Tem na Escola’: projeto ‘Sarau Literário’ estimula a leitura

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O terceiro projeto apresentado pelo ‘Tem na Escola’ – uma iniciativa que visa valorizar e divulgar os projetos de destaque desenvolvidos nas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) de Toledo – é o ‘Sarau Literário’ que acontece na Escola Municipal Egon Werner Bercht.

Tudo começou com uma sala de leitura sem nome. Mas, desde quando sala precisa ter nome? Se dentro dela acontece a magia da leitura, a resposta é sim! A sala precisa ter nome, afinal é um lugar mágico, é um lugar que ao folhar as páginas de um livro é possível ir além do conhecimento, ir além do aprender; é possível viajar, é possível viver experiências que só a leitura pode proporcionar.

A iniciativa surgiu em 2015. A direção e a equipe pedagógica, da época, constaram as dificuldades dos alunos no processo de aprendizado da leitura e da escrita. “Nós percebemos que a nossa sala de leitura não tinha o nome. Dizíamos: ‘Vamos para sala de leitura, vamos para a biblioteca’. Mas era como se o espaço precisasse ter um nome, ter mais representatividade”, conta a diretora, Eliane Cristina Zepnicki. “Também tínhamos a certeza de que não caberia a escolha aleatória de um nome, por isso, optamos por envolver todos os alunos e a comunidade escolar”.

Essa escolha do nome foi a base para a criação do projeto. A diretora explica que, na ocasião, cada turma escolheu um autor brasileiro como sugestão para nomear a sala de leitura. “Os alunos fizeram campanha e depois disso ocorreu a eleição. Esse processo envolveu a comunidade escolar. Ele também motivou a leitura, a expressão oral das crianças e a organização das ideias para defender o autor que eles estavam apresentando como candidato – para nomear a biblioteca”, pontua ao citar que o nome escolhido foi Monteiro Lobato.

Todo esse processo ocorreu em 2014. No ano seguinte, durante uma reunião pedagógica o tema foi pautado e pensado que poderia ser algo recorrente, algo que pudesse ocorrer durante o ano letivo. A ideia foi reformata, virou um projeto interno e ganhou o nome de Sarau Literário.

A MAGIA DO APRENDIZADO – O projeto acontece anualmente, durante o período de três meses. Neste intervalo de tempo, acontece o estudo da biografia do escritor escolhido e das obras dele. Com base nessa escolha, os professores elaboram atividades relacionadas a língua portuguesa (incentivo à leitura e produção de textos, por exemplo) e também de outras disciplinas.

A diretora destaca que as atividades envolvem todas as turmas – desde o infantil até o 5º ano. Ou seja, aproximadamente 315 alunos desenvolvem atividades ligadas ao Sarau Literário. Ela enfatiza que o projeto é versátil e tem trazido diversas experiências para as crianças, para os professores e para a comunidade escolar.

“É um projeto amplo que além de estar contemplando os alunos, também envolve toda a comunidade escolar, pois quando acontece o encerramento é algo que vai além dos muros das escola, é o ápice com as apresentações, com os figurinos, com toda a magia que a leitura pode envolver”, declara.

ALÉM DA ESCOLA – Eliane relata que o projeto já aproximou escritos dos alunos como a realização de lives e com a visita de alguns na própria escola. Ela salienta que uma professora da escola, após o projeto, retomou um sonho e escreveu um livro infantil. “O projeto não atinge somente os alunos”, afirma.

EVOLUÇÃO DO PROJETO – A professora, Maria Auxiliadora Peron, recorda que a base do projeto continua a mesma (pesquisa para escolha do escritor, atividades relacionadas, envolvimento da comunidade escolar), contudo, a finalização das ações anuais têm mudado. Ela recorda que no início o ‘sarau’ ocorria dentro da escola, com as apresentações e mostras dos trabalhos. Contudo, com o tempo, a escola ficou ‘pequena’.

“Ano após ano, o projeto foi tomando outras proporções e vimos o Teatro Municipal como uma alternativa para as atividades de encerramento. Não foi um processo simples, mas conseguimos”, conta ao salientar que a grandiosidade do Teatro fortalece as ações do projeto diante de todos os recursos estruturais que ele possui.

Entre as ações que marcaram a trajetória da professora está a produção de um livro. A obra ‘Baobá – A aurora da mata’ foi escrita durante as atividades de um Sarau Literário e contou com a participação dos alunos e dos professores. Maria Auxiliadora também cita como algo marcante o projeto ter encorajado uma professora a escrever o próprio livro, além da participação dos alunos estrangeiros ao se envolverem com o Sarau.

“O marco deste ano foi a criação de nosso Hino”, pontua. “Para o encerramento de cada edição, buscamos apresentar uma canção – que retrate o tema proposto e envolva todos os alunos. Mas, neste ano, estávamos com mais dificuldade para encontrarmos essa música. Com isso, surgiu a ideia de nós escrevermos algo e assim tudo fluiu: todas as turmas contribuíram e com o suporte de Inteligência Artificial foi possível criar arranjos, melodia e termos nossa canção”, relata ao acrescentar que a após a apresentação no Teatro Municipal a canção foi eleita como o Hino do Sarau Literário.

APRENDIZADO – Para a aluna do 5º ano, Laura Fernanda de Lima, o Sarau Literário é um projeto que envolve a turma, que é algo lúdico e divertido. “Em todos estes anos de Sarau Literário eu aprendi a ler, a escrever e a ter mais criatividade”, conta a aluna. “Este ano, eu fiquei mais nervosa na apresentação, pois a professora falou que quando estamos no palco, somos o centro de toda a atenção, mas foi muito legal. O projeto é muito legal”, conclui.

Da Redação

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