Custo da cesta básica de Toledo tem redução entre agosto e setembro
No mês de setembro, o custo da cesta básica de Toledo foi maior que o de Pato Branco e Francisco Beltrão sendo, porém a mais barata em relação as cidades listadas na Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. A ação é promovida pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo. A pesquisa também faz parte de um convênio entre a Unioeste e a Prefeitura de Toledo.
O levantamento mostra que o custo da cesta básica familiar apresentou uma redução de -1,68%, passando de R$ 1.767,38 em agosto para R$ 1.737,77 em setembro de 2022. Já, o custo da cesta básica individual passou de R$ 589,13 em agosto para R$ 579,26 no mês passado.
Com esse valor, o custo da cesta básica de Toledo foi menor em relação ao município vizinho. Em Cascavel, o custo chegou a R$ 622,53, ou seja, 7,47% maior ao de Toledo. Com exceção de Pato Branco e Cascavel, os municípios do Oeste e Sudoeste do estado apresentaram – de maneira geral – redução no custo da cesta básica.
A coordenadora da pesquisa, professora Drª. Crislaine Colla, explica que Cascavel foi a cidade que apresentou o maior aumento no custo da cesta básica em setembro. Além disso, ao comparar o custo da cesta básica de Toledo com o de São Paulo, que apresentou a cesta básica com maior custo em junho (R$ 750,74), verifica-se que a cesta de São Paulo tem um custo 29,60% maior que a de Toledo.
Crislaine explica que um trabalhador que ganha um salário-mínimo não teria condições de adquirir a cesta básica familiar, uma vez que o valor de R$ 1.737,77 ultrapassa o valor do salário-mínimo vigente em 55,01%, não conseguindo arcar com as demais despesas domiciliares mensais.
VARIAÇÃO – A variação mensal no custo da cesta básica de Toledo no período entre agosto e setembro de 2022 teve uma redução de – 1,68%. A coordenadora da pesquisa menciona que é o segundo mês consecutivo em que se observa uma redução no custo da cesta básica. “Outra informação importante refere-se ao índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses; observou-se que ocorreu um aumento acumulado significativo de 1,82%”.
Ela enfatiza que a queda do custo da cesta básica foi menor do que ocorreu em agosto e os produtos que tiveram maior impacto para a redução no mês de setembro foram o tomate e o leite. “As previsões mostram que o preço do leite pode reduzir um pouco ainda, embora seja difícil retornar aos patamares anteriores. Quanto ao tomate, em função do período de chuvas, pode ter seu preço alterado e possivelmente um aumento. A banana, que apresentou um aumento do preço, tende a manter este aumento e para o preço do trigo, apesar do aumento da oferta, vai depender do cenário internacional e do câmbio”.
Crislaine pondera que é possível analisar o quanto o custo da cesta básica variou no ano corrente, desde janeiro a setembro de 2022, que foi de 4,52%, caracterizando-se como um aumento expressivo para o período. “O aumento acumulado do ano corrente foi maior que o aumento acumulado dos últimos 12 meses”.
Dos 13 itens da cesta básica, nota-se que seis produtos apresentaram aumento no preço médio, que foram: a banana (10,99%); farinha de trigo (5,82%); o feijão (4,60%); o pão francês (2,75%); a margarina (1,39%); e a carne (0,21%). Por sua vez, sete produtos apresentaram redução no preço médio no período, que foram: o leite (-19,34%); o tomate (-16,19%); o óleo de soja (-7,20%); o café (-6,54%); o açúcar (-5,95%); o arroz (-2,84%) e a batata (-0,33%).
Crislaine comenta que dos sete produtos que tiveram redução nos preços, os principais são o leite e o tomate. Estes produtos, assim como os outros que reduziram, sofrem o efeito da sazonalidade. Entretanto, outros fatores também estão influenciando o aumento dos preços, como fatores internacionais, no caso da soja e do açúcar.
A coordenadora ressalta que diante da variação total da cesta básica individual para setembro deste ano (-1,68%), as reduções nos preços do leite e do tomate foram os que apresentaram o maior impacto sobre a redução do índice. O aumento no preço da banana e do pão francês impediram que a redução fosse ainda maior.
“O valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais referentes à habitação, ao vestuário, ao transporte, entre outras, em setembro deveria ser de R$ 4.866,35. Ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para agosto, observa-se que o valor nacional seria 29,60% maior em relação ao município. Deve-se levar em consideração que o salário-mínimo necessário de Toledo corresponde a 4,42 vezes o piso nacional vigente, que é de R$ 1.212,00”, demonstra a pesquisa, conforme Crislaine.
ACUMULADO – Segundo a pesquisa, os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: o café, que acumulou o acréscimo de 50,49%; o pão francês, que subiu 49,29%; a margarina aumentou 48,89%; a farinha de trigo, com incremento de 32,64%; e o leite, com a ampliação de 22,04%.
A pesquisa ainda demonstra que apenas quatro produtos apresentaram variação acumulada negativa, que seriam o tomate, com uma redução de -50,57%; a batata, que reduziu -24,88%; o feijão, que reduziu -13,62% e
o açúcar, que diminuiu -5,59% nos últimos 12 meses.
Por sua vez, quando se observa a variação acumulada no ano corrente, ou seja, nos últimos nove meses, também é identificada intensa volatilidade nos preços. Crislaine pondera que neste mesmo período o leite apresentou aumento de 43,78%, por exemplo. “Apesar do preço do leite ter se reduzido entre julho e setembro, este produto acumula aumentos sucessivos e significativos. Ademais, verifica-se que a farinha de trigo e o pão francês apresentam o segundo e terceiro maior aumento acumulado em 2022, de 30,15% e 30%”.
Nos nove primeiros meses de 2022, o tomate apresentou uma variação acumulada negativa de -34,19%, o açúcar de -15,85%, o feijão de -8,46% e o óleo de soja de -5,69%. É importante observar que, as reduções verificadas no custo da cesta básica de Toledo em agosto e setembro de 2022, além das já observadas ao longo do último ano, evidenciam uma redução no acumulado nos últimos 12 meses, que ficou em 1,82%.
Entretanto, o aumento ocorrido somente no ano de 2022, de janeiro a setembro ficou maior e em 4,52%. Estas variações ainda retratam uma perda do poder de compra do consumidor. Como economista, a professora orienta a necessidade em buscar as opções mais baratas e que sejam equivalentes na qualidade nutricional. “Por sua vez, a sazonalidade e a volatilidade dos preços dos produtos levam o consumidor a adaptar seu consumo, comprando determinados produtos ou os substituindo, dependendo do período do ano. O consumidor deve estar atento às variações para conseguir aproveitar as melhores opções, de acordo com sua capacidade orçamentária”.
Da Redação
TOLEDO