Dormindo mal

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Os brasileiros dormem muito mal, e a pandemia de covid-19 pode ter contribuído para agravar ainda mais o problema. A conclusão é de um novo estudo, feito por cientistas da USP e da Unifesp e publicado na Sleep Epidemiology, segundo o qual 65,5% da população relata problemas relacionados ao sono.

As mulheres são as mais afetadas: respondem por um terço dos casos, um dado recorrente em outros estudos nacionais e internacionais. Sofrem muito também os viciados em mídias sociais, que não conseguem deixar de lado os smartphones nem na hora de ir para a cama. O novo trabalho revelou também um dado inédito: um aumento dos problemas de sono entre homens jovens, o que costuma ser raro.

Os cientistas dizem que mais estudos são necessários para entender o novo dado, mas acreditam que as incertezas trazidas pela pandemia podem ser uma razão. O novo trabalho mostrou que os fatores independentes mais citados como responsáveis pela qualidade ruim do sono são: o diagnóstico de insônia, o uso de mídias interativas pouco antes da hora de dormir e a ausência do parceiro na mesma cama. Isso mesmo, os brasileiros dormem pior quando não estão acompanhados.

Mais estudos deverão ser feitos, entretanto, muito desse resultado está alinhado ao comportamento desta nova geração – e aqui independente de idade – ainda se acostumando com tantas – e tão velozes – mudanças que aconteceram nos últimos anos.

A velocidade tecnológica à qual o ser humano tem sido ‘bombardeado’ na última década é impressionante e ultrapassa qualquer momento de desenvolvimento da humanidade. Nem bem se acostuma com algo novo e este já está velho. O velho então está para lá de ultrapassado. Como acompanhar esse ritmo? Redes sociais, aplicativos, celulares, computadores, streamings novos surgindo a cada novo dia, ‘nuvem’, entre tantos outros termos que surgem a cada novo dia, sendo impossível acompanhar esse ritmo sem haver um ‘tilt’. Dormir mal é apenas um sintoma entre tantos outros que surgem na mesma velocidade da tecnologia que facilita a vida e escraviza a alma.

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