TEA: rede de apoio contribui na promoção de mais qualidade de vida

Por Jornal do Oeste Publicado em 16/07/2025 - 16:00 Atualizado em 16/07/2025 - 13:31

A rede de apoio contribui na troca de experiências e informações e, dessa forma, ajuda a promover mais qualidade de vida Crédito: Janaí Vieira

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Diariamente, pais, avós, pessoas próximas enfrentam julgamentos descabidos sobre situações inusitadas com entes queridos autistas. Falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e contar com uma rede de apoio, com pessoas que possam trocar experiências e contribuir com a qualidade de vida é algo essencial.

Disseminar informações para a população sobre o TEA é uma forma de reduzir a discriminação e o preconceito. Uma sociedade bem informada, que é sensível às lutas alheias, se torna menos preconceituosa e mais preparada acolher.

Desafios, conquistas e lutas, cada família que convive com o TEA tem suas particularidades. Os atendimentos especializados, o acolhimento, o amor e a rede multidisciplinar conseguem fazer a diferença quando o assunto envolve a qualidade de vida da pessoa com autismo e da sua família.

“Discutir o autismo é essencial porque cada vez mais famílias vivenciam essa realidade no dia a dia”, aponta a neuropsicopedagoga, especialista em TEA e intervenção ABA aplicada ao TEA, Andréia Schauren. “Em Toledo, já são quase 400 famílias vinculadas à Associação dos Autistas, sem contar tantas outras que ainda não nos procuraram. O número de diagnósticos tem crescido a cada ano e isso torna ainda mais urgente a necessidade de informação, acolhimento e estratégias para melhorar a qualidade de vida das pessoas autistas e de seus familiares”.

Andréia salienta que o autismo não é uma condição rara e quanto mais o assunto é abordado, mais é possível promover um ambiente de inclusão, respeito e entendimento. “Ainda existem muitos desafios na sociedade, como a falta de informações adequadas, barreiras no acesso a terapias e dificuldades no ambiente escolar. O autismo está presente em nossa cidade, em nossas escolas, em nossas famílias. Quanto mais aprendermos sobre ele, mais poderemos construir uma sociedade que acolhe e respeita as diferenças”.

DIAGNÓSTICO – Em 2023, o filho mais novo de Andréia, o Heitor, estava com suspeita de Transtorno do Espectro Autista. Hoje, seu diagnóstico está fechado, contudo, devido ao início precoce das intervenções, a mãe aponta que ele tem avançado de maneira impressionante.

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“Minha experiência como mãe me mostrou, na prática, que uma família presente e um acompanhamento adequado fazem toda a diferença na vida de qualquer criança. O diagnóstico pode ser um momento desafiador, mas quanto mais cedo a criança recebe apoio especializado, maiores são as possibilidades de progresso. Informação, acolhimento e acesso às terapias certas são essenciais para que essas crianças alcancem seu potencial”, afirma.

REDE DE APOIO – A Associação de Familiares e Amigos dos Autistas de Toledo integra essa rede de apoio as famílias. A Associação, desde 2010, trava a luta por inclusão, atendimento especializado e mais qualidade de vida. Atualmente, a entidade atua em sede própria localiza no Jardim Gisela. Com a criação da Associação, as famílias passaram a ter um espaço para a troca de informações, experiências, rede de apoio e atendimentos gratuitos.

Durante anos, os encontros aconteciam no Parque Frei Alceu. No início de 2014, a Associação ganhou uma nova sede, localizada no Jardim Gisela. Em setembro de 2019, ficou outorgado a permissão de uso de imóvel pertencente ao município – antiga Casa do Brinquedo – para uso da VIDA. Em 2021, a Associação retornou para as instalações atuais.

“Minha função dentro da Associação dos Autistas sempre será o de amparar as famílias, oferecendo orientação, acolhimento e informação. Acredito que, assim como meus filhos estão se desenvolvendo com uma intervenção adequada e um ambiente familiar presente, outras crianças também podem alcançar avanços significativos e ter mais qualidade de vida”, reforça.

Andréia destaca que orientar as famílias é sempre o primeiro passo. “Sessões de terapia de 30 minutos, duas ou três vezes por semana, não são suficientes por si só. O verdadeiro progresso acontece no dia a dia, dentro de casa, com a participação ativa da família. É essencial que os pais e cuidadores compreendam seu papel nesse processo e estejam engajados em oferecer estímulos contínuos. A família muda tudo. A família faz milagres. E meu papel dentro da Associação é justamente auxiliar nesse caminho, garantindo que mais crianças tenham a oportunidade de evoluir e alcançar seu máximo potencial”, conclui.

Da Redação

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