UTFPR realiza pesquisas para monitorar qualidade da água e do ar

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A água é necessária para diversos fins: agricultura, indústria e para vida dos seres vivos em geral. No Brasil, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é responsável por fiscalizar e garantir a qualidade da água. Ela pode ser conhecida sabendo determinados parâmetros: temperatura, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, condutividade, sólidos dissolvidos e entre outros.

Uma equipe técnica e de acadêmicos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus local, desenvolve o projeto EnvCity. A proposta é promover uma rede para monitorar a qualidade da água e também do ar. Para isso, os pesquisadores devem utilizar sensores, considerados de baixo custo. A ideia é comparar os resultados com sensores referências. Além disso, os dados serão transmitidos em tempo real. As cidades-pilotos escolhidas são Toledo e Londrina. Os municípios hospedarão estações de monitoramento desenvolvidas no contexto da água ou do ar.

O professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Toledo, Dr. Edson Camargo, explica que o EnvCity pretende disponibilizar os dados para a sociedade em forma de mapas, via aplicativo, para dispositivos móveis e em consonância com o conceito de cidades inteligentes.

As pesquisas desenvolvem soluções tecnológicas para um determinado problema na sociedade. “Os sensores serão responsáveis por monitorar a água e o ar e, por consequência, obter dados de monitoramento do odor na cidade, por exemplo”, afirma o professor.

Os estudos já estão em andamento e os desafios para os pesquisadores são tecnológicos. “Desde calibrar os sensores até conhecer o tempo de vida de cada equipamento ou o quanto de fato é eficiente. Vamos comparar um sensor com investimento inferior com um de referência”, declara Dr. Edson.

A expectativa é o que o projeto seja realizado por dois anos e as pesquisas já acontecem há seis meses. O estudo é financiamento pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Durante a preparação dos experimentos para promover a pesquisa

ESTAÇÃO – Com os equipamentos responsáveis por monitorar a qualidade da água e do ar, os pesquisadores pretendem construir uma estação de monitoramento, em Toledo.

De acordo com o docente Dr. Edson, os estudos mostram que existe essa possibilidade. Ele explica que dois trabalhos de Mestrado são desenvolvidos na área de ciência da computação na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Cascavel. “Um dos trabalhos visa construir a arquitetura da estação de qualidade do ar. A estação tem sensores que detectam ou traçam o odor no ambiente. São dois sensores que identificarão o odor”.

O estudo avalia se haverá bateria suficiente para construir o gabinete, realizar o envio dos dados e a calibração. Outro trabalho também de Mestrado investiga a calibração dos sensores e, neste caso, utilizar técnicas de inteligência computacional.

“O nosso objetivo é realizar o monitoramento ambiental utilizando tecnologia de informação e comunicação para responder os desafios relacionados as medidas ambientais”.

BARREIRAS – Além de promover os estudos, os pesquisadores precisam superar os desafios burocráticos. Neste contexto, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA) é um protagonista na busca por parcerias para desenvolver o projeto com maior celeridade. “Uma barreira para quem faz pesquisa é a aquisição dos sensores, pois eles são importados em sua maioria. Nós precisamos comprar sensores diferentes e fazer as suas avaliações”, revela o professor.

Na UTFPR, o grupo possui o equipamento, considerado com um custo elevado, para medir o material particulado na poeira no meio ambiente e também os sensores de baixo custo. “Desta maneira, o Conselho com as entidades nos dão suporte, principalmente na busca de recursos para alavancarmos a pesquisa e buscar as respostas. Primeiro precisamos dos equipamentos e, na sequência, é importante termos bolsas de Mestrado ou Doutorado para financiar os estudos dos alunos”, pondera o docente.

Dr. Edson enfatiza que o apoio da sociedade é primordial para a área da pesquisa. “Os trabalhos são desenvolvidos pelos alunos com a orientação dos pesquisadores e o apoio das empresas parceiras. Nós temos trabalhos de Conclusão de Curso e trabalhos de Mestrados sendo realizados; eles vão desenvolver a tecnologia e sanar dúvidas”.

CIDADE INTELIGENTE – A partir do momento em que sociedade conhecer as pesquisas, o professor acredita que haverá maior receptividade, inclusive com a oferta de recursos para o desenvolvimento. Dr. Edson esclarece que as pesquisas são fundamentais para Toledo, mas também para cidades, consideradas menores. “Quando a sociedade passa a conhecer as pesquisas, nós (Universidade) conquistamos novos parceiros ou apoios financeiros. Se tivermos uma propriedade intelectual ou patente a empresa que apoia também tem parte desse produto”.

Neste momento, está programada a instalação de uma rede de comunicação de dados de longo alcance na área urbana de Toledo. Os dados serão enviados pela Internet. “Os equipamentos foram adquiridos com recursos de Toledo e vai servir à natureza. Se tivéssemos a participação das empresas, muitas burocracias enfrentadas (por sermos órgãos púbicos) seriam vencidas com menos tempo. A rede que estará no município é importante ao projeto”.

Tanto a pesquisa para avaliar a qualidade de água como do ar são do contexto de cidades inteligentes diante da capacidade tecnológica. “Dentro do Programa Cidades Inteligentes, nós temos o Acordo de Cooperação Específico para a rede de comunicação, a qual será implantada. Até dezembro deste ano serão instaladas as antenas nos lugares definidos”, menciona o professor ao destacar que o programa prevê monitoramento de qualidade do ar, da água e do rastreamento dos caminhões de coleta seletiva na cidade.

Da Redação

TOLEDO