas (57%), na possibilidade de entrada em novos mercados (55%) e no aumento da produtividade e competitividade (48%).

Em relação aos fatores como disponibilidade de mão de obra (43%), custos de produção (42%) e infraestrutura logística (41%) se apresentam como os principais entraves que podem interferir diretamente no desempenho dos negócios.

NOVOS INVESTIMENTOS – Aproximadamente 87% dos empresários que responderam à pesquisa confirmaram disposição em fazer novos investimentos em 2024. Em torno de 30% pretendem fazer mais ou muito mais do que foi realizado em 2023. Outros 33% devem manter o nível feito em 2023. Já 24% devem reduzir os valores; apenas 13% sinalizaram não vão investir no ano que vem.

As prioridades de investimento são em melhoria de processos, produtos ou serviços (55%), redução de custos de produção (48%) e prospecção de novos mercados (47%). Além destas prioridades, ampliação da capacidade produtiva, modelos de negócio e comercialização e programas de melhoria da qualidade da empresa também aparecem como principais intenções de investimento.

RECURSOS PRÓPRIOS – A ideia é fazer novos investimentos e a principal fonte de financiamento serão de recursos próprios – segundo 61% dos entrevistados. Já 21% pretendem recorrer a bancos de fomento e desenvolvimento, e 12% indicaram que devem procurar bancos tradicionais.

De acordo com Vanconcelos, os investimentos são fundamentais para que as indústrias aprimorem seus processos produtivos e conquistem novos mercados. “Principalmente por termos, da porta para fora das empresas, um ambiente com muitos desafios, é essencial que as empresas aumentem sua competitividade por meio de investimentos em melhorias de processos e produtos”.

O presidente ainda declara que é preciso melhorar as condições de crédito no país. “Como mostra a pesquisa, o alto custo dos financiamentos faz com que as indústrias precisem utilizar recursos próprios, quando haveria um estímulo muito maior para investimentos se tivéssemos crédito mais barato e acessível”, acrescenta.

DIFICULDADES – Do total dos entrevistados, 12% se mostram pessimistas ou muito pessimistas. O motivo, segundo eles, são as previsões de redução nas vendas de suas empresas (80%), dificuldade com os custos totais de produção (74%) e para fazer investimentos (57%). A infraestrutura logística (54%), a questão da energia (51%), a impossibilidade de expandirem seus negócios para novos mercados (49%) e as dificuldades de encontrar mão de obra (49%) são algumas das causas apontadas por eles.

Mesmo com alguma cautela, os empresários demonstraram estar mais confiantes em relação à produtividade e competitividade (44%), com ações de PD&I (39%), investimentos (31%), disponibilidade de insumos e matérias-primas para produção (27%), com a cadeia de suprimentos (24%) e no que se refere à concorrência (19%), na comparação com a pesquisa anterior.

FÓRUNS REGIONAIS – Entre as novidades deste ano, o presidente apresentou a proposta dos Fóruns Regionais da Indústria. Esse novo projeto da atual diretoria visa mobilizar empresários do setor em todas as regiões do Paraná, além de implementar diretrizes de uma nova política industrial para o estado focada nas prioridades de cada região. O primeiro deve acontecer dia 15 de março em Cascavel.

Uma das principais características será o forte engajamento de empresários, entidades parceiras e poder público para fortalecer a atuação do setor. “Temos que amadurecer o pensamento do empresário para inovação, para a inovação e para o desenvolvimento. Debater as indústrias, como melhorar a captação de indústria, da implantação de parques indústrias, das questões burocráticas, pois é diferente do comércio e do serviço. Quando a comunidade está em sintonia percebe que podemos dar suporte ao município – sobre como formar um parque indústria. O Estado precisa ter seu pacote de política industrial, precisamos melhorar nosso ambiente”, salienta o presidente.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Assessoria

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