Com prejuízos na soja e no milho, expectativa do produtor está na safra de inverno

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Com 100% das lavouras de soja e milho da safra 2021/22 colhidas, os produtores da região Oeste amargam grandes prejuízos com os resultados preliminares. O relatório mensal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgado na semana passada, aponta quebra de 82% na safra do milho e 79% de perda na safra da soja na Regional de Toledo.

Com uma área de 4.628 hectares, inicialmente, a projeção do milho primeira safra era de 42.114 toneladas, mas foram colhidas 7.256 toneladas, uma quebra de 82%. Com a cultura da soja a realidade é parecida. O grão ocupou uma área de 488.745 hectares na Regional de Toledo com uma estimativa inicial de 1.857.231 toneladas.

No entanto, as condições climáticas interferiram nas lavouras e a produção obtida foi de 378.996 toneladas, uma perda de aproximadamente 79%. “Esse índice já é o dobro da maior perda até então, registrada na safra 2018/2019 da soja que chegou a uma quebra de 39%. Tanto a cultura da soja quanto a do milho primeira safra sofreram muito por conta dos fatores climáticos como a estiagem prolongada. Isso acabou prejudicando muito as lavouras que necessitaram de umidade estávamos com um longo período sem chuvas”, comenta o técnico do Deral Paulo Oliva.

O presidente do Sindicato Rural de Toledo, Nelson Gafuri, lamenta os prejuízos desta safra. “Não colhemos, praticamente, nada. Antes eram entre 170 a 190 sacas de soja por hectare, agora os produtores chegaram a 20 sacas. Foi uma colheita péssima”.

CULTURA DE INVERNO – O milho segunda safra já está todo semeado nos campos da Regional de Toledo. Paulo Oliva pontua que as chuvas das últimas semanas contribuem para o desenvolvimento das plantas e, atualmente, as lavouras apresentam boas condições; 82% estão em desenvolvimento vegetativo, 15% em fase de floração e 3% em fase de frutificação. A área na Regional de Toledo é de 439.200 hectares e a projeção estimada é colher 2.635.200 toneladas.

Mesmo com os prejuízos da soja e do milho primeira safra, Gafuri enfatiza que os produtores estão animados com o milho safrinha e com o trigo. O momento é de recuperar as perdas. “O milho safrinha está excelente até agora. Se não ocorrer nenhuma interferência teremos uma ótima safra. O que nos preocupa são condições de vendaval, granizo e geada que podem prejudicar as lavouras”, conta.

Já o trigo, outra cultura típica de inverno, será semeado na Regional de Toledo a partir da segunda quinzena de abril. A área para o grão é de 32 mil hectares e produção estimada está em 97.600 toneladas. “Sobrou pouca área para o trigo porque o produtor teve que antecipar o ciclo da soja por conta das condições de clima; até mesmo quem desistiu de colher já entrou semeando o milho na área de soja, então nesse sentido temos regiões que estão bem adiantadas com o milho safrinha e outras localidades estão atrasadas”, explica o técnico do Deral Paulo Oliva.

O presidente do Sindicato Rural de Toledo complementa que os produtores que não plantaram o milho safrinha aguardam o período para semear o trigo. “Os produtores não vão deixar a terra limpa. Eles já estão se preparando para a semeadura e na expectativa por clima adequado com umidade para o desenvolvimento das lavouras”, conclui Gafuri.

Da Redação

TOLEDO

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