Todos os pais de adolescentes, se veem muitas vezes em uma grande encruzilhada; Dar o que eles querem ou dar apenas o que necessitam?
Sei que muitos leitores devem se perguntar por várias vezes o motivo de seu filho(a) ser tão revoltado(a). De estar sempre insatisfeito(a) com o que faz, não ter limites para seus gastos. De não saber o valor das coisas, de não reconhecer seus esforços e sacrifícios, e ainda por cima, de ter uma tendência incontrolável a contestar e desobedecer a regras.
Nestas horas os pais começam a contar com vangloreios de como era antigamente. De como os filhos obedeciam aos pais, de como davam valor a um presente, de como caminhavam quilômetros no frio por estradas de chão até chegar na escola. E assim por diante, de como os tempos mudaram.
Meus amigos, realmente os tempos mudaram, e as oportunidades e ofertas são milhares de vezes maiores do que nos tempos passados. Os jovens conseguem informações muito mais rapidamente, a moda muda a cada instante e suas necessidades parecem não ter limites.
E nós? Nós temos que mudar também, mas mudar neste caso, não quer dizer acompanhar a moda e os novos tempos, significa sim, parar de falar e começar a agir definitivamente. Na prática.
Precisamos ter tempo para identificar a forma de agir de nossos filhos, temos que estudá-los detalhadamente, precisamos fazer diariamente pequenos testes com eles. Precisamos realmente descobrir seus limites. E então começarmos a agir.
Ou será que você com tantos anos nas costas vai perder para um jovem que recém saiu das fraldas? Claro que não! Você precisa conhecê-lo detalhadamente para tornar-se seu melhor amigo, e amigo não significa ceder sempre e fazer suas vontades, mas sim colocar limites e explicá-los detalhadamente um-a-um.
Aprendi muito cedo com minha avó a trabalhar sempre por utilidade. O que significa isto? Isto significa, que não preciso trocar as coisas materiais por estarem fora da moda, mas sim se elas não podem mais satisfazer a necessidades para as quais foram criadas.
É certo de que se você compra um novo tênis para seu filho cada vez que uma novidade chega na praça, se dá tudo o que ele quer sem pestanejar, terá um filho que pouco dará valor às coisas, e o que é pior, dará valor para você enquanto puder continuar satisfazendo suas necessidades.
Você não acredita? Então vá um dia em um asilo conversar com as pessoas que estão lá “por livre e expontânea vontade”. Suas histórias deixarão você chocado, mas são reais.
A lei do valor das coisas, não fui eu quem inventou, é questão de economia a “lei da oferta e da demanda”. Ou seja, quando a oferta é demais cai o valor do produto, quando a demanda é superior a oferta eleva-se o valor do produto. Portanto, quanto maiores as satisfações supérfluas (sem necessidades) que você der a seus filhos, mais comuns elas ficam assim perdendo seu valor de raridade. Atenção, beijos e abraços, bem como sua companhia, são meios sinérgicos de abstração, que agem de uma forma diferente dos bens materiais. Eles, quanto mais utilizados, mais agem positivamente sobre as atitudes das pessoas.
E assim são nossos filhos, quanto mais facilmente receberem de mão beijada as coisas materiais, menos valor darão a cada uma delas. E, portanto, deixam-se perder facilmente. É por isto que tenho debatido insistentemente com meus jovens aprendizes, sobre a importância do crescimento e desenvolvimento pessoal, como fator determinante do desenvolvimento profissional. As verdadeiras pessoas de sucesso, primeiro crescem por dentro.
Uma coisa é importante deixar bem claro; quando falo em sucesso, o dinheiro, o reconhecimento e a fama, são apenas alguns elementos que o compõe, pois, seu contexto global se faz de muito maior abrangência.
Por tudo isto, é que tenho sido solicitado por um bom número de pessoas com o intuito de preparar seus filhos para a vida, pois temem que quando assumirem seus negócios por não terem participado do trabalho de construir, venham a perder tudo para outros mais preparados. É, realmente o dinheiro tem mudado muito de mãos ultimamente.
Meus amigos, precisamos imediatamente passar para nossos filhos os valores morais, sociais, culturais, religiosos, econômicos e principalmente o valor do respeito natural pelas outras pessoas. Mas para isto necessitamos compreender que os instintos dos jovens, são diferentes dos adultos, pelas suas próprias fases de evolução. Vamos dar muitos abraços, e receber muitos empurrões, muitos beijos e receber muitas viradas de cara, dar muitos presentes e receber muita ingratidão.
E este é o papel dos pais, dar muito mais do que receber. Por isto é que precisamos conhecer realmente nossos filhos, para podermos agir da maneira apropriada para cada evento. Faça um estudo de seu filho, e terá muitas surpresas agradáveis.
Eduardo Klaue é conselheiro pessoal de líderes empresarias de porte, todos já realizados profissionalmente.
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