Tomate e leite são os responsáveis pela diminuição da cesta básica, analisa pesquisa

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A redução de 5,52% no custo da cesta básica em novembro de 2025, em Toledo, foi impulsionada principalmente pela queda nos preços do tomate e do leite. É o que revela a pesquisa do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, coordenada pela professora doutora Crislaine Colla. A pesquisa analisou a variação de preços dos 13 itens que compõem a cesta básica no município.

Dos 13 produtos pesquisados, dez registraram redução no preço médio entre outubro e novembro. O tomate apresentou a maior queda (-39,59%), seguido pelo leite (-13,39%), arroz (-7,86%), farinha de trigo (-6,48%), margarina (-5,33%), pão francês (-4,07%), batata (-3,36%), café (-2,88%), banana (-1,19%) e açúcar (-0,85%).

Por outro lado, apenas três produtos tiveram aumento de preço no período: a carne (1,26%), o óleo de soja (0,53%) e o feijão (0,27%). Conforme a análise da pesquisa, a carne foi o item com maior alta no mês, reflexo da menor oferta no mercado interno, influenciada pelo aumento das exportações. O óleo de soja apresentou elevação devido às expectativas de menor oferta global do grão. Já o feijão teve leve aumento.

Crislaine explica que o tomate liderou as reduções, resultado do aumento da oferta com a maturação da safra. “O leite também teve queda expressiva, influenciada pelo excesso de oferta no campo e pela importação de derivados, conforme dados do o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos 2025 (DIEESE). Esses dois produtos foram os que mais contribuíram para a queda do índice geral da cesta básica em novembro”.

VOLATILIDADE – A professora salienta que a pesquisa aponta intensa volatilidade nos preços dos alimentos ao longo dos últimos 12 meses. No período, os maiores aumentos acumulados foram observados no café (39,97%), tomate (17,17%), banana (15,99%), margarina (9,71%) e carne (0,90%).

Em contrapartida, oito produtos apresentaram redução acumulada nos últimos 12 meses, com destaque para o feijão (-40,18%), arroz (-40,07%), batata (-17,78%), leite (-13,00%), açúcar (-11,43%), pão francês (-6,02%), farinha de trigo (-4,67%) e óleo de soja (-2,69%).

No acumulado do ano corrente (janeiro a novembro de 2025), seis produtos tiveram aumento de preços: café (22,14%), banana (17,84%), batata (9,29%), margarina (7,22%), carne (6,81%) e farinha de trigo (1,89%).

A pesquisa mostra que sete itens ficaram mais baratos no mesmo período, com destaque para o feijão (-37,56%), arroz (-36,56%), tomate (-17,77%), leite (-11,67%), açúcar (-8,81%), pão francês (-4,07%) e óleo de soja (-3,00%).

SALÁRIO-MÍNIMO – Apesar da queda da cesta básica em novembro, o levantamento revela que o salário-mínimo necessário para cobrir as despesas básicas de uma família em Toledo ainda está muito acima do piso nacional. A professora comenta que em outubro de 2025, esse valor foi estimado em R$ 5.595,21, recuando para R$ 5.286,15 em novembro.

“Na comparação com a média nacional, o salário-mínimo necessário no Brasil em novembro de 2025 seria de R$ 7.067,18, valor 33,69% superior ao estimado para Toledo. Ainda assim, o salário-mínimo necessário no município equivale a 3,48 vezes o piso nacional vigente, fixado em R$ 1.518,00, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelas famílias para suprir suas despesas mensais essenciais”, finaliza a pesquisadora.

Da Redação

TOLEDO

Cesta básica de Toledo acompanha tendência nacional de queda

O custo da cesta básica individual em Toledo manteve-se inferior ao da maioria das capitais brasileiras e de diversos municípios do Paraná no mês de novembro de 2025. A constatação faz parte da comparação realizada pela pesquisa do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), que analisou os preços praticados em cidades do Estado, capitais da Região Sul e capitais representativas das demais mesorregiões do país.

Conforme a coordenadora da pesquisa professora doutora Crislaine Colla, em novembro, a cesta básica de Toledo, avaliada em R$ 629,23, apresentou valor superior apenas ao de Recife, Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, sendo mais barata do que as cestas das demais localidades analisadas.

Entre os municípios paranaenses, Cascavel registrou custo de R$ 649,75, valor 3,26% maior que o de Toledo. “A diferença entre as duas cidades aumentou em relação ao mês anterior, já que a redução no custo da cesta básica em Cascavel foi menor do que a observada em Toledo”, salienta Crislaine.

A comparação com a capital paulista evidencia a disparidade regional nos preços dos alimentos. “São Paulo apresentou a cesta básica mais cara entre as localidades analisadas, com custo de R$ 841,23 em novembro. O valor é 33,69% superior ao registrado em Toledo, reforçando o peso do custo de vida nas grandes metrópoles brasileiras”.

REDUÇÃO – Desde julho de 2025, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) passou a realizar e divulgar mensalmente a pesquisa da cesta básica para todas as capitais brasileiras. Em novembro, 24 das 27 capitais registraram redução no custo da cesta básica, tendência à qual Toledo também se alinhou.

A pesquisa explica que entre as localidades comparadas, Francisco Beltrão liderou a queda, com redução de 6,17%, seguida por Toledo (-5,52%), Dois Vizinhos (-4,98%), Cascavel (-4,26%), Porto Alegre (-4,10%), Pato Branco (-3,77%), Florianópolis (-2,90%), Curitiba (-2,12%), Recife (-1,53%) e São Paulo (-0,70%).

“Na contramão da tendência de queda, Campo Grande apresentou o maior aumento no custo da cesta básica, com alta de 0,29%, seguida por Belém (0,28%)”, relata a professora. Os dados reforçam que, apesar das oscilações regionais, Toledo acompanha o movimento nacional de redução no custo da cesta básica, mantendo-se em posição intermediária quando comparada a municípios do Paraná e às principais capitais brasileiras.

Da Redação

TOLEDO

Em novembro, IPCA registra aumento no custo de habitação

Mais amplo do que a análise do custo da cesta básica, o cálculo da inflação no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é feito a partir da variação nos preços de produtos e serviços que fazem parte de nove grupos: alimentação e bebidas; habitação; artigos de residência; vestuário; transportes; saúde e cuidados pessoais; despesas pessoais; educação e comunicação. Por meio desse cálculo, obtém-se o IPCA que, em novembro de 2025, apresentou aumento de 0,18% (isto é, 0,09 ponto porcentual da taxa registrada em outubro de 2025, que foi de 0,09%). O IPCA acumula alta de 4,46% nos 12 últimos meses, abaixo dos 4,68% dos 12 meses imediatamente anteriores. No ano corrente, acumula alta de 3,92% (IBGE, 2025).

VARIAÇÃO 2025 – No mês de novembro de 2025, os grupos que apresentaram maior variação positiva para o cálculo da inflação foram: despesas pessoais (0,77%), habitação (0,52%) e vestuário (0,49%). Por sua vez, os grupos que apresentaram as maiores reduções foram: artigos de residência (-1,00%); saúde e cuidados pessoais (-0,04%); e alimentação e bebidas (-0,01%). Segundo a professora doutora Crislaine Colla, “no que se refere aos grupos que tiveram maior impacto para o aumento do índice do IPCA, destaca-se o grupo de habitação e despesas pessoais. O aumento dos custos de habitação se deve à alta no valor da energia elétrica residencial”.

No âmbito estadual, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES, 2025) divulga o Índice de Preços Regional do Paraná (IPR), referente a alimentos e bebidas. Observou-se que este índice apresentou redução de – 1,33% no mês de novembro de 2025. O índice acumulado dos últimos 12 meses foi de 1,64% e o acumulado no ano corrente é de 0,46%.

Da Redação

TOLEDO

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