Língua portuguesa passa por evoluções constantes
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Celebrado em 5 de novembro, o Dia Nacional da Língua Portuguesa destaca a vitalidade de um idioma que, assim como qualquer outro, se transforma ao longo do tempo, acompanhando as mudanças e o desenvolvimento da sociedade. Basta abrir um clássico de Machado de Assis para perceber o quanto a forma de se comunicar evoluiu desde o século XIX. Essas transformações na linguagem não representam erros ou acertos, mas revelam a adaptação natural de uma língua que segue pulsando viva, diversa e em constante reinvenção.
A professora universitária Vanessa de Wallau enfatiza as influências dessas mudanças. “A língua é um produto social. Então, se a sociedade muda, seus hábitos e seus valores, até mesmo com a influência da tecnologia, a língua consequentemente muda junto. Essas transformações não podem ser consideradas erros, mas são parte de um processo histórico-evolutivo”, afirma.
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Conforme explica Vanessa, “em uma visão linguística, o que ocorre, na verdade, é uma ampliação: a língua ganha novas formas, novos vocabulários e novas maneiras de se expressar”. O uso da tecnologia e das redes sociais abre espaços em que surgem abreviações, palavras de outros idiomas, além de recursos visuais como emojis e figurinhas, que também passaram a fazer parte da comunicação cotidiana.
Um exemplo clássico dessa evolução é a expressão ‘vossa mercê’, que ao longo do tempo se transformou em ‘você’ e, mais recentemente, em abreviações como ‘vc’ ou até mesmo ‘c’, em alguns contextos informais. Em contrapartida, Vanessa ressalta que “o problema surge quando o falante não consegue fazer a adaptação da língua em diferentes contextos”, algo comum entre jovens em idade escolar, que muitas vezes enfrentam dificuldades para ajustar a linguagem conforme a situação, seja na escrita ou na fala.
Essa dificuldade se torna ainda mais evidente diante das novas formas de comunicação digital, que aproximam a escrita da oralidade. “Os jovens possuem uma escrita mais fluida e híbrida. Mistura a fala e a escrita. Então temos essa dificuldade na formação deles em entender diferentes tipos de textos, como as diferentes normas, como cada texto funciona com um propósito de escrita diferente”, explica.
Dominar mais de uma forma de usar a língua é um desafio enfrentado pelos estudantes. “O que a escola precisa fazer é ampliar esse repertório e desenvolver essas habilidades para que o jovem possa utilizar a língua em seus variados contextos”, orienta Vanessa.
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Uma palavra que define o futuro da língua portuguesa, segundo a professora, é mudança. “O propósito da língua sempre permanecerá. O importante é que a gente continue utilizando ela com consciência e sensibilidade, para as transformações que vemos ao nosso redor”, conclui.
Da Redação
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