A literatura educa e edifica; é o primeiro movimento para formar um leitor, diz Cléo Bussato

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A literatura na infância pode ser percebida como uma porta de entrada para o universo da leitura. Fábula, ficção, contos ou contos de fadas, mitos, lendas, clássicos, enfim, existe um amplo material repleto de história, memória, diversidade cultural, fantasia e valor humano. As obras da escritora Cléo Busatto possuem muito mais que essas características e ela vai compartilhar suas experiências, nesta quarta-feira (17), na 1ª Festa Literária de Toledo. Cléo vai ministrar o minicurso “Leitura literária e formação do mediador”. A atividade começa às 9h e, às 11h15, a escritora receberá os leitores para uma sessão de autógrafos da obra “Um lado, um menino e a lua”.

De acordo com a escritora, o mediador precisa ser um sujeito capacitado e com a técnica para encantar o outro sujeito. “Ele precisa ser um leitor de literatura. O leitor pode se beneficiar da literatura observando a vida ou pela experiência do outro”.

Cléo Busatto menciona o exemplo do pequeno leitor. A criança pode se beneficiar da literatura ao observar a vida e a experiência do personagem. A literatura, para a escritora, é um caminho agradável e divertido para aprender sobre a vida, interagir com o mundo e com as pessoas.

“O leitor se espelha no personagem para construir a sua própria vida. A literatura ensina e ela é pedagógica. Ela traz exemplos de vida, de postura e de atitude. A criança descobre formas de andar, de se comunicar e de interagir com o mundo”, destaca Cléo Busatto.

A OBRA –Quem nunca se divertiu ao ler a história de um menino que sai de casa com uma mochila para se aventurar? E se ele encontrasse no caminho a lua precisando de ajuda? O novo livro infantil de Cléo Busatto, “Um lago, um menino e a lua”, desperta a imaginação dos pequenos na relação entre o ser humano e a natureza.

A história do menino que morava em um vilarejo e sonhava em dar a volta no lago em frente à sua casa coloca a fantasia do leitor para trabalhar. O personagem decide pegar a mochila, algumas balas de banana – seu sabor preferido – uma gaita de boca, cujo talento para tocar herdou do nonno, um pouco de coragem e sai para realizar este sonho. Enquanto caminha pelo lago, os jovens leitores conhecem a família, os amigos, as memórias e os sentimentos do menino.

Conforme Cléo Busatto, o lago é o exemplo de como a literatura pode preparar as pessoas e, principalmente, com ensinar. “O menino realiza uma aventura e muitas descobertas. Em sua bagagem, a coragem, algo essencial para ele. Com esse personagem, o leitor consegue compreender esse sentimento a partir da obra”.

Para a criança tudo é possível, até mesmo a Lua cair do céu. A obra é uma fábula; um texto que mexe com o imaginário do leitor. A escritora destaca a importância de nutrir as crianças com boas histórias. “Um leitor se forma a partir da leitura de uma obra literária. É imprescindível que a sua casa seja uma casa com livros. A criança precisa ver o pai ou a mãe com um livro. A literatura pode não compartilhar o conhecimento científico, porém ela conta a história de vida de outras pessoas”.

São histórias com emoções e sentimentos. Assim, o leitor – pensando a criança – consegue acessar e compreender os seus próprios afetos. “A criança consegue compartilhar um ato de amor, por exemplo. ‘Um lago, um menino e a lua’ ensina as crianças a perceberam os seus sentimentos e a amar a natureza, além de sua importância”, destaca Cléo Busatto.

REALIDADE – Com ilustrações de Mari Ines Piekas, a obra foi viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, Governo Federal, Ministério do Turismo e Secretaria Especial da Cultura. Conta ainda com apoio da Secretaria da Comunicação Social e da Cultura do Estado do Paraná, patrocínio da Copel, do Grupo Potencial e realização da CLB Produções.

O livro também será lançado na Europa, em outubro, durante a Semana da Criança, em uma iniciativa que visa fortalecer a língua portuguesa e a cultura nacional fora do país.

Segundo a escritora, os artistas precisam da lei de incentivo para a elaboração de projetos. “Um lago, um menino e a lua” teve a tiragem de 600 exemplares e foram distribuídos para bibliotecas públicas nos municípios do Estado. “As leis de incentivo são necessárias, pois muitos projetos favorecem as comunidades. O escritor devolve a sua obra e o investimento à sociedade”.

Cléo Busatto enfatiza que um município ao se propor a organizar um evento literário ou uma Feira de Livro reconhece o valor da literatura na vida das pessoas. “A literatura educa e edifica. Ela é o primeiro movimento para formar leitor. Toda a comunidade ganha com a Festa Literária. Um livro une uma família e estreita os laços”. A obra “Um lago, um menino e a lua” está disponível na Amo Livros.

ENCONTRO – Para a secretária de Cultura de Toledo, Rosselane Giordani, a 1ª Festa Literária promove o encontro literal dos escritores e dos amantes da literatura. “São encontros que possibilitam a formação de um novo leitor. A equipe ao idealizar a programação da Festa também analisou o incentivo da formação de um novo leitor, pensando em todos os públicos, desde infantil, adolescente e adulto”.

Rosselane salienta que a Festa possibilita o resgate da ação transformadora que a literatura possui na vida das pessoas. “Por isso, incluímos oficinas de escrita, sonetos, mini conto, enfim. Estamos felizes com a possibilidade da transformação do olhar da criança sobre o mundo e a realidade”.

A secretária pondera que a Feira Literária traz as representações de mundo, de pessoas, de realidades e de recortes históricos. “Os encontros possibilitam ainda o conhecimento do processo da escrita. Além disso, o momento é de reconstruir o olhar sob a literatura, como ela transforma a vida das pessoas e entender as transformações de mundo por meio da palavra e da imaginação”, finaliza Rosselane Giordani.

Da Redação

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