Vacinação contra o sarampo é intensificada para aumentar proteção

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O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa que já foi uma das principais causas de mortalidade infantil em todo o mundo. A vacinação é uma das principais formas de prevenção dessa doença e apesar de já ter sido considerada eliminada no Brasil, a baixa adesão às campanhas de imunização nos últimos anos reacende o risco de novos surtos. Diante desse cenário, autoridades de saúde reforçam a importância de manter a caderneta de vacinação atualizada, garantindo proteção individual e coletiva.
A Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) reforça a importância da vacinação contra o sarampo, especialmente para a população de 20 a 29 anos, além de intensificar a busca ativa por crianças que ainda não receberam a segunda dose. A medida tem caráter preventivo diante do aumento expressivo de casos em países da América do Sul e do risco de reintrodução da doença pelas fronteiras com Argentina e Paraguai.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as Américas (do Sul, Norte e Central) registraram 7.132 casos de sarampo entre janeiro e junho deste ano, com 13 mortes, número 29 vezes maior que o mesmo período de 2024, quando haviam sido contabilizados apenas 244 casos. Na América do Sul, a Bolívia vive um surto, com mais de 270 ocorrências; a Argentina soma 34 casos e o Paraguai, 21.
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O Paraná não registra casos de sarampo desde 2020 e é o estado com a maior cobertura vacinal de tríplice viral em segunda dose do Brasil, com 79,80%. Para a primeira dose, o Paraná figura entre as cinco melhores coberturas do país, com 93,43%. Em novembro de 2024, o Brasil recebeu novamente a certificação de país livre de sarampo, após enfrentar a reintrodução da doença em 2018. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, há 24 casos registrados no país, todos importados.
“O Ministério da Saúde junto com os estados e os municípios estão intensificando as medidas de prevenção com o intuito de evitar a reintrodução do sarampo no território nacional”, comenta o enfermeiro do Setor de Vigilância Epidemiológica Jonatan Schmidt Finkler.
VACINAÇÃO – A Sesa também fortaleceu o esquema de vacinação ‘dose zero’ para os bebês de seis meses a menores de 1 ano de idade. Já foram aplicadas 17.435 doses neste público e mais de 20 mil devem ser utilizadas nesta primeira etapa, desde o reaparecimento do vírus do sarampo entre países das Américas.
“Atualmente a criança já recebe no calendário básico de vacinação a primeira dose da tríplice viral com 1 ano de idade. E pensando nessas crianças e na possibilidade de introdução do sarampo pelas regiões de fronteira foi introduzida essa ‘dose zero’, que é uma dose da vacina dupla viral”.
A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Paraná. Cidades de fronteira, como Foz do Iguaçu, e regiões estratégicas, como a área portuária no Litoral, estão entre os pontos de maior atenção da Sesa.
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O esquema vacinal de sarampo é feito com a vacina tríplice viral em duas doses. A primeira é aplicada aos 12 meses de vida e a segunda com 15 meses. Além disso, os jovens de 20 a 29 anos que estão sem a cobertura completa estão recebendo a vacina. Eles são os mais atingidos no surto das américas.
Finkler cita que a cobertura vacinal da primeira dose no município é de 91,93% e da segunda dose é de 83,58%, sendo que a meta de cobertura para estas doses é de 95%. “Estamos trabalhando nessa intensificação do reforço da vacina, da necessidade da população ter as duas doses da tríplice viral, principalmente pessoas mais vulneráveis para adoecer e vir a óbito pelo sarampo”.
SINTOMAS – O enfermeiro do Setor de Vigilância Epidemiológica Jonatan Schmidt Finkler salienta que o sarampo é uma doença altamente contagiosa e muito transmissível. A transmissão do vírus do sarampo ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. “Uma pessoa é capaz de infectar até 18 ou mais pessoas em um determinado ambiente”.
Os principais sinais e sintomas do sarampo são: manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5°) acompanhada de um ou mais sintomas como: tosse seca, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido, mal-estar intenso.
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Em torno de 3 a 5 dias é comum aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo restante do corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.
O Município de Toledo não registra caso confirmado de sarampo desde 2019, quando houve o último caso importado. Finkler cita que em 2025 foram registrados dois casos suspeitos, mas todos descartados pelo critério clínico laboratorial.
OUTRAS CAMPANHAS
Além da intensificação da vacina contra o sarampo, outras ações acontecem simultaneamente para imunizar a população e proteger de doenças. Uma delas é a vacinação contra HPV, destinada a adolescentes e jovens de 15 a 19 anos que ainda não receberam a vacina. Outra campanha é para vacinação contra a dengue tem que como público-alvo crianças e adolescentes (10 a 14 anos).
E no dia 18 de outubro, será realizada a campanha do Dia D de atualização vacinal. O enfermeiro do Setor de Vigilância Epidemiológica Jonatan Schmidt Finkler explica que essa campanha de atualização vacinal contempla todas as vacinas e é destinada para toda a população. “Essa campanha será de atualização para colocar em dia o cartão de vacinação”.
Da Redação*
TOLEDO
*Com informações da Aen