Como a alta do dólar influencia a economia brasileira

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Fonte: Pexels

Após algumas quedas consecutivas, o dólar voltou a operar em alta em junho. Logo no primeiro dia do mês, a moeda teve alta de 1,10%, o que significa que voltou a ser vendida a mais de R$ 4,80. Um importante fator responsável por isso é a alta no preço das commodities, como a soja, o petróleo, o minério de ferro e muitas outras.

Nesse cenário, o mercado cambial também é fortemente impactado – trata-se do mercado global, em que moedas de diferentes países são trocadas. Nessa compra e venda de moedas entra o mercado dos investimentos, sobretudo o forex (‘foreign exchange’, ou ‘mercado cambial’ em português), onde ocorrem as transações de pares de moedas na bolsa de valores. Os investimentos em forex têm atraído cada vez mais pessoas e, atualmente, as operações diárias nesse mercado já ultrapassam os 6 trilhões de dólares.

O dólar americano é a principal moeda desse mercado cambial, isto é, a base para praticamente todas as operações e negociações. É o dólar que movimenta a economia mundial e, por isso, sua cotação é muito importante e suas oscilações de valor afetam todos os setores.

A moeda brasileira, por sua vez, apesar de não ser tão valiosa, está em uma boa posição entre os países do G20. A população brasileira também tem se destacado em relação ao número de investidores. Em um movimento recente, o número de pessoas físicas investindo cresceu consideravelmente – os investimentos são em ações, commodities, forex e vários outros.

Os impactos da oscilação do dólar

Na economia brasileira, o principal impacto da alta do dólar é na inflação. Isso acontece porque grande parte da matéria-prima de que o país necessita é importada. Assim, quando o dólar sobe, esses insumos são comprados por um valor mais alto e, consequentemente, os produtos finais recebem o repasse dessa alta, sendo vendidos por um preço mais elevado ao consumidor final. É dessa forma que a inflação do país sobe.

Por sua vez, os insumos produzidos dentro do Brasil são afetados, já que o valor do dólar em alta faz com que as exportações sejam estimuladas e tendam a aumentar. Com mais exportações, sobram menos produtos para os brasileiros e, desse modo, os preços sobem. É o que chamamos, na economia, de lei da oferta e demanda. Se a demanda é alta e a oferta diminui, os preços aumentam.

Para controlar a inflação e não permitir que esses preços se elevem demais, o Banco Central determina que as taxas de juros sejam maiores. Assim, vemos os preços serem alterados frequentemente – são os impactos negativos da alta do dólar. 

Impactos positivos da inflação

A inflação também possui impactos positivos, sendo o mais importante deles no universo dos investimentos. Podemos citar dois meios pelos quais isso ocorre. O primeiro é a atração de investimentos vindos do exterior para o Brasil, uma vez que a alta do dólar faz com que a moeda brasileira fique mais barata. Assim, investidores de outros países podem investir em empresas brasileiras com mais segurança.

O segundo é o movimento oposto, ou seja, os investimentos feitos por brasileiros no exterior. O investidor brasileiro que investe no exterior pode se beneficiar com a alta do dólar, pois os ativos em sua carteira são valorizados com o aumento da cotação. 

O cenário atual indica um bom momento para investir, ao passo que os financiamentos e empréstimos devem ser evitados ao máximo. É importante sempre avaliar a situação e estudar o mercado, a fim de decidir qual é o melhor investimento a se fazer.

 

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