Área do trigo reduz na Regional de Toledo

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Trigo, cevada, centeio e aveia são exemplos de culturas de inverno, aquelas que são plantadas entre maio e junho, quando começa a estação mais fria do ano. O inverno brasileiro apresenta temperaturas amenas e níveis moderados de umidade, que se alinham às necessidades do trigo. Contudo, a cultura do trigo tem reduzido na região Oeste nos últimos anos. A instabilidade do clima e os preços não animam o produtor.

Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a área para a safra deste ano na Regional de Toledo é de 5.970 hectares, com uma estimativa de 18 mil toneladas.

Na safra 2022/23 a área era de 25 mil hectares. Na safra 2023/24 baixou para 10 mil hectares e agora 5.970 hectares destinados ao trigo. “Há dez anos atrás a área era de 90 mil hectares de trigo. E essa redução vem acontecendo em todo o estado. São produções afetadas pelo clima, custo acima do preço e esse ano o Proagro está desfavorável, não cobre todo o custo de produção”, explica engenheira agrônoma do Deral Jean Marie Ferrarini.

Com isso, ela complementa que o produtor prefere plantar o milho safrinha ou vai plantar aveia cobertura no lugar do trigo. Atualmente, o plantio do trigo está iniciando e a área semeada na Regional corresponde a 5% do total. Em relação ao estado, a área do trigo na Regional de Toledo representa somente 1%. Os campos semeados ainda estão na fase de germinação.

O clima ainda está favorável para a continuação dos trabalhos. Para o bom andamento da cultura, a engenheira agrônoma pontua que as lavouras precisam de “frio normal para a cultura porque ela é de inverno. Não precisa de muita chuva e não pode ter geada na fase de reprodutiva”.

ESTADO – Segundo Boletim Conjuntural, referente a semana 14/2025, iniciou no dia 1º de abril a possibilidade de plantio de trigo no Paraná segundo o Zoneamento Agrícola. Os municípios onde já é recomendado o plantio se concentram no Norte do Estado, onde os produtores normalmente têm preferido plantar milho na sequência da soja, fazendo com que ainda não haja áreas relevantes plantadas com trigo atualmente.

Inclusive, o aumento da área dedicada a segunda safra do milho, bem como da soja, foi determinante para que a triticultura tivesse um recuo de intenção de plantio. A área a ser ocupada pelo trigo em 2025 deve recuar 20%, passando de 1,14 milhão de hectares para 0,91 milhão, conforme a primeira estimativa para a cultura.

A estimativa de plantio poder sofrer ajustes nos próximos meses, especialmente com decisões tardias de semeadura, visto que essa se estende até junho no Paraná. Porém, há diversos fatores que pesam contra isso: o aumento da área dedicada a segunda safra, primeiramente, mas também as frustrações constantes de safras verificadas nos últimos anos, aliadas a mudanças recentes nas políticas de seguro que visam coibir o acionamento constante deste.

Caso se concretize a intenção atual de plantio, esta será a menor área tritícola do Paraná desde 2012. Neste espaço, e caso o tempo seja favorável, poderão ser produzidas 2,93 milhões de toneladas, um volume bastante inferior a capacidade de moagem das indústrias paranaenses, que deverão recorrer ao trigo argentino, paraguaio e gaúcho, como tem feito nas últimas safras frustradas.

Da Redação

TOLEDO

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