Paraná é eleito Estado mais sustentável do Brasil em 2024

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Desenvolvimento sustentável com ampliação da área verde. Rigor no combate ao desmatamento ilegal. Cuidado com os diversos usos da água. Reciclagem, coleta seletiva e destinação final do lixo. Proteção à fauna silvestre. Esse pacote fez com o Paraná fosse eleito, pelo quarto ano consecutivo, o Estado mais sustentável do Brasil, obtendo nota máxima no Ranking de Competitividade dos Estados, divulgado em agosto de 2024, pelo Centro de Liderança Pública (CLP).
Performance de sucesso que tem como pilar a política ambiental implementada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior a partir de 2019. “Mais uma vez o Paraná é destaque no Ranking de Competitividade dos Estados, em especial na sustentabilidade ambiental, o que demonstra que ações que implementamos nesses anos têm surtido o efeito planejado, com a consequente melhoria dos serviços oferecidos à população paranaense”, afirmou o governador.
Conjuntura que faz com que o Paraná tenha muito a apresentar e comemorar no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quinta-feira (05).
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Entenda os cinco motivos que transformaram o Estado em um campeão de sustentabilidade, referência para o mundo nos cuidados com a natureza:
Ampliação da área verde
No Paraná, a geração de emprego e renda, com desenvolvimento social e econômico, está diretamente ligada à agenda ambiental. Qualquer empreendimento, para se instalar no Estado, tem como condicionante os cuidados com a natureza. Normalmente, no caso de obras estruturantes como a instalação de uma usina para geração de energia ou a construção de um aterro de resíduos sólidos, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), por meio do Instituto Água e Terra (IAT), exige a ampliação da cobertura vegetal. Em alguns casos, como no da revitalização da Orla de Matinhos, em até cinco vezes.
O mesmo raciocínio vale para obras de infraestrutura, como a duplicação de rodovias, com a indicação de passagens subterrâneas para a fauna, construção de pontes ou de aeroportos. Assim, segundo dados do MapBiomas, uma iniciativa multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia, 75% dos municípios do Paraná ampliaram a área de mata nos últimos anos.
Combate ao desmatamento ilegal
De 2021 para 2024, o número de Autos de Infração Ambiental (AIAs) ligados a crimes contra a flora nativa aumentou em 65%, passando de 3.183 para 5.252. O valor total das multas também cresceu, indo de R$ 78.797.343 para R$ 134.067.876 no ano passado, um incremento de 70%, segundo dados do IAT.
Aperto ao crime que fez com que o Paraná alcançasse resultados expressivos no combate ao desmatamento ilegal. Tanto a Fundação SOS Mata Atlântica quanto o próprio MapBiomas identificaram uma redução de 64% na supressão em 2024.
Ainda de acordo com os levantamentos, 71% dos municípios do Paraná tiveram desmatamento zero em 2024. “A Mata Atlântica há de permanecer. Queremos e vamos multiplicar essa magnífica área de patrimônio natural, seja por reflorestamento ou por conservação. A nossa casa comum merece, o nosso mundo merece, o nosso Paraná merece”, destacou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.
Diversos usos da água
O Paraná tem um ótimo desempenho no controle da perda de água do País. De acordo com o último relatório do Instituto Trata Brasil, por exemplo, o Estado, por meio da Sanepar, alcançou um dos menores índices de desperdício do Brasil. Atualmente 100% do esgoto coletado nos sistemas operados pela Sanepar recebem tratamento.
Há, ainda, programas como o Água no Campo, que desde 2019 perfurou 676 poços em 163 cidades paranaenses, também ajudam a explicar a importância de investimentos em água. Outros 200 poços serão entregues a partir de 2025.
Outra atuação importante é o cuidado permanente com os rios que cortam o Estado. O Paraná conseguiu ampliar a cobertura de matas ciliares em 12% nos últimos anos. O Estado passou de 1,25 milhão de hectares de cobertura florestal nestas áreas em 2008 para 1,41 milhão de hectares em 2021. Recuperação puxada por medidas como o plantio de 3,9 milhões de mudas em áreas de preservação permanente e a recuperação de mais de 6,9 mil nascentes de rios.
O Paraná tem também uma legislação com foco na economia dos recursos hídricos por meio da reutilização da água em áreas urbanas, rurais, nas indústrias e em processos produtivos. A Resolução nº 122, desenvolvida pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH/PR), órgão vinculado ao Instituto Água e Terra (IAT), começou a valer no ano passado e regulamenta o reúso da água para proveito urbano, agrícola, florestal, ambiental e industrial.
As atividades beneficiadas vão desde a irrigação de áreas verdes, lavagem de veículos e de superfícies, até a construção civil, uso predial, combate a incêndios, produção agrícola e regularização da vazão de corpos hídricos, entre outras. A partir da normativa, o Paraná passa a ser um dos seis estados do País a construir uma legislação própria sobre o tema, estabelecendo critérios e ditando parâmetros de qualidade para a reutilização da água para mais de uma modalidade.
A legislação prevê ainda o registro de volume gerado, regras para licenciamento e a exigência da instalação de redes específicas e sinalizadas em paralelo à rede de água potável, de forma a evitar a contaminação e garantir a rastreabilidade.
Lixo: reciclagem, coleta e destinação final
A eficiência na coleta seletiva e destinação do lixo, por exemplo, deriva de propostas como o incentivo à união de municípios para reestruturação dos aterros sanitários e à melhoria da gestão de resíduos sólidos – a medida busca auxiliar na redução de custos das prefeituras, seja com a execução dos projetos ou a viabilização financeira para a construção de novos aterros consorciados.
Outro ponto é que, por meio do IAT, houve a entrega de 268 caçambas para 67 municípios do Paraná, equipamentos que completam o kit voltado exclusivamente para o serviço de coleta e destinação final dos resíduos gerados por atividades da construção civil – o conjunto é composto ainda por caminhões poliguindastes. O investimento foi de R$ 21,5 milhões.
Proteção à fauna silvestre
A rede coordenada pelo IAT é composta por um Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (CETRAS), em Guarapuava, por três Centros de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS), frutos de convênios entre o IAT e instituições de ensino como o Centro Universitário Filadélfia (Unifil), de Londrina, Centro Universitário de Cascavel (Univel), Unicesumar, de Maringá; do CAFS em parceria com Parque das Aves, de Foz do Iguaçu; além do acordo com o instituto ambiental Klimionte, de Ponta Grossa, responsável pelo CETAS.
Essa estrutura salvou 1.483 animais silvestres nos primeiros quatro meses de 2025 – o número equivale a 40% de todos os 3.735 atendimentos de 2024.
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