Anúncio de investimento: empresa visa implantar Usina de Etanol de Milho em Toledo

Por Jornal do Oeste Publicado em 02/12/2025 - 12:00 Atualizado em 02/12/2025 - 09:11

O anúncio ocorreu no gabinete no prefeito Crédito: Janaí Vieira

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Foi anunciado, na manhã de segunda-feira (1º) de dezembro, que Toledo receberá investimentos para a implantação de uma Usina de Etanol de Milho. O projeto é de iniciativa privada – a estimativa inicial é que o investimento envolva aproximadamente R$ 1.180.000.000,00. O anúncio ocorreu no gabinete no prefeito.

A empresa responsável pelo projeto é a Hydrographe S.A., com sede em Cuiabá (MT). Ela encaminhou a carta de intenção e solicitou apoio para a instalação de uma planta de Usina de Etanol de Milho no município. Depois da aprovação de área, todos as despesas com obtenção de licenças, projetos, instalação de planta e a operação serão custeados pela Hydrographe – sem ônus à Prefeitura de Toledo.

“Ela deve ser a terceira planta de etanol de milho acontecendo no Paraná”, pontua o prefeito de Toledo, Mario Costenaro. “São mais de 20 empresas de etanol de milho em todo o Brasil e a gente entra, agora, nessa rede. Tratasse de uma economia numa indústria sustentável de uma forma diferenciada, mas acima de tudo focando que a gente agrega maior desenvolvimento aqui, que a gente amplia ainda mais a nossa geração de oportunidades, de renda, que a gente cria aqui de acordo inclusive com a comissão de engenharia proposta pela empresa de não ter uma indústria verticalizada, mas muito agregada à cidade, a região, quer seja no setor de transporte, quer seja nos demais serviços de fornecimento”.

Costenaro destaca que foi apenas anúncio de uma carta de intenções. “Não é um lançamento de uma pedra fundamental, é um anúncio de uma carta de intenções, um terreno já adquirido, um início de processo agora que leva a possibilidade de construção, lá na frente. Chegamos ao final destes 11 meses intensos de trabalhos, muitos projetos e ainda mais para as oportunidades dadas ao Estado nessa visão diferenciada do nosso governador, de buscar realmente um desenvolvimento harmônico em toda a região”, declara.

TOLEDO NO FOCO – A implantação de uma Usina de Etanol de Milho em Toledo está em processo de estudo há dois anos. O local para a instalação é uma área arrendada junto ao deputado federal Dilceu Sperafico. O espaço – localizado próxima ao Aeroporto Municipal Luiz Dalcanale Filho, com opção de compra de 60 hectares – seria estratégico em termos de logística e demais critérios. Dando sequência aos trabalhos a empresa desenvolve o projeto de engenharia técnica ambiental para obtenção das licenças necessárias.

“Essa história começou há mais de dois anos”, aponta o deputado. “Em reuniões e consenso da família optamos em aceitar, visto que é de interesse do município, contudo não trará benefícios apenas para Toledo, mas para todo o Oeste”, reforça.

Com da usina, o agronegócio regional será impulsionado. Em virtude da necessidade de um estoque estabilizado, a usina precisa compra milho de produção futura, com isso, será criada a modalidade de compra de milho futuro e biomassa (eucaliptos), normalmente não existentes antes da implantação da usina. Tal medida irá permite mais rentabilidade ao produtor.

A usina consumirá também biomassa de eucalipto e bagaço de cana, favorecendo os produtores do Município e também da região. Como o frete é um fator econômico considerável, haverá maior facilidade e um custo menor aos proprietários instalados em Toledo. Outro ponto de desenvolvimento, é que toda a cadeia de venda de equipamentos ou serviços ligados ao agronegócio será beneficiada pela instalação da usina, uma vez que a produção local tende a aumentar após o funcionamento da indústria.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS – “A escolha de Toledo se deve a diversos fatores como a produção de milho, a logística, o setor agroindustrial na região, entre outros”, aponta o diretor da Hydrographe S.A., Paulo Rangel. “Existe toda uma agroindústria aqui na região que vai poder ser apoiada, que vai poder ser incrementada com isso. É verticalização de commodity”.

Segundo Rangel, também existe a questão logística de atendimento por mercado. “Por exemplo, no Sul do Brasil, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o próprio Paraná, mas em especial muitas regiões no Paraná e em Santa Catarina não têm etanol, nem no posto. Então é um mercado que vai ser explorado. Toledo une todas essas condições, de produção de milho, de logística boa”.

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PROCESSO – Em relação aos prazos, Rangel explica que a partir do primeiro trimestre de 2026, a empresa já tenha protocolado os pedidos de licenciamento ambiental. Depois disso, é aguardar a tramitação normal de licenciamento ambiental da usina, bem como, a emissão da licença de instalação. “Com toda a parte ambiental resolvida, espera-se que no prazo de 22 a 23 meses de obra seja possível entrar em operação”.

Durante o andamento da obra, a usina deverá oportunizar 1.500 empregos. Após entrar em funcionamento deverá gerar aproximadamente 150 empregos diretos e outros dois mil indiretos. Com isso, surgem novas oportunidades, pois a Prefeitura em parceria com o Senai e Senar, poderá capacitar as pessoas a fim de qualificar a mão de obra local e regional;

“Não haverá a terceirização do trabalho, pois a ideia é a valorização local”, destaca o diretor comercial e institucional Hydrographe de Cuiabá Mato Grosso, João Vianei. “Por exemplo, fazer convênio com o Senar, a gente vai abrir também acesso para o pessoal técnico que está cursando. Serão oportunidades para valorizar a região”.

PROGRESSO – Existe que a estimativa que a receita anual da usina corresponda a R$ 1.184.500.000,00 no momento da operação em capacidade máxima. A receita deverá gerar em torno de R$ 213 milhões de ICMS ao Estado do Paraná – parte destes recursos retornarão a Toledo. Além disso, deve ocorrer o aumento na arrecadação do ISS, visto que os serviços prestados na usina deverão emitir nota fiscal de serviços em Toledo, conforme a legislação tributária.

A estimativa inicial é de que o investimento seja de aproximadamente R$ 1.180.000.000,00, além de mais 31 empresas de vários segmentos que irão se instalar para dar suporte à usina.

Diversos setores da economia local deverão ser beneficiados com a instalação da usina como: produtores rurais com a venda de milho e eucalipto; setor de transporte e logística: previsão de um fluxo diário de mais de 100 carretas/caminhões diariamente – gerando consumo e serviços a serem prestados em Toledo; mão de obra qualificada e a ser qualificada; setor de serviços, entre outros.

Da Redação

TOLEDO

Produtos gerados

A transformação do milho em biocombustível gera produtos como:

*etanol anidro – produto adicionado à gasolina nas distribuidoras;

*etanol hidratado – para as distribuidoras de combustível ou diretamente aos postos de combustíveis do Município, o que vai baratear o custo para os consumidores;

*farelo de milho (DDGS) – utilizado na formulação de ração animal;

*óleo de milho;

*energia elétrica.