Toledo lidera estatística ‘triste’ em acidentes e óbitos no trânsito

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Dados recentes apontam para um aumento nos índices de acidentes de trânsito, com destaque para as mortes envolvendo motocicletas. O Atlas da Violência 2025 registra um aumento nas mortes no trânsito, com um crescimento de 2,5% em comparação com 2022. Infelizmente, essa também é uma realidade em Toledo.

O município liderou os acidentes de trânsito por mil habitantes entre diferentes cidades do Paraná em 2024. Com 159 mil habitantes, Toledo chegou a um índice de 8,5 acidentes de acordo com os dados do Corpo de Bombeiros (SysBm CBMPR). São quase 1.600 acidentes ocorridos na cidade em Toledo em 2024. O município está à frente de Foz do Iguaçu (7,8); Cascavel (6,4) e Maringá (6,2).

Estudos indicam que a maioria dos acidentes é causada por fatores humanos, como imprudência e desatenção ao volante. No município, o Instituto Pessoas Melhores (IPM) lançou oficialmente, no dia 17 de outubro de 2024, a campanha “Eu Paro para Pedestres”. Esses dados foram apresentados pelo presidente do IPM Edésio Agostinho Reichert no Programa Algo Mais do JORNAL DO OESTE na terça-feira (10).

CONSCIENTIZAÇÃO – Ele explica que a iniciativa visa conscientizar motoristas e pedestres sobre a importância do respeito às faixas de pedestres e, consequentemente, promover uma convivência mais segura e harmoniosa no trânsito de nossa cidade.

Reichert recorda que a campanha foi criada com o foco principal de educar motoristas para que adotem uma postura responsável e priorizem a passagem dos pedestres, ao mesmo tempo em que orienta os pedestres sobre os cuidados ao atravessar as ruas, gerando como consequência, uma redução significativa no número de acidentes.

Ao criar uma cultura de atenção e respeito mútuo, o Instituto Pessoas Melhores acredita que é possível transformar a cidade em um espaço mais seguro para todos. “Neste momento percebemos os impactos negativos dos dados dos acidentes de trânsito do ano passado e também estamos abordando a temática. Ao mesmo tempo que os índices são negativos, eles ajudam a tornar a cidade melhor. Realizamos debate públicos e coletivos na busca por soluções e melhorias”, afirma Edésio.

Os dados dos acidentes de trânsito do ano passado podem causar aspectos negativos para Toledo, porém o presidente do IPM afirma que ignorá-los não é uma atitude inteligente. “Por outro lado, os depoimentos de pessoas de outras cidades são negativos, pois elas reclamam do comportamento dos condutores de Toledo. Os dados não são para nos rebaixar, e sim, eles são um convite para a reflexão e a mudança de comportamento do cidadão”.

Reichert acredita que o comportamento do condutor revela como cada um entende a vida e o mundo. “É preciso pensar um pouco no outro. O que é a cidade? Ela é um grande condomínio. Um espaço que precisamos aprender a conviver com outras pessoas. Não posso fazer o que quero, pois existe uma ordem e um funcionamento e a possibilidade de provocar acidente e cometer uma tragédia é grande”.

ESTATÍSTICA – Infelizmente, Toledo lidera uma estatística triste no trânsito: entre os óbitos no trânsito por 100 mil habitantes entre diferentes cidades do Paraná no ano passado, Toledo aparece na frente. O município chegou a 12,9 mortes. Na sequência aparece Guarapuava 12,1 e Cascavel 9,6.

Conforme Reichert, as informações extraoficiais apontam que ocorreram 12 óbitos no trânsito até o mês do maio do ano passado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) traz que que o Brasil está entre os dez países com maior número de óbitos por acidentes de trânsito. “Cada condutor precisa refletir sobre a forma como conduz o veículo”.

O Instituto de Pessoas Melhores também solicitou o perfil das vítimas dos acidentes de trânsito em Toledo e constatou que 63% eram homens e 37% eram mulheres. “Os dados são referentes a 2024 e eles também indicam que jovens entre 20 a 24 anos estão entre os condutores que mais se envolveram em acidentes”, relata o presidente da entidade.

Os índices retratam que do total de acidentes em média 60% tem o envolvimento de motocicletas. Além disso, no acidente com motocicleta, 96% das vítimas sofrem lesões e apenas 4% saem ilesas. Enquanto que os acidentes em outros veículos, 88% das vítimas apresentam lesões.

Ele enfatiza que a segurança no trânsito é um problema complexo, com diferentes fatores contribuindo para os acidentes e as mortes. “A conscientização, a fiscalização e a infraestrutura adequadas são cruciais para reduzir os acidentes e salvar vidas. O condutor deve dirigir com mais prudência”.

Por fim, Reichert orienta que cada condutor adote um comportamento responsável no trânsito. “Às vezes, a pessoa espera mudança positiva na sua vida, mas ela não tem uma atitude correta. Um trânsito mais seguro ‘não vai cair do céu’, e sim, depende de cada cidadão. Os dados colaboram ou fortalecem a convicção de que é preciso ‘olhar’ cada caso com ‘olhos de lupa’”.

Da Redação

TOLEDO

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